{"id":22034,"date":"2014-09-09T22:45:00","date_gmt":"2014-09-10T01:45:00","guid":{"rendered":"https:\/\/tvdescalvado.com.br\/independencia-da-escocia-receita-para-desastre-ou-prosperidade\/"},"modified":"2014-09-09T22:45:00","modified_gmt":"2014-09-10T01:45:00","slug":"independencia-da-escocia-receita-para-desastre-ou-prosperidade","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/tvdescalvado.com.br\/independencia-da-escocia-receita-para-desastre-ou-prosperidade\/","title":{"rendered":"Independ\u00eancia da Esc\u00f3cia: receita para desastre ou prosperidade?"},"content":{"rendered":"
10 setembro 2014Cr\u00e9dito, AFPLegenda da foto, Referendo que decidir\u00e1 o futuro da Esc\u00f3cia ser\u00e1 realizado em 18 de setembro; pesquisas apontam para vit\u00f3ria do ‘sim’Com pouco mais de uma semana para o referendo que decidir\u00e1 o futuro da Esc\u00f3cia, banqueiros, investidores e economistas alertam para o impacto econ\u00f4mico de uma eventual ruptura do Reino Unido.No dia 18 de setembro, os escoceses ir\u00e3o \u00e0s urnas para responder com “sim” ou “n\u00e3o” se querem que o pa\u00eds se separe da Gr\u00e3-Bretanha.Alguns especialistas argumentam que, embora a cis\u00e3o possa trazer consequ\u00eancias negativas no primeiro momento, uma Esc\u00f3cia independente seria financeiramente vi\u00e1vel a longo prazo.Confira abaixo a opini\u00e3o de alguns economistas sobre o assunto.Russ Koesterich, chefe de investimentos estrat\u00e9gicos do fundo BlackRockEm entrevista ao jornal brit\u00e2nico Financial Times, Koesterich, chefe do departamento de investimentos estrat\u00e9gicos do maior fundo do mundo, afirmou que a independ\u00eancia pode frear a retomada da economia do Reino Unido.”Todo mundo est\u00e1 focado na geopol\u00edtica, por causa do que est\u00e1 acontecendo na Ucr\u00e2nia e no Oriente M\u00e9dio…mas isso (a independ\u00eancia da Esc\u00f3cia) ainda n\u00e3o tinha entrado no radar dos investidores, especialmente dos americanos porque ningu\u00e9m achou que o ‘sim’ teria chances de ganhar”.”Mas caso a Esc\u00f3cia se torne independente, ent\u00e3o investidores teriam de aceitar um per\u00edodo prolongado de incertezas sobre os ativos brit\u00e2nicos, desde o valor da moeda \u00e0s a\u00e7\u00f5es”.Paul Krugman, economistaCr\u00e9dito, AFPLegenda da foto, “Tenham medo, muito medo”, diz Paul Krugman sobre eventual independ\u00eancia da Esc\u00f3ciaEm sua coluna no jornal New York Times, Krugman, um dos economistas mais renomados do mundo, mandou uma mensagem de alerta para a Esc\u00f3cia.”Tenham medo, muito medo. Os riscos de se tornar independente s\u00e3o imensos. As pessoas podem at\u00e9 achar que a Esc\u00f3cia pode se transformar em um novo Canad\u00e1, mas \u00e9 bem prov\u00e1vel que acabe como uma Espanha sem luz do sol”, afirmou.Sobre a possibilidade de a Esc\u00f3cia manter a libra como moeda, Krugman afirmou: “A combina\u00e7\u00e3o da independ\u00eancia pol\u00edtica com uma moeda compartilhada \u00e9 a receita do desastre”.O economista americano, vencedor do pr\u00eamio Nobel de Economia em 2008, classificou como “incompreens\u00edvel” a reivindica\u00e7\u00e3o pela autonomia da Esc\u00f3cia.Oliver Harvey, estrategista de mercado de c\u00e2mbio do Deutsche BankPule WhatsApp e continue lendoNo WhatsAppAgora voc\u00ea pode receber as not\u00edcias da BBC News Brasil no seu celularEntre no canal!Fim do WhatsAppEm linha com Krugman, Harvey escreveu em um comunicado do banco a investidores: “Esc\u00f3cia: tenha medo, muito medo”.”As implica\u00e7\u00f5es se o ‘sim’ ganhar ser\u00e3o imensas…”, disse ele.”Do lado do c\u00e2mbio, a independ\u00eancia poderia, na pior das hip\u00f3teses, levar a uma crise desestabilizadora de todo o sistema banc\u00e1rio brit\u00e2nico e, na melhor das hip\u00f3teses, deixar o resto do Reino Unido com uma uni\u00e3o monet\u00e1ria inst\u00e1vel na qual o Banco da Inglaterra ser\u00e1 for\u00e7ado a continuar a prover liquidez aos bancos da Esc\u00f3cia enquanto