{"id":42725,"date":"2024-11-27T12:58:00","date_gmt":"2024-11-27T15:58:00","guid":{"rendered":"https:\/\/tvdescalvado.com.br\/portugal-jovens-quero-escuta-los-compreende-los-ler-os-sinais-dos-tempos\/"},"modified":"2024-11-27T12:58:00","modified_gmt":"2024-11-27T15:58:00","slug":"portugal-jovens-quero-escuta-los-compreende-los-ler-os-sinais-dos-tempos","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/tvdescalvado.com.br\/portugal-jovens-quero-escuta-los-compreende-los-ler-os-sinais-dos-tempos\/","title":{"rendered":"Portugal, jovens: \u201cquero escut\u00e1-los, compreend\u00ea-los, ler os sinais dos tempos\u201d"},"content":{"rendered":"

Pedro Carvalho \u00e9 o novo coordenador do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil em Portugal e vai dedicar-se a tempo inteiro a esta miss\u00e3o. Rui Saraiva \u2013 Portugal A pastoral juvenil em Portugal tem um novo coordenador nacional. \u00c9 leigo, natural da diocese de Aveiro, \u00e9 casado e tem tr\u00eas filhos, o Salvador, o Sebasti\u00e3o e o Salom\u00e3o. Soma 20 anos de matrim\u00f3nio com a Catarina Pereira e foi em Roma, no Jubileu do ano 2000, que decidiram casar. Um novo coordenador para a pastoral juvenil nacional Chama-se Pedro Carvalho e em 2024 celebra 48 anos. \u00c9 licenciado em Educa\u00e7\u00e3o F\u00edsica com mestrado em Gest\u00e3o Desportiva. Deixa agora o munic\u00edpio de S. Jo\u00e3o da Madeira, onde \u00e9 t\u00e9cnico superior h\u00e1 14 anos, para se dedicar a tempo inteiro \u00e0 pastoral juvenil nacional. Ao longo da sua vida envolveu-se na coordena\u00e7\u00e3o de projetos paroquiais e diocesanos com destaque para a coordena\u00e7\u00e3o do Festival Jota 2009 e a prepara\u00e7\u00e3o da Jornada Mundial da Juventude de Lisboa no Comit\u00e9 Organizador Diocesano de Aveiro. O novo coordenador do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil em Portugal foi o convidado no Domingo de Cristo-Rei, Dia Mundial da Juventude, da entrevista conjunta da R\u00e1dio Renascen\u00e7a e da Ag\u00eancia Ecclesia. O respons\u00e1vel promete \u201couvir os jovens\u201d. \u201cQuero escut\u00e1-los, compreend\u00ea-los, ler os sinais dos tempos\u201d, diz Pedro Carvalho. A entrevista foi conduzida pelos jornalistas Henrique Cunha da R\u00e1dio Renascen\u00e7a e Oct\u00e1vio Carmo da Ag\u00eancia Ecclesia. Por onde vais come\u00e7ar o teu trabalho? Primeiro, ouvir muito, ouvir os jovens, ouvir as estruturas. Temos que pensar de duas formas: h\u00e1 uma coisa que s\u00e3o os jovens, h\u00e1 outra coisa que s\u00e3o as estruturas. Temos duas vias para trabalhar. A estrutura do departamento pastoral juvenil, com os secretariados, com as congrega\u00e7\u00f5es e com os movimentos, e, depois, temos mais uma via que s\u00e3o os jovens. Temos que pensar em canais de comunica\u00e7\u00e3o entre todos, pensar como \u00e9 que podemos ser mais eficazes na transmiss\u00e3o do Evangelho ou na nossa evangeliza\u00e7\u00e3o. Isso \u00e9 uma parte. A outra parte foi o que me fez estar. Foi pelos jovens e com eles querer embarcar nesta grande aventura e ser mais um a ajudar a construir caminhos a partir do amor e da beleza. Quero escut\u00e1-los, compreend\u00ea-los, ler os sinais dos tempos com eles e levarmos juntos esta pastoral juvenil. Sabemos que ir ao encontro dos jovens implica conhecer as suas prioridades, os seus problemas. H\u00e1 uma inten\u00e7\u00e3o da parte dos bispos de criar um novo quadro para a pastoral juvenil, como foi dito no comunicado final da \u00faltima Assembleia Plen\u00e1ria da CEP, e esse quadro vai implicar um per\u00edodo de escuta. Vai ser preciso ter esta escuta pr\u00e9via antes de se avan\u00e7ar propriamente com propostas concretas? Sim. H\u00e1 um mar enorme de desafios na pastoral juvenil, um mar enorme. E das muitas mensagens que o Papa Francisco nos deixou h\u00e1 uma interessant\u00edssima, deixado no Mosteiro dos Jer\u00f3nimos, que \u00e9 falar para n\u00f3s, para a estrutura. Vale a pena a todos n\u00f3s, que