\tCom a crise econ\u00f4mica, os programas de treinamento diminu\u00edram e o mercado passou a buscar profissionais capacitados e experientes em determinadas \u00e1reas. Em Itapetininga (SP), por exemplo, grande parte das vagas dispon\u00edveis no Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) exige experi\u00eancia. Em Tatu\u00ed (SP), os empres\u00e1rios afirmam que procuram por funcion\u00e1rios qualificados e que, por isso, as vagas n\u00e3o s\u00e3o preenchidas. \tDiante da falta de profissionais experientes, o gerente comercial Claudiano Souza conta que passou a oferecer treinamento na empresa em que trabalha para os funcion\u00e1rios suprirem a falta de m\u00e3o de obra. “Est\u00e1 muito dif\u00edcil encontrar m\u00e3o de obra qualificada na regi\u00e3o de Tatu\u00ed. Sentimos que falta interesse nas pessoas em se profissionalizar, pois muitas acabam caindo no comodismo e, com isso, acabam perdendo uma oportunidade em crescer no mercado de trabalho\u201d, explica.Luciano come\u00e7ou a trabalhar como aut\u00f4nomo por \tfalta de \u00a0oportunidade (Foto: Reprodu\u00e7\u00e3o\/TV TEM) \tO consultor comercial Luciano Nascimento conta que sempre teve experi\u00eancia no setor administrativo, mas buscava uma vaga na \u00e1rea comercial. Por\u00e9m, n\u00e3o conseguiu justamente por n\u00e3o ter trabalhado ainda na \u00e1rea. \u2018Tentei, mas por n\u00e3o ter a experi\u00eancia desejada muitas empresas, eles n\u00e3o d\u00e3o oportunidade. A desculpa que eles d\u00e3o \u00e9 \u2018voc\u00ea n\u00e3o tem experi\u00eancia para a vaga que estamos contratando\u2019. Ent\u00e3o, para conseguir entrar nesse ramo tive que me adaptar e hoje trabalho no com\u00e9rcio de forma aut\u00f4noma\u201d, afirma. \tLuciano descobriu essa oportunidade de trabalhar como aut\u00f4nomo depois de conhecer o curso oferecido pela empresa onde Claudiano trabalha. Ele recebeu treinamento e agora trabalha por conta pr\u00f3pria. \u201cN\u00e3o \u00e9 f\u00e1cil mudar de \u00e1rea. \u00c9 necess\u00e1rio sair da zona de conforto e encarar um desafio, principalmente na \u00e1rea comercial onde voc\u00ea trabalha com pessoas. Ent\u00e3o, para prestar um bom servi\u00e7o voc\u00ea tem que conhecer o seu produto e seus clientes\u201d, conclui Luciano.Empresa aposta em qualifica\u00e7\u00e3o para suprir falta \tde m\u00e3o de obra (Foto: Reprodu\u00e7\u00e3o\/TV TEM) \tRenata Correa Marcondes \u00e9 diretora de uma escola infantil em Tatu\u00ed e conta que enfrenta o mesmo problema na hora de contratar. \u201cChegamos a fazer uma sele\u00e7\u00e3o com cerca de 25 pessoas e n\u00e3o conseguimos encontrar um profissional que se enquadrasse na vaga que oferecemos. Como trabalhamos com crian\u00e7as n\u00e3o podemos ter erros na hora da contrata\u00e7\u00e3o, pois os profissionais que contratamos far\u00e3o parte da forma\u00e7\u00e3o dessas crian\u00e7as\u201d, afirma. \tPara Renata, o problema est\u00e1 na falta de interesse dos profissionais em buscar um diferencial. \u201cPercebemos que falta vontade nas pessoas em se engajar, em estudar mais para descobrir um pouco mais sobre sua profiss\u00e3o, e n\u00e3o ficar apenas na gradua\u00e7\u00e3o. Para tentar amenizar esse problema, n\u00f3s trabalhamos com a capacita\u00e7\u00e3o, por\u00e9m a pessoa tem que querer aprender, se dedicar e vestir a camisa da empresa\u201d, conclui.Desemprego \tDados da Organiza\u00e7\u00e3o Internacional do Trabalho (OIT) apontam \u00edndice de 12,6% de desemprego no Brasil, o que representa 13,6 milh\u00f5es de pessoas desempregas em todo o pa\u00eds. Em contra partida, o n\u00famero de empregadores subiu 8,6% em rela\u00e7\u00e3o a 2015. \tDe acordo com o consultor empresarial Silvano de Barros Beserra, esse \u00edndice de desemprego est\u00e1 aumentando, pois as empresas est\u00e3o procurando profissionais com qualifica\u00e7\u00e3o e experi\u00eancias, n\u00e3o dando oportunidade para aqueles que buscam o primeiro emprego. \t\u201cExiste uma falta de interesse nas empresas em capacitar os profissionais. Essa falta de interesse tem liga\u00e7\u00e3o com o custo, pois manter um empregado ativo \u00e9 caro e capacit\u00e1-lo \u00e9 mais caro ainda. Isso vem acontecendo h\u00e1 alguns anos, por\u00e9m agora nesse per\u00edodo em que estamos em crise a situa\u00e7\u00e3o piorou. Se nada for feito o problema ser\u00e1 cada vez maior\u201d, afirma o consultor. \tAinda de acordo com Silvano, o \u00edndice de desemprego n\u00e3o representa falta de vagas no mercado, mas a falta de capacita\u00e7\u00e3o e experi\u00eancia. \u201cAs empresas pedem experi\u00eancia, por\u00e9m como o jovem vai conseguir essa experi\u00eancia se n\u00e3o tem oportunidade? Essa \u00e9 uma barreira que tem que ser quebrada. O governo deveria entrar nessa discuss\u00e3o e incentivar empresas e ind\u00fastrias que buscam capacitar o pessoal, pois as vagas existem, o que est\u00e1 em falta \u00e9 a m\u00e3o de obra qualificada\u201d, explica.Segundo diretora de escola, faltam profissionais interessados em qualifica\u00e7\u00e3o (Foto: Reprodu\u00e7\u00e3o\/TV TEM) \t\t\t\u00a0Capacitar um funcion\u00e1rio \u00e9 muito caro, afirma Silvano Beserra (Foto: Reprodu\u00e7\u00e3o\/TV TEM)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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