Westminster tentar\u00e1 alcan\u00e7ar um acordo monet\u00e1rio e fiscal com o novo governo soberano escoc\u00eas.”Um voto pelo sim tiraria dos trilhos a recupera\u00e7\u00e3o da economia do Reino Unido. A Esc\u00f3cia representa o segundo maior parceiro comercial do Reino Unido ap\u00f3s a Uni\u00e3o Europeia e planos de investimentos de muitas empresas devem ser adiados at\u00e9 que as quest\u00f5es sobre c\u00e2mbio, regula\u00e7\u00e3o e tributos sejam minimamente esclarecidas”.Ben Chu, editor de economia do jornal brit\u00e2nico The IndependentCr\u00e9dito, ReutersLegenda da foto, Um estado escoc\u00eas \u00e9 “perfeitamente vi\u00e1vel”, argumenta Ben ChuUm estado escoc\u00eas \u00e9 “perfeitamente vi\u00e1vel”, argumenta Chu. “Algumas das profecias mais b\u00e1rbaras sobre o fracasso [da independ\u00eancia] n\u00e3o s\u00e3o convincentes”.”O dinheiro proveniente do petr\u00f3leo no Mar do Norte escoc\u00eas acabaria em um determinado momento, mas o pa\u00eds teria uma popula\u00e7\u00e3o de elevado n\u00edvel educacional. O crescimento da produtividade e a prosperidade da Esc\u00f3cia no futuro dependeriam, portanto, das funda\u00e7\u00f5es do capital humano”.No curto prazo, no entanto, Chu admite que: “Os investimentos das empresas, que, na \u00faltima d\u00e9cada, se encontram, lamentavelmente, a n\u00edveis baixos, podem permanecer est\u00e1ticos em meio \u00e0s incertezas de um evento voto pelo ‘sim’. Isso n\u00e3o ajudaria nem a Esc\u00f3cia nem o Reino Unido a se recuperar da maior crise desde a d\u00e9cada de 30”.Na opini\u00e3o de Chu, muito depender\u00e1 da decis\u00e3o da Esc\u00f3cia de manter a libra como moeda, aceitando, assim, um certo grau de controle de Westminster, o que, para muitos escoceses pr\u00f3-independ\u00eancia, seria “intrag\u00e1vel”.Credit SuisseOs economistas do banco su\u00ed\u00e7o alertaram que a Esc\u00f3cia pode cair em uma “recess\u00e3o profunda” caso se torne independente do Reino Unido. “A re-domicilia\u00e7\u00e3o do setor financeiro e dos empregos no funcionalismo p\u00fablico, assim como a disputa legal sobre o petr\u00f3leo do Mar do Norte, poderiam acelerar qualquer turbul\u00eancia”, informou um comunicado divulgado pelo banco.”Estimamos que, na medida em que a produ\u00e7\u00e3o de petr\u00f3leo no Mar do Norte diminuir, a economia n\u00e3o-atrelada a esse setor precisaria de uma desvaloriza\u00e7\u00e3o de 10% a 20% para resgatar competitividade. Isso exigiria uma redu\u00e7\u00e3o de 5% a 10% nos sal\u00e1rios, impulsionada por um forte aumento do desemprego.Goldman SachsO banco de investimentos acredita que os efeitos a curto prazo de um voto pelo sim no referendo da Esc\u00f3cia poderia provocar “consequ\u00eancias severas” para as economias dos dois pa\u00edses.”Numa eventual vit\u00f3ria do ‘sim’, as consequ\u00eancia imediatas para a economia da Esc\u00f3cia, e para o Reino Unido mais amplamente, poderiam ser fortemente negativas”, afirmou um comunicado do banco na semana passada.Longas negocia\u00e7\u00f5es sobre a divis\u00e3o da d\u00edvida nacional do Reino Unido, a moeda e a integra\u00e7\u00e3o da Esc\u00f3cia \u00e0 Uni\u00e3o Europeia levariam a “um per\u00edodo prolongado de incerteza”, disse o banco. “Isso poderia trazer consequ\u00eancias econ\u00f4micas negativas para a Esc\u00f3cia e para o Reino Unido.””Mesmo que a uni\u00e3o monet\u00e1ria se mantenha no caso de uma vit\u00f3ria do ‘sim’, a amea\u00e7a de um eventual rompimento incentivaria investidores a vender ativos na Esc\u00f3cia enquanto correntistas ficariam mais suscet\u00edveis a retirar dep\u00f3sitos dos bancos escoceses”, acrescentou a nota.Mas a longo prazo, o Goldman Sachs acredita que “h\u00e1 pouca raz\u00e3o para uma Esc\u00f3cia independente n\u00e3o prosperar: n\u00e3o h\u00e1 nenhuma evid\u00eancia que sugira que pa\u00edses menores s\u00e3o mais ricos ou mais pobres”.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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