Para o Itamaraty, segundo fontes ouvidas pela TV Globo e pela GloboNews, o balan\u00e7o das a\u00e7\u00f5es da pol\u00edtica externa do Brasil em 2024 \u00e9 considerado positivo. Em 2025, os eventos globais que ser\u00e3o sediados no pa\u00eds dever\u00e3o, na avalia\u00e7\u00e3o de diplomatas, demandar ainda mais esfor\u00e7os da diplomacia brasileira, especialmente com foco na postura que grandes pa\u00edses emergentes devem ter em mat\u00e9ria de compromisso ambiental. Negociadores do governo brasileiro esperam que o acordo seja assinado at\u00e9 o final deste ano. Entre os componentes que devem ser alvo de discuss\u00e3o, est\u00e3o as credenciais ambientais exigidas pelo bloco europeu. No pr\u00f3ximo ano, a expectativa \u00e9 que Lula adote uma agenda equilibrada, que alterne recep\u00e7\u00f5es de l\u00edderes mundiais com visitas a pa\u00edses. A maior parte das viagens do petista dever\u00e1 ter liga\u00e7\u00e3o com as c\u00fapulas que ser\u00e3o sediadas pelo Brasil. Ser\u00e3o, portanto, agendas com convites e costuras diplom\u00e1ticas. Confira a seguir, nesta reportagem, os pontos de aten\u00e7\u00e3o da diplomacia brasileira para 2025 (clique para seguir ao conte\u00fado): COP 30 Bel\u00e9m se prepara para a COP30 com obras de mobilidade urbana Apesar de celebrar a realiza\u00e7\u00e3o do evento no pa\u00eds, o governo brasileiro tem visto com preocupa\u00e7\u00e3o a carga de demandas que a c\u00fapula ter\u00e1 de resolver. Diplomatas ouvidos pela TV Globo e pela GloboNews destacam que tarefas escanteadas e n\u00e3o cumpridas pela COP 29, que aconteceu no Azerbaij\u00e3o, em 2024, dever\u00e3o pressionar a c\u00fapula brasileira. “A carga sobre n\u00f3s, sem d\u00favidas, ficou maior”, avaliou um diplomata envolvido na prepara\u00e7\u00e3o do evento em Bel\u00e9m. O grande foco da confer\u00eancia de Baku era estabelecer uma meta e criar fundos para mitigar os danos causados por mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, principalmente nos pa\u00edses mais vulner\u00e1veis. O acordo, no entanto, ficou aqu\u00e9m do que se esperava. Com isso, segundo especialistas, o peso de retomar o debate e avan\u00e7ar em acordos para a preserva\u00e7\u00e3o ambiental e clim\u00e1tica ser\u00e1 todo do Brasil. Para o Itamaraty, a COP 30 poder\u00e1 deixar como “grande legado” a renova\u00e7\u00e3o de compromissos com a redu\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es de gases poluentes e o t\u00e9rmino de debates que o Azerbaij\u00e3o n\u00e3o concluiu. A constru\u00e7\u00e3o desse “grande legado” dever\u00e1 passar pela atua\u00e7\u00e3o direta do presidente Lula, de acordo com diplomatas. Ele dever\u00e1 fazer viagens de campanha nos grandes pa\u00edses emissores, a exemplo da Fran\u00e7a, onde o petista pretende desembarcar em junho. Clique aqui para voltar ao in\u00edcio. Representantes de 35 pa\u00edses participam da reuni\u00e3o final da C\u00fapula dos BRICS Para analistas internacionais ligados ao governo, os principais desafios do Brasil presidindo o BRICS ser\u00e3o: trabalhar a imagem do bloco, muito associado \u00e0 postura antiocidental;pautar o debate sobre a intelig\u00eancia artificial;pautar o debate clim\u00e1tico; edebater a quest\u00e3o humanit\u00e1ria dos palestinos. Outro t\u00f3pico muito discutido pelos pa\u00edses que comp\u00f5em o Brics \u00e9 a ado\u00e7\u00e3o de uma moeda comum para realizar com\u00e9rcio sem o d\u00f3lar (relembre fala de Lula no v\u00eddeo abaixo). C\u00fapula do Brics: Lula defende nova moeda para negocia\u00e7\u00f5es e critica “neocolonialismo verde” Mas, segundo diplomatas, n\u00e3o est\u00e1 no horizonte da c\u00fapula de 2025 ter como resultado a cria\u00e7\u00e3o da moeda do bloco. “O Brics \u00e9 um produto do s\u00e9culo XXI. \u00c9 muito pouco prov\u00e1vel imaginar uma moeda comum do bloco que v\u00e1 servir de alternativa ao d\u00f3lar, na pr\u00e1tica. \u00c9 claro que isso n\u00e3o significa que n\u00e3o v\u00e1 haver avan\u00e7o no debate sobre o com\u00e9rcio entre pa\u00edses do bloco, a exemplo do que j\u00e1 ocorre com o Mercosul”, declarou um integrante da pol\u00edtica externa brasileira. Paralelamente ao Brics, o Brasil vai tentar realizar uma c\u00fapula do IBAS \u2014 o F\u00f3rum de Di\u00e1logo \u00cdndia, Brasil e \u00c1frica do Sul. \ud83d\udd0eO IBAS foi criado em 2003, mas perdeu for\u00e7a depois de a \u00c1frica do Sul entrar para o Brics em 2010. Agora, com a entrada de outros pa\u00edses no Brics, a percep\u00e7\u00e3o do Brasil \u00e9 de que um retorno do IBAS faria mais sentido, at\u00e9 mesmo para que Brasil, \u00cdndia e \u00c1frica do Sul mostrem autonomia em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 China. Para diplomatas, uma retomada do IBAS poderia significar uma esp\u00e9cie