{"id":43418,"date":"2024-12-03T15:04:00","date_gmt":"2024-12-03T18:04:00","guid":{"rendered":"https:\/\/tvdescalvado.com.br\/representantes-de-faculdade-de-direito-sul-africana-visitam-a-puc-campinas\/"},"modified":"2024-12-03T15:04:00","modified_gmt":"2024-12-03T18:04:00","slug":"representantes-de-faculdade-de-direito-sul-africana-visitam-a-puc-campinas","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/tvdescalvado.com.br\/representantes-de-faculdade-de-direito-sul-africana-visitam-a-puc-campinas\/","title":{"rendered":"Representantes de Faculdade de Direito sul-africana visitam a PUC-Campinas"},"content":{"rendered":"
Representantes da prestigiosa Faculdade de Direito da University of Fort Hare, localizada na prov\u00edncia do Cabo Oriental, na \u00c1frica do Sul, uma das mais importantes do pa\u00eds africano, visitaram a PUC-Campinas entre os dias 18 e 20 de novembro, na Semana da Consci\u00eancia Negra, a fim de celebrar um amplo acordo de coopera\u00e7\u00e3o entre ambas as institui\u00e7\u00f5es e um conv\u00eanio espec\u00edfico entre as faculdades de Direito, que inclui, dentre outras diretrizes, a mobilidade de estudantes de gradua\u00e7\u00e3o e p\u00f3s-gradua\u00e7\u00e3o, professores e pesquisadores entre as universidades. Durante a estadia no Brasil, o Prof. Dr. Enyinna Sodienye Nwauche, professor da Faculdade de Direito; o Prof. Dr. Mzukisi Njotini, decano da Faculdade de Direito e presidente da Associa\u00e7\u00e3o de Decanos de Direito da \u00c1frica do Sul; e a bacharel em Direito, candidata ao Mestrado em Direito em Regulamenta\u00e7\u00e3o da Concorr\u00eancia e assistente de pesquisa do professor Nwauche, Alizwa Zisile, ir\u00e3o participar, amanh\u00e3, da 24\u00aa Marcha Zumbi dos Palmares, que ter\u00e1 in\u00edcio na Esta\u00e7\u00e3o Cultura, no Centro de Campinas, \u00e0s 9h, e seguir\u00e1 at\u00e9 o Largo do Ros\u00e1rio, celebrando o Dia Nacional de Zumbi e da Consci\u00eancia Negra. Durante a visita, os representantes da Faculdade de Direito da University of Fort Hare conheceram v\u00e1rias das instala\u00e7\u00f5es do Campus I, incluindo o CEAAB e os pr\u00e9dios dos EHJS, ao lado de dois estudantes africanos e intercambistas da PUC-Campinas; do ativista da Rede Afro LGBT, C\u00e9sar Gomes; e de membros do Departamento de Rela\u00e7\u00f5es Externas (DRE) da Universidade. \u2014 Foto: Cr\u00e9dito: Divulga\u00e7\u00e3o De acordo com o coordenador do Departamento de Rela\u00e7\u00f5es Externas da PUC-Campinas (DRE), Prof. Me. Carlos Eduardo Pizzolatto, o convite da PUC-Campinas aos representantes da universidade sul-africana foi realizado para esta data, exatamente, por conta do simbolismo e import\u00e2ncia do Dia da Consci\u00eancia Negra. Ele lembra ainda que a Faculdade de Direito da Universidade de Fort Hare trabalha fortemente com a quest\u00e3o dos direitos humanos, \u201ctendo um programa de p\u00f3s-gradua\u00e7\u00e3o bastante focado nessa \u00e1rea\u201d e que por isso mesmo, \u201cn\u00f3s achamos que seria bastante prop\u00edcia a visita deles durante este per\u00edodo relativo ao Dia da Consci\u00eancia Negra\u201d. Nos dias de visita, os representantes da universidade sul-africana participaram de uma s\u00e9rie de atividades na PUC-Campinas. \u201cNa segunda-feira, pela manh\u00e3, o professor Njotini ministrou, na Sala do J\u00fari, na Escola de Ci\u00eancias Humanas, Jur\u00eddicas e Sociais (EHJS), no Campus I, uma palestra para os alunos da Faculdade de Direito da PUC-Campinas, com transmiss\u00e3o para a Universidade de Fort Hare, intitulada \u201cUniversidades e Direitos Humanos em Uma Sociedade em Constante Evolu\u00e7\u00e3o\u201d. Posteriormente, n\u00f3s realizamos uma roda de conversa no Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros \u2018Nic\u00e9a Quintino Amauro\u2019 (CEAAB), com as presen\u00e7as da coordenadora do CEAAB, Profa. Dra. Waleska Miguel Batista; da presidente da Associa\u00e7\u00e3o dos Religiosos de Matriz Africana de Campinas e Regi\u00e3o (Armac) e membro do CEAAB, Comendadora Edna Almeida Louren\u00e7o; dos analistas de rela\u00e7\u00f5es internacionais do DRE, Evandro Martins e Marcos Regina Moreira; do ativista da Rede Afro LGBT, C\u00e9sar Gomes; e dos estudantes africanos intercambistas da PUC-Campinas, Hermenegildo de Oliveira, de Angola, e Abubacar Banor\u00e1, da Guin\u00e9-Bissau\u201d, comenta Pizzolatto. Na ter\u00e7a-feira, o professor Nwauche e a sua assistente de pesquisa, Alizwa Zisile, tamb\u00e9m proferiram a palestra \u201cConstitucionalismo Transformador no Setor de Cultura e Artes da \u00c1frica do Sul\u201d. Na parte da tarde, houve a discuss\u00e3o das cl\u00e1usulas referentes a assinatura do acordo de coopera\u00e7\u00e3o entre a PUC-Campinas e a Universidade de Fort Hare. A formaliza\u00e7\u00e3o, segundo o professor Pizzolatto, deve ocorrer em breve. Na ter\u00e7a-feira, o professor Enyinna Sodienye Nwauche e a sua assistente de pesquisa, Alizwa Zisile, proferiram uma palestra na Sala do J\u00fari da Escola de Ci\u00eancias Humanas, Jur\u00eddicas e Sociais (EHJS). \u2014 Foto: Cr\u00e9dito: Divulga\u00e7\u00e3o Para o Prof. Dr. Mzukisi Njotini, decano da Faculdade de Direito da University of Fort Hare, a possibilidade da realiza\u00e7\u00e3o desse acordo de coopera\u00e7\u00e3o entre a PUC-Campinas e a Fort Hare \u00e9 alta, em especial, pelos diversos pontos em comum entre ambas as institui\u00e7\u00f5es naquilo que se refere a busca pelos mais elevados n\u00edveis de ensino. Ele explica ainda que \u00e9 importante aproveitar as oportunidades oferecidas pela integra\u00e7\u00e3o existente entre Brasil e \u00c1frica do Sul atrav\u00e9s do BRICS para garantir que as institui\u00e7\u00f5es que operam nos pa\u00edses do bloco estabele\u00e7am liga\u00e7\u00f5es mais estreitas entre si. \u201cA ideia \u00e9 formarmos conex\u00f5es ou encontrar \u00e1reas onde possamos aprimorar os processos educativos e aumentar o apoio aos alunos atrav\u00e9s de programas de interc\u00e2mbio estudantil e isto n\u00e3o deve acabar por a\u00ed, pois, o que n\u00f3s realmente queremos \u00e9 encontrar maneiras pelas quais possamos fazer parcerias naquilo se refere a pesquisa e ao ensino de qualidade, sempre conversando com os governos de nossos pa\u00edses\u201d, comenta o decano da Faculdade de Direito da universidade sul-africana. O evento, voltado para os alunos da Faculdade de Direito da PUC-Campinas, teve como tema o \u201cConstitucionalismo Transformador no Setor de Cultura e Artes da \u00c1frica do Sul\u201d. \u2014 Foto: Cr\u00e9dito: Divulga\u00e7\u00e3o A coordenadora do CEAAB, Profa. Dra. Waleska Miguel Batista, considera a visita grandiosa, em especial porque acontece em plena semana do Dia da Consci\u00eancia Negra, em seu primeiro ano como feriado nacional, e tamb\u00e9m pelo fato de a PUC-Campinas mostrar todo o combate antirracista que a Institui\u00e7\u00e3o realiza. Os representantes da University of Fort Hare participaram de uma roda de conversa no CEAAB que contou ainda com as presen\u00e7as da coordenadora do local, Profa. Dra. Waleska Miguel Batista; da presidente da Associa\u00e7\u00e3o