{"id":41868,"date":"2024-11-20T13:45:00","date_gmt":"2024-11-20T16:45:00","guid":{"rendered":"https:\/\/tvdescalvado.com.br\/cria-de-projeto-social-e-cantora-conheca-a-empreendedora-que-fundou-festival-de-cultura-afro-referencia-no-interior-de-sp\/"},"modified":"2024-11-20T13:45:00","modified_gmt":"2024-11-20T16:45:00","slug":"cria-de-projeto-social-e-cantora-conheca-a-empreendedora-que-fundou-festival-de-cultura-afro-referencia-no-interior-de-sp","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/tvdescalvado.com.br\/cria-de-projeto-social-e-cantora-conheca-a-empreendedora-que-fundou-festival-de-cultura-afro-referencia-no-interior-de-sp\/","title":{"rendered":"‘Cria’ de projeto social e cantora: conhe\u00e7a a empreendedora que fundou festival de cultura afro refer\u00eancia no interior de SP"},"content":{"rendered":"

Nesta quarta-feira (20), Dia da Consci\u00eancia Negra, o Festival Afropira oferece dez espa\u00e7os com shows, roda de capoeira, feiras e exposi\u00e7\u00f5es no Engenho Central de Piracicaba. Akanni \u00e9 o nome do projeto sociocultural que conduziu Elaine, de 42 anos, e outros afroempreendedores de Piracicaba (SP) nos primeiros passos na m\u00fasica. A cantora demonstra gratid\u00e3o e reconhece a import\u00e2ncia que a iniciativa teve em sua vida. Agora, \u00e9 ela que segue com atividades de valoriza\u00e7\u00e3o das manifesta\u00e7\u00f5es e celebra\u00e7\u00e3o da cultura negra. \u201cSempre trabalhei na \u00e1rea musical. Fui atendida no projeto social Akanni para poder aprender a cantar. Na minha vida, eu sempre cantei. Segundo a minha av\u00f3, eu colocava as bonecas para me ouvirem cantar”, relembra. “Percorri essa trilha toda em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 m\u00fasica, fiz aula de canto, de percuss\u00e3o, viol\u00e3o. Tudo atrav\u00e9s do Akany. Foram eles que abriram o caminho”, conta. Elaine Teotonio \u00e9 afroempreendedora em Piracicaba e criadora do Festival Afropir \u2014 Foto: Paulo Preto Fortunato\/Reprodu\u00e7\u00e3o Como tudo come\u00e7ou? No fim dos anos 2000, Elaine se formou no projeto e come\u00e7ou a cantar na noite. Paralelamente, a empreendedora dava aulas de canto em projetos sociais. No trabalho em uma dessas iniciativas, ela encontrou o Marcos. Ele era mestre de capoeira e a cantora, professora de m\u00fasica. Juntos, eles resolveram criar um projeto de valoriza\u00e7\u00e3o da heran\u00e7a cultural africana. “Quer\u00edamos ensinar a todos a nossa cultura negra. Ao mesmo tempo, os nossos pr\u00f3prios alunos tinham resist\u00eancia em falar que eram negros, que eram pardos, pretos. Eles sofriam com isso. Ainda tem pessoas que dizem que h\u00e1 racismo entre nos mesmos. Mas, n\u00e3o. N\u00e3o h\u00e1. O que temos \u00e9 dor, devido \u00e0 forma como essa historia foi contada”, argumenta. Elaine Teotonio \u00e9 afroempreendedora em Piracicaba e criadora do Festival Afropir \u2014 Foto: Paulo Preto Fortunato\/Reprodu\u00e7\u00e3o Afropira Naquela \u00e9poca, Marcos e Elaine, que depois se casaram, eram amigos de trabalho. Ali, come\u00e7amos a fazer um projeto de como contar essa hist\u00f3ria com o olhar afrocentrado, n\u00e3o eurocentrado”, relembra. “O trabalho ficou t\u00e3o bonito que n\u00e3o poderia parar. Chegamos a uma confer\u00eancia municipal . O projeto ainda n\u00e3o tinha o nome de Afropira. Desej\u00e1vamos levar o evento para o Engenho Central. Com esfor\u00e7o, estudo, dedica\u00e7\u00e3o, conseguimos. Hoje, tem espa\u00e7os”, celebra. Festival Afropira de Piracicaba \u2014 Foto: Claudia Assencio\/g1 O projeto, batizado de Afropira, cresceu com novos n\u00facleos como o de do hip hop, tran\u00e7as, a \u00e1rea de alimenta\u00e7\u00e3o. “Depois, chegaram os espa\u00e7os das religi\u00f5es de matriz africana