estamos na estrutura eclesial, todos os departamentos, todos os secretariados, ler aquele discurso do Papa Francisco. Ele a\u00ed deixou-nos uma miss\u00e3o irrecus\u00e1vel: pediu-nos para nos aventurarmos no mar da evangeliza\u00e7\u00e3o e da miss\u00e3o. Indicou-nos os caminhos: fazermo-nos ao largo, levarmos juntos por diante a pastoral e n\u00e3o termos medo de nos tornarmos, efetivamente, pescadores de homens. Portanto, o desafio da Confer\u00eancia Episcopal \u00e9 isto que j\u00e1 estamos a fazer: h\u00e1 um novo quadro, pode haver um novo quadro de refer\u00eancia, h\u00e1 uma base de trabalho, e essa base de trabalho vai ser de escuta com as estruturas e tamb\u00e9m com os jovens. Para qu\u00ea? Para conseguirmos comunicar, comunicar com a mesma linguagem. Se conseguirmos perceber que s\u00e3o estas as “guidelines” que temos, mais f\u00e1cil ser\u00e1 comunicar. Depois da Jornada Mundial da Juventude, ficou a sensa\u00e7\u00e3o de que volt\u00e1mos a uma certa letargia, a sensa\u00e7\u00e3o de que aquela a lufada de ar que a Jornada foi capaz de insuflar, se foi perdendo na espuma dos dias. Acreditas que ainda estamos a tempo de arrepiar caminho? Eu acredito e tenho visto muitos projetos fant\u00e1sticos a acontecer no territ\u00f3rio e em todas as dioceses. Acredito e acredito que h\u00e1 sempre um laborat\u00f3rio de experimenta\u00e7\u00e3o, de evangeliza\u00e7\u00e3o em cada par\u00f3quia, em cada diocese. Tenho visto muitos projetos muito bons, mas o maior desafio \u00e9 ousar sonhar coisas grandes com os jovens, isto \u00e9, n\u00f3s temos que trabalhar com os jovens, n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para eles e por eles, mas trabalhar com eles. Que que sejam eles os nossos grandes inspiradores e percebamos quais s\u00e3o os anseios deles. A Pastoral Juvenil, tradicionalmente, \u00e9 pensada como algo que se passa aos jovens. H\u00e1 iniciativas para os jovens, eles s\u00e3o destinat\u00e1rios… H\u00e1 mensagens que se t\u00eam de passar aos jovens. A experi\u00eancia da JMJ em concreto mostrou que estamos prontos para que eles sejam protagonistas? Claro. Eles t\u00eam de ser os protagonistas. Devem ter o palco para eles, serem ousados, serem po\u00e9ticos e serem criativos. E isto tem que nos fazer sair, pois temos esta Igreja de sa\u00edda. Mas permitam-me dizer uma coisa: estes jovens de agora s\u00e3o os jovens que passaram muito tempo em solid\u00e3o, na solid\u00e3o da pandemia. Reparem: um jovem que tem agora 19 anos passou a sua adolesc\u00eancia na pandemia. Portanto, temos que compreend\u00ea-los. Compreender todas as suas inquietudes, as suas fragilidades, questionar, falar com eles, refletir em todas as dimens\u00f5es, desde a ecologia ao desenvolvimento sustentado, educa\u00e7\u00e3o e trabalho, a sa\u00fade, a sa\u00fade mental, as depend\u00eancias, a solid\u00e3o, a sociedade, o aumento do custo de vida. Temos que ter uma linguagem f\u00e1cil e compreensiva. Eu acho que o maior desafio \u00e9 conseguirmos que os jovens de hoje sejam crist\u00e3os no dia-a-dia e que ocupem o espa\u00e7o p\u00fablico. Isto \u00e9 dif\u00edcil, mas cabe-nos a n\u00f3s, animadores, acompanhadores dos jovens, dar-lhes ferramentas para que eles consigam perceber como \u00e9 que eu posso, no espa\u00e7o p\u00fablico, na sociedade, ser crist\u00e3o e ter uma voz neste espa\u00e7o, no meu territ\u00f3rio. A import\u00e2ncia de se reverem na igreja? Sim, sim. Acho que \u00e9 f\u00e1cil rever-se na igreja. \u00c0s vezes, o que \u00e9 necess\u00e1rio \u00e9 mudarmos um bocadinho o “chip”, n\u00e3o \u00e9? Ou melhor, vamos l\u00e1 ver: como \u00e9 que os jovens podem rever-se na Igreja? Temos que perceber qual \u00e9 o algoritmo deles, qual \u00e9 o algoritmo que eles querem, n\u00e3o \u00e9? “Isto \u00e9 fixe, isto \u00e9 uau!!!” N\u00f3s queremos criar espanto nos jovens, temos que ter essa capacidade para que eles possa dizer “uau, a Igreja est\u00e1 comigo, acompanha-me.” Muitas