VÍDEO: tamanduá-bandeira é flagrado em frente a posto de saúde no interior de SP

VÍDEO: tamanduá-bandeira é flagrado em frente a posto de saúde no interior de SP

Um tamanduá-bandeira foi flagrado em frente ao Posto de Saúde da Vila Pereira, em Matão (SP), e surpreendeu pacientes que aguardavam atendimento na entrada da unidade, na segunda-feira (1º). Imagens mostram o animal tentando entrar no postinho (veja o vídeo acima). “Ele chegou de manhãzinha na segunda, às 7h, e tentou entrar no portão próximo ao gramado, mas como não conseguiu, desceu a rua e entrou na mata do lado. Um paciente ligou para os Bombeiros porque ficamos com medo de ser atropelado. Nunca tinha visto um tamanduá, afirmou a recepcionista da unidade, Daniela Candeu. Segundo o Corpo de Bombeiros, uma equipe tentou capturar o tamanduá ainda no domingo (30), mas ele fugiu para uma mata próxima ao local. “Nós tentamos capturar o animal na madrugada, mas ele fugiu para a mata mais próxima do posto. É importante acionar os Bombeiros porque levamos o animal para mata permanente mais distante”, contou o cabo Dias. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente do município, a 500 metros há uma área verde considerável que abriga vários animais, entre eles o tamanduá. Na quarta-feira (3), uma equipe do Meio Ambiente inspecionou a região ao redor da unidade de saúde e está atenta sobre uma nova aparição do animal. Características do tamanduá-bandeira Segundo o biólogo e pesquisador Hugo Henrique Lanzi Saulino, o tamanduá-bandeira apresenta hábitos noturnos e se alimenta principalmente por insetos, como formigas e cupins. São animais que pesam até 40 quilos e podem atingir até dois metros de comprimento, incluindo a cauda. O biólogo comentou que a apariação do animal em área urbana no período diurno não é comum, visto que eles enxergam muito mal durante a luz do dia. A presença do animal em área urbana não é comum, uma vez que eles preferem áreas florestadas, onde buscam abrigo e água, ou áreas campestres abertas onde buscam alimentos, principalmente insetos. Como são animais de hábitos mais noturnos, eles enxergam muito mal durante a luz do dia, o que pode explicar muitas causas de atropelamento e até mesmo a presença próximo da área do posto de sáude”, contou. O pesquisador comentou que o aumento de queimadas e expansão de áreas agrículas em cidades do interior paulista tem provocado cada vez mais a perda de habitat natural desses animais. “Em Araraquara por exemplo, uma área de praça pública com um córrego, os moradores frequentemente avistam a presença de um tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla). Provavelmente o mesmo animal tem sido avistado em áreas de mata ciliar em outras regiões da cidade, uma vez que estes têm o habito de deslocarem por grandes distâncias”, contou. Tamanduá-bandeira apareceu na segunda-feira (1º) em frente ao posto de saúde da Vila Pereira em Matão. — Foto: Arquivo pessoal Outras curiosidades sobre o animal: O bicho é o único mamífero terrestre que não possue dentes e tem audição limitada. O melhor sistema de alerta do tamaduá-bandeira é o olfato, que é muito apurado. O tamanduá é um animal de hábitos diurnos, normalmente vagaroso, mas quando perseguido pode fugir em galope.O famoso abraço de tamanduá, tido como símbolo de traição, é praticamente a única defesa desse animal desajeitado e de visão e audição muito limitadas. O tamanduá-bandeira tem distribuição da América Central e por toda a América do Sul, no entanto, em alguns locais dos Pampas, Mata Atlântica e Caatinga, se encontram em estado de atenção para o risco de extinção. Nos domínios Cerrado e Pantanal, suas populações já declinaram em torno de 30%, desde o final da década de 1990. A principal causa do declínio populacional está relacionada ao desmatamento, expansão da agricultura e de cidades, sem contar os inúmeros casos por atropelamento em rodovias na região do centro-oeste brasileiro. O que fazer ao ver um tamanduá? Ao encontrar um tamanduá em área urbana, a pessoa deve ligar para o Corpo de Bombeiros e Polícia Ambiental. O manejo dos animais só pode ser realizado por equipes preparadas. De garras fortes e afiadas, o animal só ataca se sentir ameaçado e ao pressentir o perigo, ele faz uso de articulações extras e levanta as patas dianteiras, apoiando o peso num tripé formado pelas duas patas traseiras e a cauda. O pesquisador Hugo enfatizou que programas de educação ambiental devem ser oferecidos pelos municípios para conscientizar e orientar a população. “Infelizmente os municípios carecem de políticas públicas para atender as necessidades de animais resgatados em áreas urbanas. Buscar informações sobre a espécies nativas é essencial para compreender como auxiliar na conservação de diversas espécies de mamíferos. Para isso, programas de educação ambiental promovendo a conscientização e orientação correta de atendimento aos animais, são essenciais para o esclarecimento da atitude correta que a população deve tomar”, finalizou o pesquisador Hugo.

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