\ud83e\uddeb Por que \u00e9 importante? Ao g1, os pesquisadores envolvidos no estudo detalharam que, hoje, a ci\u00eancia carece de diversidade \u00e9tnico-racial em estudos pelo mundo que est\u00e3o tentando caracterizar o perfil celular do corpo humano. Sem amostras com diferentes caracter\u00edsticas e de diferentes regi\u00f5es do planeta, o desenvolvimento de cosm\u00e9ticos e at\u00e9 medicamentos personalizados para pessoas n\u00e3o caucasianas fica prejudicado. Esse estudo tem o objetivo de servir como um alicerce para o entendimento da pele nas suas diferentes tonalidades. Ele deve ser depositado em bancos p\u00fablicos para que as pessoas tenham acesso e consigam utilizar essas informa\u00e7\u00f5es para desenvolver novas tecnologias e novos conhecimentos sobre a pele humana. \u2014 Marcelo Mori, professor do Instituto de Biologia da Unicamp As an\u00e1lises ainda s\u00e3o preliminares, e a proposta inicial \u00e9 que o projeto dure 24 meses. Os resultados devem ser publicados e inclu\u00eddos no Human Cell Atlas, um cons\u00f3rcio internacional para mapeamento das c\u00e9lulas do corpo humano. \u201cIsso pode revelar para a gente algum tipo de organiza\u00e7\u00e3o da pele que difere dependendo da intensidade de pigmenta\u00e7\u00e3o, al\u00e9m de informa\u00e7\u00f5es \u00fateis sobre a biologia da pele para, mais para frente, a gente ter um entendimento melhor de como as diferentes tonalidades podem responder a diferentes tratamentos ou condi\u00e7\u00f5es patol\u00f3gicas, doen\u00e7as, etc\u201d, disse Mori. O projeto \u00e9 uma parceria entre o Centro de Qu\u00edmica Medicinal (CQMED) da Unicamp, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inova\u00e7\u00e3o Industrial (Embrapii) e uma empresa brasileira de cosm\u00e9ticos e perfumes. Estudo \u00e9 parceria entre Centro de Qu\u00edmica Medicinal da Unicamp, Empresa Brasileira de Pesquisa e Inova\u00e7\u00e3o Industrial e uma empresa brasileira de cosm\u00e9ticos e perfumes \u2014 Foto: Estev\u00e3o Mam\u00e9dio\/g1 Tecnologia in\u00e9dita Na pr\u00e1tica, os cientistas avaliam o perfil celular de peles de diferentes graus de intensidade de pigmenta\u00e7\u00e3o em busca de duas coisas: a diversidade de c\u00e9lulas que existem naquela amostra e o comportamento das c\u00e9lulas no contexto em que est\u00e3o inseridas. Segundo Mori, o principal diferencial do estudo \u00e9 o uso de uma tecnologia pioneira desenvolvida dentro da Unicamp para sequenciamento das c\u00e9lulas. \u201cOs pesquisadores envolvidos nessa parceria foram uns dos primeiros a conseguir implementar essa tecnologia aqui no Brasil\u201d. \u201cA gente coleta uma bi\u00f3psia da pele e dissocia o tecido da pele para liberar c\u00e9lulas \u00fanicas. E a\u00ed a gente consegue determinar o repert\u00f3rio de genes expressos em cada uma das c\u00e9lulas. Antes, tradicionalmente, a gente conseguia identificar o perfil de express\u00e3o g\u00eanica, ou seja, como as c\u00e9lulas se comportavam, mas em uma mistura de c\u00e9lulas\u201d, afirmou o professor. Todo esse processo gera um volume de dados \u201cgigantesco\u201d, j\u00e1 que a ideia dos pesquisadores \u00e9 isolar dezenas de milhares de c\u00e9lulas e sequenciar os RNAs \u2013 mol\u00e9culas que produzem prote\u00ednas e est\u00e3o presentes em todas as c\u00e9lulas vivas \u2013 de cada uma. \u201cA gente precisa de computadores superpotentes e pessoas especializadas em bioinform\u00e1tica para conseguir interpretar esses dados e saber que c\u00e9lula expressa que RNA, em que condi\u00e7\u00e3o, que tipo de c\u00e9lula \u00e9 diferenciada dependendo das diferentes tonalidades de pele\u201d, detalhou. Marcelo Mori, professor do Instituto de Biologia da Unicamp, e Katlin Massirer, coordenadora da unidade Embrapii CQMED na Unicamp \u2014 Foto: Estev\u00e3o Mam\u00e9dio\/g1 ‘Peles’ volunt\u00e1rias