vezes, \u00e9 dif\u00edcil para n\u00f3s, metermos a igreja no algoritmo deles, seja nas redes sociais, seja na vida. Mas, mais do que redes virtuais, temos que conseguir que eles tenham redes de jovens que consigamos unir. \u00c9 isso um dos meus prop\u00f3sitos na minha miss\u00e3o: conseguir perceber os jovens portugueses, conseguirmos unir as suas inquietudes. Porque h\u00e1 uns que t\u00eam uma e vamos falar com estes, h\u00e1 outros que t\u00eam outra com o ambiente, vamos falar com esses jovens. N\u00e3o podemos \u00e9 ter todos os jovens a falar sempre para os mesmos, porque eles t\u00eam inquietudes diferentes. Desse ponto de vista \u00e9 tamb\u00e9m um sinal importante confiar num leigo para dinamizar um setor t\u00e3o importante como o da rela\u00e7\u00e3o da Igreja com os jovens? Sim, \u00e9 um sinal. Obviamente, \u00e9 um sinal. A Confer\u00eancia Episcopal foi ousada nesta vis\u00e3o para a Pastoral Juvenil. Eu tenho essa responsabilidade, sou o primeiro que me vou dedicar em pleno \u00e0 Pastoral Juvenil. Isto permite que eu consiga cooperar, sonhar, arriscar, criar e partir rumo ao outro, terra a terra, diocese a diocese. Este tempo d\u00e1-me tempo para eu estar com eles e d\u00e1-me tempo para eu alegrar-me com a alegria deles, d\u00e1-me tempo para pensar nas suas inquietudes e, depois, pensarmos juntos, enquanto estrutura eclesial e estrutura da Igreja, em busca das melhores propostas. Eu acredito nas redes da Igreja, acredito tamb\u00e9m que temos que aprofund\u00e1-las, aprofundar esta liga\u00e7\u00e3o bispos-p\u00e1rocos-leigos-congrega\u00e7\u00f5es-movimentos… Os pr\u00f3prios departamentos da CEP. Temos que estar todos ligados, em sintonia, sintonizados. Acab\u00e1mos de falar em estar juntos, em redes, o que remete para o processo sinodal que o Papa Francisco lan\u00e7ou. Esta experi\u00eancia dos \u00faltimos anos, em particular dos \u00faltimos tr\u00eas, pode inspirar novas experi\u00eancias de encontro nas par\u00f3quias, nas universidades, nos locais onde os jovens est\u00e3o? Eu encontrei, e foi muito bom encontrar, companheiros do entusiasmo da juventude. Encontrei-os e eles est\u00e3o aqui, eles est\u00e3o por a\u00ed, eu vou tocar-lhes \u00e0 porta. Mais uma vez, \u00e9 preciso sermos Igreja em sa\u00edda. Os dias nas dioceses s\u00e3o um bom exemplo de Igreja em sa\u00edda. Se h\u00e1 bom exemplo de igreja sinodal, foi aquele que foi vivido na constru\u00e7\u00e3o da Jornada Mundial da Juventude. Quem passou, como eu passei, por todas as dioceses e viu o empenho de todas as comunidades, dos 8 aos 80 anos ou aos 90 anos, percebe o que estou a dizer. E a forma como vimos a distribui\u00e7\u00e3o de tarefas… A pessoa que tinha jeito para as finan\u00e7as estava nas finan\u00e7as, a pessoa que tinha jeito para a comunica\u00e7\u00e3o estava na comunica\u00e7\u00e3o. Cri\u00e1mos tantas comunidades, tantas, tantas… Eu sou testemunha do entusiasmo das par\u00f3quias de Aveiro e de todo o pa\u00eds, porque consegui percorrer o pa\u00eds. Foi um grande laborat\u00f3rio de sinodalidade, um grande exemplo. Se quisermos, temos grandes exemplos para mostrar e dizer “aqui foi poss\u00edvel”. J\u00e1 vivemos essa sinodalidade e temos de continuar. Por uma pastoral juvenil sinodal e mission\u00e1ria A Assembleia Plen\u00e1ria da Confer\u00eancia Episcopal Portuguesa em comunicado declara sobre a nova nomea\u00e7\u00e3o para a coordena\u00e7\u00e3o da pastoral juvenil: \u201cReconhecendo a necessidade de constituir uma equipa nacional que tenha total disponibilidade para um trabalho de contacto e proximidade com as realidades locais, procurando promover uma pastoral juvenil sinodal mission\u00e1ria, a Assembleia nomeou o Dr.\u00a0Pedro Carvalho, leigo da Diocese de Aveiro,\u00a0como novo coordenador, a tempo inteiro, do Departamento Nacional de Pastoral Juvenil\u201d. Laudetur Iesus Christus Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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