dos Religiosos de Matriz Africana de Campinas e Regi\u00e3o (Armac) e membro do CEAAB, Comendadora Edna Almeida Louren\u00e7o; de membros do DRE; do ativista da Rede Afro LGBT, C\u00e9sar Gomes; e de dois estudantes africanos intercambistas da PUC-Campinas: Hermenegildo de Oliveira, de Angola, e Abubacar Banor\u00e1, da Guin\u00e9-Bissau. \u2014 Foto: Cr\u00e9dito: Divulga\u00e7\u00e3o \u201cTrazer representantes de uma grande universidade sul-africana para que estes fa\u00e7am uma visita e realizem tratativas para uma poss\u00edvel coopera\u00e7\u00e3o mostra todo o combate antirracista da PUC-Campinas, pois n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 falarmos sobre o combate antirracista em si, mas \u00e9 o ato de se trazer pesquisadores e professores intelectuais, negros, para debater sobre constitui\u00e7\u00e3o e direitos humanos, o que atravessa tamb\u00e9m o debate de combate a toda forma de discrimina\u00e7\u00e3o\u201d, explica a coordenadora do CEAAB. Ela continua dizendo que \u201cpara o Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros \u2018Dra. Nic\u00e9a Quintino Amauro\u2019 \u00e9 um imenso prazer e orgulho ter esses docentes aqui conosco, agregando conhecimento ao longo desta semana em que a gente vai refor\u00e7ar todo o nosso antirracismo, com debates e palestras que acontecer\u00e3o aqui na PUC-Campinas e em toda a cidade de Campinas, como a Marcha Zumbi dos Palmares\u201d. Segundo a presidente da Associa\u00e7\u00e3o dos Religiosos de Matriz Africana de Campinas e Regi\u00e3o (Armac) e membro do CEAAB, Comendadora Edna Almeida Louren\u00e7o, \u201ctodos os pa\u00edses t\u00eam de ser ricos de forma\u00e7\u00e3o, de instru\u00e7\u00e3o, pois a primeira riqueza que n\u00f3s temos na vida tem de ser a educa\u00e7\u00e3o, ent\u00e3o, quando a gente tem a \u00c1frica aqui representada atrav\u00e9s dos nossos irm\u00e3os, no M\u00eas da Consci\u00eancia Negra, principalmente nessa semana, nesse espa\u00e7o voltado para n\u00f3s, \u00e9 que n\u00f3s percebemos que estamos a cada dia avan\u00e7ando mais e comprovando que a PUC-Campinas tem um grande compromisso em ser antirracista e isso \u00e9 um presente que vem coroar o nosso trabalho\u201d. Marcha Zumbi dos Palmares Sobre a Marcha Zumbi dos Palmares, da qual os representantes da University of Fort Hare tamb\u00e9m participar\u00e3o, a Comendadora Edna esclarece que a luta do movimento negro campineiro era a de conseguir um feriado municipal, o que foi obtido e \u201cagora, desde 21 de dezembro do ano passado, ele \u00e9 nacional, mas n\u00f3s ainda sa\u00edmos \u00e0 rua para pedir basta ao racismo e \u00e9 por essa transversalidade de tantos locais em que o racismo ainda \u00e9 praticado \u00e9 que a marcha traz em suas faixas, em suas manifesta\u00e7\u00f5es, toda a nossa luta e o nosso desejo por respeito, dignidade e igualdade de oportunidades. Isso \u00e9 o que n\u00f3s queremos. E a gente sonha em deixar um legado para os nossos pequenos e pequenas no sentido de sedimentar o caminho no combate ao racismo\u201d. A Comendadora encerra dizendo que \u201cn\u00f3s temos que deixar um legado para o futuro. Eu sou bisneta de Clara Eg\u00eddio de Sousa Aranha, que foi escravizada, e ela preparou o caminho para que eu pudesse lutar e eu tenho que preparar esse mesmo caminho para as crian\u00e7as de agora, porque ainda h\u00e1 muito pelo que lutar, muito o que combater e \u00e9 por isso que n\u00f3s marchamos\u201d. <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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