Al\u00e9m de supercomputadores e uma equipe \u201ccraque\u201d no assunto, o estudo tamb\u00e9m requer um banco de amostras o mais diverso poss\u00edvel. Para isso, foram utilizadas peles de volunt\u00e1rias inscritas no centro de pesquisa da empresa de cosm\u00e9ticos. “As volunt\u00e1rias que participam desse estudo sempre s\u00e3o informadas e d\u00e3o o consentimento para fazer parte dessa contribui\u00e7\u00e3o nacional e internacional. Ent\u00e3o, existe um grande reconhecimento desse tipo de estudo, tanto no Brasil quanto no exterior. Uma contribui\u00e7\u00e3o cient\u00edfica muito importante”, disse Katlin Massirer, coordenadora da unidade Embrapii CQMED na Unicamp. Essas amostras foram colhidas ao longo de v\u00e1rios anos, com recrutamento feito a partir de uma ag\u00eancia regulat\u00f3ria. Juliana Lago, gerente cient\u00edfica da companhia, explica que a parceria feita com a universidade partiu do reconhecimento da falta de informa\u00e7\u00f5es dermatol\u00f3gicas sobre peles negras. A amplitude de tons \u00e9 uma necessidade que vem de um olhar talvez mais social, de ver a demanda do p\u00fablico. N\u00e3o que n\u00e3o existisse antes, sempre teve, mas hoje as empresas est\u00e3o olhando para essa demanda. A demanda sempre esteve l\u00e1, mas hoje acho que a gente est\u00e1 olhando e entendendo que \u00e9 um mercado em expans\u00e3o e que faz muito sentido socialmente e economicamente. \u2014 Juliana Lago, gerente cient\u00edfica da Natura De acordo com Lago, a expectativa \u00e9 que o banco de dados gerado a partir do estudo abra caminhos para novos cosm\u00e9ticos pensados para diferentes tipos de pele, suprindo uma demanda emergente de consumo. \u201c[A ideia \u00e9 que] a partir daqui, a gente use essa informa\u00e7\u00e3o e o conhecimento que a gente tem para transformar essa informa\u00e7\u00e3o biol\u00f3gica em formas de trazer produtos que tragam novos benef\u00edcios ou benef\u00edcios melhores ou produtos que atendam melhor esse mercado\u201d, destacou. Estudo deve abrir caminhos para novos cosm\u00e9ticos pensados para diferentes tipos de pele \u2014 Foto: Getty Images via BBC V\u00cdDEOS: tudo sobre Campinas e regi\u00e3o <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
\ud83e\uddeb Por que \u00e9 importante? Ao g1, os pesquisadores envolvidos no estudo detalharam que, hoje, a ci\u00eancia carece de diversidade \u00e9tnico-racial em…<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":49177,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[17,1],"tags":[],"class_list":["post-49176","post","type-post","status-publish","format-standard","has-post-thumbnail","hentry","category-cidades","category-todas-noticias"],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/tvdescalvado.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/49176","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/tvdescalvado.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/tvdescalvado.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/tvdescalvado.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/tvdescalvado.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=49176"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/tvdescalvado.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/49176\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/tvdescalvado.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/49177"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/tvdescalvado.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=49176"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/tvdescalvado.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=49176"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/tvdescalvado.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=49176"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}