Cabeludinha, guapirijuba, caf\u00e9-cabeludo, jabuticaba-amarela, peludinha e vassourinha-da-praia. Esses s\u00e3o alguns nomes populares da Myrciaria glazioviana, uma planta nativa do Brasil, encontrada em \u00e1reas da Mata Atl\u00e2ntica e de restinga. (CORRE\u00c7\u00c3O: o Terra da Gente errou ao associar a cabeludinha (Myrciaria glazioviana) ao nome popular n\u00easpera, que nomeia a esp\u00e9cie Eriobotrya japonica. A informa\u00e7\u00e3o foi atualizada \u00e0s 14h25 deste s\u00e1bado, 30 de novembro). O nome \u201ccabeludinha\u201d faz men\u00e7\u00e3o aos frutos da planta, que tem tricomas – estruturas parecidas com pelos – espalhados por sua casca. Eles s\u00e3o esbranqui\u00e7ados, quando o fruto est\u00e1 imaturo, e t\u00eam apar\u00eancia mais parecida com uma l\u00e3, quando maduros. Curador do herb\u00e1rio do Departamento de Biologia da FFCLRP-USP, o bot\u00e2nico Milton Groppo explica que a esp\u00e9cie tem coletas de popula\u00e7\u00f5es nativas conhecidas para o Nordeste (Alagoas, Bahia), Sudeste (Esp\u00edrito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro) e Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina). Frutos de cabeludinha (Myrciaria glazioviana) registrados no Jardim Nova Europa, em Campinas (SP) \u2014 Foto: Nelson Wisnik\/iNaturalist \u201cParente\u201d da jabuticaba, ambas as esp\u00e9cies pertencem \u00e0 fam\u00edlia Myrtaceae, grupo que inclui quase 6 mil plantas. A cabeludinha n\u00e3o \u00e9 considerada amea\u00e7ada, embora suas popula\u00e7\u00f5es estejam sendo reduzidas devido ao desmatamento da Mata Atl\u00e2ntica. \u201cDado o seu porte n\u00e3o muito grande e beleza, a cabeludinha pode ser usada na arboriza\u00e7\u00e3o de ruas, pra\u00e7as e parques. As flores atraem muitas abelhas e os frutos podem ser consumidos por aves e primatas. \u00c9 importante o cultivo de plantas nativas e raras, pois estas interagem com a fauna nativa e \u00e9 uma maneira de proteger essas esp\u00e9cies de serem extintas\u201d, comenta. Com r\u00e1pido crescimento, a planta vive bem em climas tropical a subtropical (\u00famidos), al\u00e9m de climas temperados onde chove mais. N\u00e3o se adapta muito a temperaturas altas, mas pode crescer nesses ambientes se receber bastante \u00e1gua. Pode viver muitos anos. Na explica\u00e7\u00e3o do bot\u00e2nico, a \u00e1rvore mede de 2 a 4 metros de altura, com tronco de at\u00e9 10 metros de di\u00e2metro. As folhas na base t\u00eam uma pelugem escura e curta. Junto das folhas, ficam aglomera\u00e7\u00f5es de 3 a 15 flores. Suas p\u00e9talas s\u00e3o creme e tem muitos estames brancos. Fruto imaturo da cabeludinha registrado em Timb\u00f3 (SC) \u2014 Foto: Patricia Mees\/iNaturalist O fruto \u00e9 globoso, mas um pouco achatado, esbranqui\u00e7ado quando imaturo e amarelo intenso ao amadurecer, com a casca coberta de pelos. A polpa lembra a polpa da jabuticaba, sendo esbranqui\u00e7ada e com uma a tr\u00eas sementes por fruto. Sabor doce com leve acidez Os frutos da cabeludinha podem ser consumidas in natura, mas tamb\u00e9m em forma de sucos, doces, sorvetes e licores. O gosto da polpa \u00e9 doce, mas mais \u00e1cido que o sabor da jabuticaba. No entanto, esses frutos s\u00e3o menos consumidos que os da jabuticaba. Um dos motivos da baixa explora\u00e7\u00e3o comercial est\u00e1 no fato de seus frutos amadurecem rapidamente e serem sens\u00edveis ao transporte, tornando-a mais comum em pomares dom\u00e9sticos. De acordo com o bot\u00e2nico, a esp\u00e9cie raramente cultivada \u00e9 rica em fibras, atua no organismo como fonte natural de a\u00e7\u00facar e cont\u00e9m muita vitamina C. Al\u00e9m disso, estudos cient\u00edficos mostram a\u00e7\u00f5es antimicrobianas e analg\u00e9sicas associadas ao consumo. V\u00cdDEOS: Destaques Terra da Gente <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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