Segundo o site “Axios”, houve um novo avan\u00e7o significativo nas negocia\u00e7\u00f5es nesta quarta, o que deixa as partes ainda mais perto de fechar um acordo. O governo do Catar j\u00e1 havia dito na ter\u00e7a que “o cessar-fogo estava mais pr\u00f3ximo que nunca”. J\u00e1 o jornal “The New York Times” afirmou que Israel e Hamas alinham os \u00faltimos detalhes do acordo nesta quarta. Ainda segundo o “Axios”, cerca de 98 ref\u00e9ns israelenses sob o poder de Gaza ainda estariam vivos. Essa era uma preocupa\u00e7\u00e3o das partes envolvidas na negocia\u00e7\u00e3o, porque n\u00e3o se sabia qual o estado de sa\u00fade dos ref\u00e9ns, nem se estariam vivos. Caso haja acordo, a tr\u00e9gua ser\u00e1 a segunda no conflito, iniciado em outubro de 2023 \u2014a primeira foi em novembro de 2023\u2014, e seu rascunho foi constru\u00eddo com o objetivo de acabar definitivamente com a guerra em Gaza, segundo os mediadores. O acordo prev\u00ea a liberta\u00e7\u00e3o de todos os ref\u00e9ns que ainda est\u00e3o sob controle do Hamas, a retirada das tropas israelenses de Gaza e planos para o futuro do territ\u00f3rio. Veja detalhes do acordo abaixo. “O acordo libertaria os ref\u00e9ns, encerraria os combates, proporcionaria seguran\u00e7a a Israel e permitiria aumentar significativamente a assist\u00eancia humanit\u00e1ria aos palestinos que sofreram terrivelmente nesta guerra iniciada pelo Hamas”, disse o presidente dos EUA, Joe Biden, na segunda-feira. As negocia\u00e7\u00f5es pelo acordo ocorrem \u00e0s v\u00e9speras da posse de Donald Trump como novo presidente dos EUA, que ocorrer\u00e1 na pr\u00f3xima segunda-feira (20). Trump havia dito que “abriria os port\u00f5es do inferno no Oriente M\u00e9dio” e “faria o Hamas pagar caro” se os ref\u00e9ns tiverem sido libertados at\u00e9 ele reassumir a Casa Branca. Steve Witkoff, um enviado do republicano para as negocia\u00e7\u00f5es, participa das negocia\u00e7\u00f5es. A guerra em Gaza come\u00e7ou ap\u00f3s os ataques terroristas de 7 de outubro de 2023, quando terroristas do Hamas invadiram o sul de Israel e mataram cerca de 1.200 pessoas e levaram cerca de 250 ref\u00e9ns israelenses para o territ\u00f3rio palestino. Cerca de 100 ref\u00e9ns ainda est\u00e3o em cativeiro. O conflito deixou pelo menos 46.707 palestinos mortos e mais de 110 mil feridos \u2014a maioria deles civis, mulheres e crian\u00e7as\u2014, segundo o Minist\u00e9rio da Sa\u00fade de Gaza, controlado pelo Hamas. Principais pontos da proposta de cessar-fogo Segundo a ag\u00eancia de not\u00edcias Associated Press, o rascunho do acordo de cessar-fogo prev\u00ea tr\u00eas fases e \u00e9 baseado em par\u00e2metros estabelecidos pelo presidente Biden e endossado pelo Conselho de Seguran\u00e7a da ONU. Veja abaixo os principais pontos do rascunho de cessar-fogo, segundo um oficial israelense e um palestino: Na primeira etapa, 33 ref\u00e9ns seriam libertados. Isso inclui crian\u00e7as, mulheres (incluindo cinco soldados israelenses do sexo feminino), homens acima de 50 anos, feridos e doentes. Israel acredita que a maioria est\u00e1 viva, mas n\u00e3o recebeu confirma\u00e7\u00e3o oficial do Hamas. A primeira etapa duraria 42 dias, e ao final dela todos os civis \u2014vivos