S\u00e3o Paulo Aos 55 anos de idade, Daniel se prepara para encarar mais uma perna de sua turn\u00ea pelo Brasil em comemora\u00e7\u00e3o aos 40 anos de carreira. Ap\u00f3s uma pausa nos shows para cuidar das cordas vocais, ele retorna aos palcos nesta sexta-feira (3), em que se comemora o Dia do Sertanejo. A turn\u00ea traz o repert\u00f3rio que Daniel gravou nas d\u00e9cadas de 1980 e 1990 com o antigo parceiro musical, Jo\u00e3o Paulo, morto em 1997 em um acidente automobil\u00edstico. Em entrevista ao F5, Daniel analisou a evolu\u00e7\u00e3o da m\u00fasica sertaneja nesses 40 anos e falou sobre os desafios do g\u00eanero no mercado atual. “Quando surgimos, estavam em alta tr\u00eas duplas: Leandro e Leonardo, Zez\u00e9 Di Camargo e Luciano e Chit\u00e3ozinho e Xoror\u00f3. Viemos na mesma leva de Chrystian e Ralf e Gian e Giovani. Aquele foi um momento primordial da m\u00fasica sertaneja. Foi uma virada de p\u00e1gina”, relembra. Agora, o sertanejo passa por novas transforma\u00e7\u00f5es. Nos \u00faltimos 40 anos, o g\u00eanero se desdobrou em vertentes como o feminejo, o funknejo, o queernejo, o sertanejo universit\u00e1rio, o arrocha e outros subg\u00eaneros. Para Daniel, as evolu\u00e7\u00f5es s\u00e3o naturais em qualquer g\u00eanero musical. “\u00c9 inevit\u00e1vel passar por muta\u00e7\u00f5es e absorver novas tend\u00eancias, principalmente em um mundo com tanta tecnologia e em que tudo evolui muito r\u00e1pido”, analisa. “A tradi\u00e7\u00e3o n\u00e3o se perdeu, pelo contr\u00e1rio: o sertanejo est\u00e1 vivo, est\u00e1 aceso. Aquilo que \u00e9 realmente bem feito, feito com veracidade, prevalece.” “Vejo gente nova com muito potencial, artistas que surgiram trazendo estilos diferentes e outros contextos, outras levadas. Tudo o que \u00e9 feito com dedica\u00e7\u00e3o, carinho, amor e respeito, n\u00e3o tem como dar errado”, afirma. ‘A M\u00daSICA \u00c9 UNIVERSAL’ O mix com outros g\u00eaneros musicais \u00e9 recebido com entusiasmo por Daniel, que estreou recentemente o projeto “Duas Vozes”, em que gravou parcerias com Gloria Groove, Iza, Priscilla Alc\u00e2ntara, Seu Jorge e Vitor Kley. “Ainda quero continuar esse projeto porque me traz oportunidade de estar diante de estilos diferentes, p\u00fablicos diferentes e levar nossa m\u00fasica para al\u00e9m das fronteiras. A m\u00fasica \u00e9 universal”, diz ele, que tamb\u00e9m luta para manter o estilo em evid\u00eancia. “Sobreviver em um mercado t\u00e3o turbulento, com tantos nomes diferentes, tantos personagens, \u00e9 muito dif\u00edcil. Mas o fato de estarmos aqui at\u00e9 hoje \u00e9 um sinal de que, de alguma forma, a nossa m\u00fasica ainda causa efeito nas pessoas, trazendo algo de positivo. E essa \u00e9 a minha miss\u00e3o”, conta. ‘SENTI QUE TUDO TINHA ACABADO’ Em 1997, quando perdeu Jo\u00e3o Paulo, Daniel s\u00f3 pensava em desistir da m\u00fasica. Hoje, ele se emociona todas as vezes que sobe no palco com J\u00e9ssica Reis, filha do falecido parceiro, para cantar “Minha Estrela Perdida”. J\u00e9ssica tinha 5 anos quando perdeu o pai e hoje \u00e9 veterin\u00e1ria e cantora. “Poder cantar com ela \u00e9 surreal, \u00e9 a melhor coisa que eu poderia pedir. Foi a primeira pessoa que eu convidei. N\u00e3o tem ningu\u00e9m melhor que ela para estar comigo no palco, representando o pai e vendo de perto o legado que ele deixou. \u00c9 um grande presente para todos n\u00f3s”, afirma. “Quando tudo aconteceu e da forma como foi, naquele momento eu s\u00f3 senti vontade de parar, de abortar tudo”, lembra. “Com o passar do tempo, com o amor que eu tenho pelo que eu fa\u00e7o e o incentivo de amigos e f\u00e3s, acabei criando for\u00e7as e estou at\u00e9 hoje consciente da minha miss\u00e3o, que \u00e9 trazer algo de positivo para as pessoas atrav\u00e9s da arte. E l\u00e1 se v\u00e3o 40 anos de hist\u00f3ria dando continuidade a tudo o que a gente come\u00e7ou junto.” <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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