De acordo com uma tradi\u00e7\u00e3o secular, no dia da comemora\u00e7\u00e3o lit\u00fargica de Santa In\u00eas, m\u00e1rtir romana, na bas\u00edlica que leva seu nome na Via Nomentana, s\u00e3o aben\u00e7oados dois cordeiros, cuja l\u00e3 ser\u00e1 usada para preparar o p\u00e1lio para os novos arcebispos. Ininterruptamente desde a segunda metade do s\u00e9culo XIX, um papel importante em todo o ritual \u00e9 desempenhado pelas freiras polonesas, as Irm\u00e3s de Nazar\u00e9, que hospedam e decoram as ovelhas no dia anterior \u00e0 b\u00ean\u00e7\u00e3o. Dorota Abdelmoula-Viet \u2013 Vatican News A primeira men\u00e7\u00e3o ao costume de aben\u00e7oar cordeiros no t\u00famulo de Santa In\u00eas, uma jovem m\u00e1rtir romana do in\u00edcio do s\u00e9culo IV, vem do s\u00e9culo VI. Por um lado, ela se refere \u00e0 antiga tradi\u00e7\u00e3o de Santa In\u00eas, que ap\u00f3s sua morte apareceu para seus pais reunidos em ora\u00e7\u00e3o em seu t\u00famulo, cercada por um coro de virgens e segurando um cordeiro puro em seus bra\u00e7os. As fontes tamb\u00e9m indicam que, no passado, exatamente dois cordeiros eram a \u201crenda\u201d que os monges da Bas\u00edlica de Santa In\u00eas atr\u00e1s dos Muros ofereciam \u00e0 Bas\u00edlica de S\u00e3o Jo\u00e3o de Latr\u00e3o e que os membros do cap\u00edtulo de Latr\u00e3o apresentavam ao Papa para aben\u00e7o\u00e1-los. Tamb\u00e9m no arquivo da Bas\u00edlica de S\u00e3o Pedro in Vincoli h\u00e1 uma descri\u00e7\u00e3o de 1550 sobre a b\u00ean\u00e7\u00e3o dos cordeiros, juntamente com uma explica\u00e7\u00e3o da g\u00eanese desse costume. \u201cA origem desses cordeiros como uma homenagem a S\u00e3o Jo\u00e3o vem de Santa Constan\u00e7a, filha do imperador Constantino, que dotou a Igreja (mas alguns dizem que foi o rei Carlos I), mandando construir a igreja e o mosteiro de Santa In\u00eas e o dotou de muitas faculdades. Como esse mosteiro era um feudo da primeira igreja do mundo, ele pagava dois cordeiros aos c\u00f4negos todos os anos em reconhecimento. Depois da comunh\u00e3o durante a missa solene, os cordeiros eram aben\u00e7oados e depois entregues aos c\u00f4negos (…) O not\u00e1rio redigia o documento confirmando a transfer\u00eancia. Quem entregava os cordeiros ao Papa recebia um par de \u201cscudi\u201d de ouro como compensa\u00e7\u00e3o\u201d, diz a cr\u00f4nica. L\u00e3 para o p\u00e1lio dos arcebispos Durante s\u00e9culos, os cordeiros da fazenda de cria\u00e7\u00e3o trapista da Abadia das Tr\u00eas Fontes foram transportados da Bas\u00edlica de Santa In\u00eas diretamente para o Santo Padre, que os recebia em uma prociss\u00e3o solene e os aben\u00e7oava. Em seguida, o Papa os confiou aos cuidados das freiras beneditinas da Bas\u00edlica de Santa Cec\u00edlia, em Trastevere, que os rasparam depois de alguns meses para usar sua l\u00e3 para tecer o p\u00e1lio para os novos arcebispos. Nos \u00faltimos anos, essa tradi\u00e7\u00e3o passou por algumas mudan\u00e7as: os Trapistas t\u00eam lugares de cria\u00e7\u00e3o. O Santo Padre n\u00e3o aben\u00e7oa mais os cordeiros no Vaticano. A tradi\u00e7\u00e3o de lev\u00e1-los aos beneditinos, que os tosquiavam durante a Semana Santa para tecer sua l\u00e3 no p\u00e1lio, permaneceu inalterada. Mas primeiro, a prepara\u00e7\u00e3o dos animais para a b\u00ean\u00e7\u00e3o solene \u00e9 uma tarefa que as Irm\u00e3s de Nazar\u00e9 da Via Machiavelli mant\u00eam h\u00e1 mais de 140 anos. Este ano, esses preparativos tiveram um contexto ainda mais especial: n\u00e3o s\u00f3 fazem parte do atual Ano Jubilar, mas tamb\u00e9m do 150\u00ba anivers\u00e1rio da funda\u00e7\u00e3o da Congrega\u00e7\u00e3o. Cuidar de cordeiros, como a vida oculta em Nazar\u00e9 Na d\u00e9cada de 1880, foi solicitado \u00e0 rec\u00e9m-fundada congrega\u00e7\u00e3o das Irm\u00e3s de Nazar\u00e9 que assumisse o cuidado dos cordeiros, substituindo as irm\u00e3s que anteriormente cuidavam deles. \u201cNossa Madre Fundadora, a Bem-aventurada Maria Franciszka Siedliska, leu na ajuda a preparar cordeiros para a mem\u00f3ria de Santa In\u00eas, uma express\u00e3o de nosso servi\u00e7o \u00e0 Igreja\u201d, disse Santa Dorota Podwalska CSFN, superiora provincial das Irm\u00e3s de Nazar\u00e9 em Roma. Ainda hoje, nossa participa\u00e7\u00e3o nessa tradi\u00e7\u00e3o \u00e9 uma express\u00e3o de amor e fidelidade \u00e0 Igreja\u201d. A prepara\u00e7\u00e3o dos cordeiros tem sido semelhante h\u00e1 anos: na v\u00e9spera da comemora\u00e7\u00e3o de Santa In\u00eas, eles s\u00e3o levados para a casa de Nazar\u00e9 na Via Machiavelli, onde as irm\u00e3s os preparam, lavam, alimentam e cuidam deles durante a noite. No dia seguinte, elas as colocam em duas cestas. Uma delas \u00e9 decorada com rosas vermelhas, s\u00edmbolo do mart\u00edrio, e a inscri\u00e7\u00e3o S.A.M. (Santa In\u00eas M\u00e1rtir), enquanto a outra \u00e9 decorada com rosas brancas, s\u00edmbolo da virgindade, e a inscri\u00e7\u00e3o S.A.V. (Santa In\u00eas Virgem). Ao amanhecer, da Bas\u00edlica de S\u00e3o Jo\u00e3o de Latr\u00e3o, um carro vai at\u00e9 a casa das freiras. Com a ajuda de dois mordomos de Latr\u00e3o, os cordeiros s\u00e3o levados para a missa solene na Bas\u00edlica de Santa In\u00eas Fora dos Muros. Ela geralmente \u00e9 celebrada pelo Abade Geral do Canonicato Regular Lateranense. De l\u00e1, os animais s\u00e3o levados para os beneditinos de Trastevere. \u201cOutro elemento de nossa espiritualidade est\u00e1 ligado \u00e0 tradi\u00e7\u00e3o dos cordeiros\u201d, disse a superiora provincial das freiras de Nazar\u00e9. Nosso relacionamento com eles e sua prepara\u00e7\u00e3o para a b\u00ean\u00e7\u00e3o \u00e9 simples e oculto, como oculta e comum era a vida da Sagrada Fam\u00edlia em Nazar\u00e9\u201d. Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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