ou mortos\u2014 ter\u00e3o sido libertados. Se seguir conforme o planejado, no 16\u00ba dia ap\u00f3s o in\u00edcio do acordo, come\u00e7ariam negocia\u00e7\u00f5es para uma segunda etapa, na qual os demais ref\u00e9ns vivos \u2014soldados homens e civis jovens do sexo masculino\u2014 seriam libertados, e os corpos de ref\u00e9ns mortos seriam devolvidos. Em troca dos ref\u00e9ns, Israel libertar\u00e1 mais de 1.000 prisioneiros e detidos palestinos, incluindo 30 que cumprem senten\u00e7as de pris\u00e3o perp\u00e9tua. No entanto, terroristas do Hamas que participaram do ataque de 7 de outubro de 2023 em Israel n\u00e3o ser\u00e3o libertados. Retirada de tropas israelenses A retirada ser\u00e1 feita em etapas, com as for\u00e7as israelenses permanecendo ao longo da fronteira com Gaza para proteger as cidades e vilarejos fronteiri\u00e7os de Israel. Haver\u00e1 arranjos de seguran\u00e7a no corredor da Filad\u00e9lfia, na fronteira com o Egito, ao sul de Gaza, com Israel se retirando de partes dele ap\u00f3s os primeiros dias do acordo. Residentes desarmados do norte de Gaza poder\u00e3o retornar, com um mecanismo para garantir que nenhuma arma seja transportada para l\u00e1. Tropas israelenses se retirar\u00e3o do corredor Netzarim, no centro de Gaza. A travessia de Rafah, entre o Egito e Gaza, come\u00e7ar\u00e1 a operar gradualmente, permitindo a passagem de pessoas doentes e casos humanit\u00e1rios para tratamento fora do enclave. Aumento de ajuda humanit\u00e1ria Haver\u00e1 um aumento significativo na ajuda humanit\u00e1ria \u00e0 Faixa de Gaza, onde organiza\u00e7\u00f5es internacionais, incluindo a ONU, afirmam que a popula\u00e7\u00e3o enfrenta uma grave crise humanit\u00e1ria. Israel permite a entrada de ajuda no enclave, mas h\u00e1 uma discrep\u00e2ncia entre a quantidade permitida a entrar em Gaza e a que realmente chega \u00e0s pessoas necessitadas. Governan\u00e7a futura de Gaza Quem administrar\u00e1 Gaza ap\u00f3s a guerra \u00e9 uma inc\u00f3gnita nas negocia\u00e7\u00f5es. Parece que essa quest\u00e3o foi deixada de fora da proposta atual devido \u00e0 sua complexidade e \u00e0 probabilidade de atrasar um acordo limitado. Israel afirmou que n\u00e3o encerrar\u00e1 a guerra com o Hamas no poder. Tamb\u00e9m rejeitou que Gaza seja administrada pela Autoridade Palestina, entidade apoiada pelo Ocidente e criada sob os acordos de paz provis\u00f3rios de Oslo, h\u00e1 tr\u00eas d\u00e9cadas, que exerce soberania limitada na Cisjord\u00e2nia ocupada. Israel declarou desde o in\u00edcio de sua campanha militar em Gaza que manter\u00e1 o controle de seguran\u00e7a sobre o enclave ap\u00f3s o fim dos combates. A comunidade internacional insiste que Gaza deve ser administrada pelos palestinos, mas esfor\u00e7os para encontrar alternativas entre l\u00edderes da sociedade civil ou cl\u00e3s locais t\u00eam sido amplamente infrut\u00edferos. No entanto, houve discuss\u00f5es entre Israel, Emirados \u00c1rabes Unidos e Estados Unidos sobre uma administra\u00e7\u00e3o provis\u00f3ria para governar Gaza at\u00e9 que uma Autoridade Palestina reformada possa assumir o controle. <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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