tamb\u00e9m”, elencou. O evento tamb\u00e9m re\u00fane shows, oficinas e encontros em locais como Clube do Saudosista, Instituto Afropira, Bar Dolores House e Engenho Central, al\u00e9m do Sesc. Afropira ocorre no Engenho Central de Piracicaba \u2014 Foto: Rafael Bitencourt\/Tempo D Comunica\u00e7\u00e3o e Cultura\/Afropira C\u00edrculo Elaine destaque que o objetivo principal do projeto \u00e9 o refor\u00e7o da representatividade negra. “Trabalhamos nossa cultura, o pertencimento e a valoriza\u00e7\u00e3o das nossas ra\u00edzes”, afirma. Tudo na cultura africana \u00e9 circularidade, define a afroempreendedora. “Vemos isso na capoeira, por exemplo, e em todas as nossas manifesta\u00e7\u00f5es, sempre em c\u00edrculo. Temos hierarquia e respeitamos aqueles que chegaram antes. Reverenciamos os mais velhos. Mas, nessa circularidade, os mais velhos tamb\u00e9m aprendem com os mais novos. Essa troca intergeracional em \u00c1frica \u00e9 maravilhosa. Quando se aprende, tamb\u00e9m se ensina\u201d, observa. 11\u00ba Afropira ocorre de 14 a 20 de novembro em Piracicaba \u2014 Foto: Claudia Assencio\/g1 A empreendedora vivencia isso na fam\u00edlia. “Com cinco anos, meu esposo Marcos, que \u00e9 filho de um dos mestres mais antigos de capoeira em Piracicaba, j\u00e1 fazia capoeira e n\u00e3o d\u00e1 para saber, ao certo, quando ele passa a ensinar, porque \u00e9 assim que funciona na nossa tradi\u00e7\u00e3o. \u00c9 dif\u00edcil saber quando ele come\u00e7a a dar aula. O mesmo ocorre com meu filho, que hoje tem sete anos e j\u00e1 nos ajuda em aulas. Bullying racial O projeto Afropira nasce de um desejo de luta contra o bullying racial e o casal de educadores escolheu o caminho da cultura para iniciar esse combate. “Enfrent\u00e1vamos quest\u00f5es que hoje chamamos de buylling racial. Acontecia ali, dentro do projeto, embora n\u00e3o se falasse tanto. Assim como \u00e9 no Brasil, em que temos a maior popula\u00e7\u00e3o de pretos e pardos, era no projeto. Mas a outra popula\u00e7\u00e3o que frequentava o Case fazia bullying”, lamentou. O casal decidiu desenvolver trabalhos com refer\u00eancias e hist\u00f3rias afrocentradas. “Assim que come\u00e7amos, n\u00f3s fomos aprendendo o dia a dia, como lidar com empreendedorismo… E toda a nossa bagagem. Fomos estudar e nos profissionalizar, fizemos cursos no Sebrae”, contou. Atualmente, Elaine e seu esposo, Marcos, t\u00eam a ETC Produtora, que atua com a agenda de eventos de ambos e do bloco Afropira, que realiza ao longo de todo ano a\u00e7\u00f5es e atividades ligadas ao evento. Hoje, a empresa tamb\u00e9m \u00e9 voltada para escrita de projetos culturais e assessoria. Programa\u00e7\u00e3o do 11\u00ba Festival Afropira come\u00e7a na quinta-feira, 14, \u00e0s 20h, no Sesc Piracicaba, com show da Leci Brand\u00e3o. \u2014 Foto: Divulga\u00e7\u00e3o\/Afropira Maior encontro afro O 11\u00ba Afropira realiza, ainda, o Encontro Intermunicipal da Unegro (Uni\u00e3o de Negras e Negros pela Igualdade. O evento tem presen\u00e7a especial de Roukiatou Hamp\u00e2t\u00e9 B\u00e2, da Costa do Marfim, filha do intelectual Amadou Hamp\u00e2t\u00e9 B\u00e2. O evento foi iniciado em 2013, com o intuito de comemorar e refletir sobre o Dia da Consci\u00eancia Negra e \u00e9 realizado pelo Instituto Afropira. Entre as atra\u00e7\u00f5es do festival, que acontece at\u00e9 o dia 20 de novembro (Dia da Consci\u00eancia Negra), est\u00e3o Lucas Morato (filho do tamb\u00e9m cantor P\u00e9ricles), Grupo Envolv\u00eancia e Grupo Samba de Cosme.\ud83d\udcddA programa\u00e7\u00e3o completa est\u00e1 dispon\u00edvel no site. Clique\ud83d\udc49 aqui. V\u00cdDEOS: Tudo sobre Piracicaba e regi\u00e3o <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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