O per\u00edodo levantado corresponde ao intervalo dos meses de janeiro a novembro de 2024 em rela\u00e7\u00e3o a 2023, quando o n\u00famero de den\u00fancias foi de 155 para 191. Ao considerar apenas a regi\u00e3o atendida pelo MPT-15, que abrange as regi\u00f5es de Campinas, Piracicaba e Jundia\u00ed, o aumento foi de 82 den\u00fancias para 84. [veja gr\u00e1fico abaixo] N\u00ba de den\u00fancias recebidas de Ass\u00e9dio sexual no trabalho Fonte: Minist\u00e9rio P\u00fablico do Trabalho 15 (MPT-15) Segundo levantamento, entre os anos de 2021 e 2023, observando o ano completo de janeiro a dezembro, o n\u00famero de den\u00fancias \u00e9 crescente. O aumento foi de 320% no interior de S\u00e3o Paulo e 370% separando apenas a \u00e1rea de abrang\u00eancia do MPT 15. [veja gr\u00e1fico abaixo] N\u00ba de den\u00fancias recebidas de ass\u00e9dio sexual no trabalho Fonte: Minist\u00e9rio P\u00fablico do Trabalho 15 (MPT-15) A procuradora do MPT Danielle Olivares Corr\u00eaa considera que a alta no n\u00famero pode estar atribu\u00edda a maior conscientiza\u00e7\u00e3o do p\u00fablico. O tema est\u00e1 sendo mais abordado na sociedade e isso influencia no maior n\u00famero de den\u00fancias. “Hoje a mulher, ou aquela v\u00edtima de ass\u00e9dio sexual, tem conhecimento de que aquela pr\u00e1tica configura o ass\u00e9dio e ela se sente mais a vontade de fazer a den\u00fancia. Porque hoje a gente tem os canais bem anunciados publicamente, as pessoas t\u00eam mais acesso. Ent\u00e3o, na verdade, acredito que exista menos subnotifica\u00e7\u00e3o”, fala. MPT 15 registra aumento de 23% nas den\u00fancias de ass\u00e9dio sexual no trabalho no interior de S\u00e3o Paulo \u2014 Foto: Reprodu\u00e7\u00e3o EPTV O que \u00e9 Ass\u00e9dio Sexual? O Minist\u00e9rio P\u00fablico do Trabalho define ass\u00e9dio sexual no trabalho como \u201cconduta de natureza sexual, manifestada fisicamente, por palavras, gestos ou outros meios, propostas ou impostas a pessoas contra sua vontade, causando-lhe constrangimento e violando a sua liberdade sexual\u201d Segundo a procuradora, existem dois tipos de ass\u00e9dio sexual que os direitos trabalhistas englobam: Por intimida\u00e7\u00e3o, que pode ser uma cantada, toque e mensagens de natureza sexual impostas;Por chantagem, se enquadra como criminal e \u00e9 praticado por um superior hier\u00e1rquico em rela\u00e7\u00e3o ao subordinado. Uma lei de 2022 obriga as empresas a estabelecerem condutas contra o ass\u00e9dio sexual no emprego. As Comiss\u00f5es Internas de Preven\u00e7\u00e3o a Acidentes (CIPAS), devem enfrentar esse tipo de situa\u00e7\u00e3o com servi\u00e7o de acolhimento \u00e0 v\u00edtima e canal de den\u00fancia. De acordo com Corr\u00eaa, as empresas que ainda n\u00e3o possuem diretrizes sobre o assunto est\u00e3o sujeitas a puni\u00e7\u00f5es e podem ser autuadas pela auditoria fiscal do trabalho, como sofrer uma a\u00e7\u00e3o civil p\u00fablica movida pelo Minist\u00e9rio P\u00fablico do Trabalho. MPT 15 registra aumento de 23% nas den\u00fancias de ass\u00e9dio sexual no trabalho no interior de S\u00e3o Paulo \u2014 Foto: Reprodu\u00e7\u00e3o EPTV “Eu acabei sem nada” Uma jovem que trabalha na \u00e1rea m\u00e9dica e n\u00e3o quis se identificar, falou \u00e0 EPTV, afiliada da rede Globo, que foi assediada por um superior durante 7 meses. O caso teria come\u00e7ado ap\u00f3s ela receber ajuda de um coordenador com um problema que teve com um paciente. Ela diz que o coordenador come\u00e7ou a falar que ela devia o emprego a ele, fazendo propostas indecentes e em um epis\u00f3dio chegou a puxar o cabelo dela. “Quando n\u00f3s est\u00e1vamos sozinhos ele dizia que se eu quisesse uma folga eu precisava dar um beijo nele ou ele fazia coment\u00e1rios insinuativos, ou ele abra\u00e7ava de maneira intimidadora […] ele deixava muito claro que qualquer coisa que eu precisasse dentro da empresa ele faria desde que eu cooperasse com ele de uma forma sexualmente falando”, lembra. A mulher denunciou o homem diretamente para o diretor da empresa sobre o ass\u00e9dio feito recorrentemente, mas nada aconteceu. Ent\u00e3o procurou uma advogada e foi orientada a pedir a demiss\u00e3o indireta e ela parou de ir trabalhar e foi demitida por justa causa. Em seguida, fez um boletim de ocorr\u00eancia, levou a den\u00fancia ao Coren (Conselho Regional de Enfermagem de S\u00e3o Paulo) e denunciou a empresa. O processo est\u00e1 acontecendo e o coordenador continua na mesma ocupa\u00e7\u00e3o. “Eu acabei sem nada, sai com uma m\u00e3o na frente e outra atr\u00e1s. Sem nenhum respaldo, nem m\u00e9dico, nem de apoio e nem financeiro”, diz. MPT 15 registra aumento de 23% nas den\u00fancias de ass\u00e9dio sexual no trabalho no interior de S\u00e3o Paulo \u2014 Foto: Reprodu\u00e7\u00e3o EPTV “N\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 uma brincadeira, leve mais a s\u00e9rio, isso \u00e9 ass\u00e9dio” Com caso aconteceu com uma jovem, que diz ter sido assediada numa empresa de arquitetura quando era estagi\u00e1ria. Neste caso, ela contou que um vendedor fazia brincadeiras inapropriadas, perguntando sobre as partes \u00edntimas, como ela se tocava, etc. Ela fez a den\u00fancia para a empresa, mas o assediador foi considerado um brincalh\u00e3o e n\u00e3o levaram adiante. Em outro momento, ela tentou ajudar a amiga em uma confus\u00e3o na parte externa do escrit\u00f3rio e isso resultou na demiss\u00e3o das duas. A mulher procurou um advogado que est\u00e1 com o caso pronto para ingressar com processo, por\u00e9m ela continua com medo de dar in\u00edcio por temer retalia\u00e7\u00e3o na \u00e1rea em que trabalha. “Tinha uma amiga dentro da empresa que ela passava pela mesma coisa que eu e falava que isso \u00e9 ass\u00e9dio. Eu falava, ‘voc\u00ea tem certeza? Porque eu acho que \u00e9 uma brincadeira’. Vinha com uma naturalidade sutil, e ela falava ‘n\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 uma brincadeira, leve mais a s\u00e9rio, isso \u00e9 ass\u00e9dio’, conta. V\u00cdDEOS: tudo sobre Campinas e regi\u00e3o <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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