Com pin\u00e7as grandes e fortes, os caranguejos-violinistas ajudam na aera\u00e7\u00e3o do solo, melhorando a qualidade da terra para as plantas. Al\u00e9m disso, suas tocas facilitam a circula\u00e7\u00e3o de \u00e1gua e nutrientes nos manguezais e estu\u00e1rios onde vivem . De acordo com a bi\u00f3loga e mestranda em Ci\u00eancias Ambientais pela Universidade de Taubat\u00e9 Beatriz Santos de Almeida, a esp\u00e9cie foi chamada de caranguejo-violinista devido \u00e0 diferen\u00e7a de tamanho entre as pin\u00e7as do animal, caracter\u00edstica chamada de heteroquelia. \u201cNo caso dos machos, uma das pin\u00e7as \u00e9 significativamente maior que a outra. Durante comportamentos de corte e disputa territorial, o macho move a pin\u00e7a maior de maneira que se assemelha aos movimentos de um violinista tocando seu instrumento. Este movimento \u00e9 utilizado tanto para atrair f\u00eameas quanto para intimidar rivais\u201d , comenta Beatriz. Al\u00e9m disso, os caranguejos-violinistas produzem sons espec\u00edficos, percebidos apenas por outros caranguejos, o que refor\u00e7a ainda mais a associa\u00e7\u00e3o com a ideia de “tocar” algo. Esp\u00e9cie ocorre no sul do Brasil, no Uruguai e na Argentina \u2014 Foto: Laura Veronica Bianchi \/ iNaturalist Segundo a bi\u00f3loga, a esp\u00e9cie ocorre no sul do Brasil, no Uruguai e na Argentina. \u201cEles gostam de solos lodosos e salobros, onde podem cavar suas tocas e se esconder dos predadores\u201d, diz ela. A colora\u00e7\u00e3o marrom desses caranguejos \u00e9 outro diferencial quando o assunto \u00e9 se esconder. \u201cO corpo marrom ajuda a se misturar com o ambiente lodoso dos manguezais, enquanto as garras cor-de-rosa podem ser uma forma de comunica\u00e7\u00e3o entre eles, seja para atrair parceiros ou afastar rivais\u201d, relata a pesquisadora que \u00e9 especializada em crust\u00e1ceos. Sendo um verdadeiro generalista, a esp\u00e9cie se alimenta de detritos, algas, pequenos invertebrados e at\u00e9 mat\u00e9ria vegetal em decomposi\u00e7\u00e3o. \u201cEsses caranguejos s\u00e3o bem ativos, especialmente durante a mar\u00e9 baixa, quando saem de suas tocas para procurar comida. Eles tamb\u00e9m t\u00eam um comportamento territorial bem marcado, defendendo suas tocas de invasores\u201d, completa. Cor-de-rosa presente nas pin\u00e7as pode estar associado \u00e0 comunica\u00e7\u00e3o entre indiv\u00edduos \u2014 Foto: Lucila Boasso \/ iNaturalist Conserva\u00e7\u00e3o Al\u00e9m do caranguejo-violinista, outras esp\u00e9cies que tamb\u00e9m mandam bem nos servi\u00e7os ecossist\u00eamicos s\u00e3o o caranguejo-u\u00e7\u00e1 (Ucides cordatus) e o caranguejo-guaiamum (Cardisoma guanhumi). Todos eles est\u00e3o associados \u00e0s atividades de aera\u00e7\u00e3o do solo e reciclagem de nutrientes nos manguezais, al\u00e9m de terem import\u00e2ncia econ\u00f4mica para comunidades tradicionais. Atualmente, conforme a bi\u00f3loga, o Neohelice granulata n\u00e3o est\u00e1 listado como uma esp\u00e9cie amea\u00e7ada. \u201cNo entanto, as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas e a degrada\u00e7\u00e3o dos habitats costeiros podem representar amea\u00e7as futuras. Por isso, \u00e9 importante monitorar suas popula\u00e7\u00f5es e proteger seus habitats naturais\u201d, ressalta Beatriz. V\u00cdDEOS: Destaques Terra da Gente <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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