de contrapeso \u00e0 China, j\u00e1 que o Brics ampliado reduziu a influ\u00eancia do Brasil e aumentou a avalia\u00e7\u00e3o de que o bloco \u00e9 antiocidental, diante da agenda chinesa. Clique aqui para voltar ao in\u00edcio. China Lula e Xi Jinping assinam mais de 30 acordos de coopera\u00e7\u00e3o A avalia\u00e7\u00e3o da de integrantes do Itamaraty \u00e9 de que a rela\u00e7\u00e3o de Brasil e China se intensificou ainda mais com a visita de Estado do presidente chin\u00eas, Xi Jinping, a Bras\u00edlia (relembre no v\u00eddeo acima). O pa\u00eds asi\u00e1tico j\u00e1 \u00e9 o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009. E, segundo diplomatas, os contatos mais recentes abriram caminhos para que os dois pa\u00edses ampliem a parceria tamb\u00e9m nas \u00e1reas de investimentos e de ci\u00eancia e tecnologia. Clique aqui para voltar ao in\u00edcio. Viagens de Lula e visitas de Estado Lula embarca em viagem para a Europa \u2014 Foto: Ricardo Stuckert\/PR A ida de Lula aos dois pa\u00edses dever\u00e1 ser focada na agenda clim\u00e1tica, nos convites para as duas c\u00fapulas sediadas no Brasil e outros assuntos, como o com\u00e9rcio exterior. Em maio, o Brasil deve receber a visita de um presidente de pa\u00eds africano, durante as celebra\u00e7\u00f5es do Dia da \u00c1frica. No m\u00eas seguinte, o Canad\u00e1 sediar\u00e1 a c\u00fapula de l\u00edderes do G7 \u2014 grupo que re\u00fane as sete maiores economias do mundo. Lula poder\u00e1 ser convidado. Clique aqui para voltar ao in\u00edcio. Montagem com as fotos de Nicol\u00e1s Maduro (\u00e0 esquerda), Lula (ao centro) e Donald Trump (\u00e0 direita) \u2014 Foto: Leonardo Fernandez Viloria\/Reuters (Maduro), Ricardo Stuckert\/Presid\u00eancia da Rep\u00fablica (Lula) e Win Mcnamee\/Getty Images via AFP (Trump) Os \u00f3rg\u00e3os venezuelanos, no entanto, jamais apresentaram documentos que atestem a derrota do advers\u00e1rio de Maduro, Edmundo Gonz\u00e1lez, hoje exilado na Espanha. Tens\u00e3o em alta: Brasil envia comunicado \u00e0 Venezuela Ao longo de 2024, com o estremecimento na rela\u00e7\u00e3o, foram registradas ofensas do governo Maduro a Lula e seus assessores, al\u00e9m de amea\u00e7as \u00e0 diplomacia brasileira (relembre no v\u00eddeo acima). Segundo fontes ouvidas pela TV Globo e pela GloboNews, como resposta, se convidado, o Brasil s\u00f3 ser\u00e1 representado na posse pela embaixadora do pa\u00eds em Caracas, Gliv\u00e2nia Maria de Oliveira. Na avalia\u00e7\u00e3o de diplomatas brasileiros, o Brasil tem como desafio encontrar espa\u00e7o para, mesmo que com uma rela\u00e7\u00e3o fria como aposta, manter o m\u00e1ximo de portas abertas para um di\u00e1logo diplom\u00e1tico com a Venezuela. “O resultado eleitoral n\u00e3o foi o que o Brasil esperava, apesar das nossas tentativas para normalizar a situa\u00e7\u00e3o. Mas o mais importante neste processo foi ter mostrado a Maduro que h\u00e1 um custo pol\u00edtico grande em n\u00e3o respeitar observadores externos com o Brasil”, afirmou um membro do Itamaraty. Apesar de a diplomacia de Lula apostar no multilateralismo, que passa pela integra\u00e7\u00e3o regional da Am\u00e9rica, nos Estados Unidos, a agenda do futuro presidente norte-americano ir\u00e1 na dire\u00e7\u00e3o oposta. O presidente Luiz In\u00e1cio Lula da Silva n\u00e3o deve ir \u00e0 cerim\u00f4nia, que acontecer\u00e1 na capital americana, Washington. \u2795 Rubio \u00e9 filho de imigrantes cubanos e tem hist\u00f3rico de falas e posi\u00e7\u00f5es agressivas em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 Am\u00e9rica Latina. A cautela brasileira recai sobre a possibilidade de Trump adotar postura agressiva demais na regi\u00e3o, tentando influenciar na derrubada de governos. Para a diplomacia brasileira, o ponto primordial para aproximar a rela\u00e7\u00e3o entre os dois presidentes ser\u00e1 o trabalho da embaixada brasileira em Washington. O Brasil tamb\u00e9m sabe que enfrentar\u00e1 diverg\u00eancias com o governo americano em debates clim\u00e1ticos, que devem nortear a agenda internacional brasileira em 2025. Em raz\u00e3o disso, o governo brasileiro est\u00e1 atento \u00e0 escolha de quem ser\u00e1 o embaixador dos EUA em Bras\u00edlia e aos sinais que Trump dar\u00e1 \u00e0 extrema-direita brasileira. Apesar dos atritos, diplomatas destacam que alguns pontos podem trazer a chance de aproxima\u00e7\u00e3o no di\u00e1logo, como a capacidade dos dois pa\u00edses na produ\u00e7\u00e3o de energia renov\u00e1vel e f\u00f3ssil, al\u00e9m do interesse m\u00fatuo nos biocombust\u00edveis, o Brasil a partir da cana e os EUA a partir do milho. Clique aqui para voltar ao in\u00edcio. <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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