Cenas caóticas vem sendo registradas em frente a padarias na Faixa de Gaza. Nesta quinta-feira (24), um fotógrafo da agência de notícias Reuters flagrou o momento em que homens e mulheres se espremiam em Deir Al-Balah, na região central do território, na tentativa de garantir pão para si e suas famílias. Khalil Al-Shannar, que fugiu de Jabalia, onde Israel faz uma ofensiva intensa nas últimas semanas, era um deles e contou que estava esperando desde o início da manhã para conseguir um pouco de pão: “Eu tenho 14 pessoas na minha família – 14 pessoas! -, e até agora não consegui nada. E qual é a razão? A razão é a falta de farinha, a falta de fornecimento de farinha para a Faixa de Gaza. Se não morrermos pela guerra, morreremos de fome”, lamentou. Homens se espremem em frente a padaria em Deir Al-Balah, na Faixa de Gaza — Foto: REUTERS/Ramadan Abed Um dia antes, em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, cenas similares foram registradas. Crianças que também estavam na fila foram fotografadas chorando de fome, próximas à janela por onde os pães eram entregues. Menina chora na fila para comprar pão — Foto: REUTERS/Mohammed Salem Ataque a complexo onde ficava escola Ataque de Israel a escola em campo de refugiados em Gaza deixa 16 mortos Pelo menos 17 palestinos foram mortos – sendo 9 crianças – e 42 ficaram feridos em um ataque israelense a uma escola no campo de Nuseirat, em Gaza , nesta quinta-feira (24), informou o hospital Al-Awda. Imagens feitas após o bombardeio mostram a destruição do local, que abrigava deslocados pela guerra, e a correria para levar os feridos ao hospital. O Exército israelense confirmou o ataque, no entanto disse que o local era um centro de comando e controle do Hamas que, anteriormente, era usado como escola e que seus militares tomaram inúmeras medidas para mitigar o risco de ferir civis. Destruição no local atingido por ataque israelense — Foto: REUTERS/Khamis Al-Rifi Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, ligado ao grupo extremista palestino, o número de mortos em Gaza já chega a quase 43 mil. A Defesa Civil da Faixa de Gaza afirmou, nesta quinta, que pelo menos 770 pessoas morreram no norte do território palestino desde o dia 6 de outubro. “Há mais de 770 mortos desde o início da operação militar e ainda há mortos sob os escombros e nas ruas”, disse à AFP o porta-voz da organização, Mahmud Basal. “Hoje, anunciamos US$ 135 milhões adicionais em ajuda humanitária, água, saneamento e saúde interna para os palestinos em Gaza e na Cisjordânia”, disse Blinken, lembrando que o governo americano já ajudou com US$ 1,2 bilhão desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023. ONU vem denunciando condições em Gaza Philippe Lazzarini também afirmou que hospitais foram atingidos por ataques e estão sem energia, deixando pacientes sem cuidados, e que os abrigos estão tão lotados que alguns deslocados são obrigados a viver nos banheiros desses locais. “De acordo com relatos, pessoas que tentam fugir estão sendo mortas, seus corpos deixados na rua. Missões para resgatar pessoas sob os escombros também estão sendo negadas. (…) Negar e armar assistência humanitária para atingir propósitos militares é um sinal de quão baixa é a bússola moral”, postou o chefe da UNRWA, pedindo um acordo de cessar-fogo. Famílias que estavam em escola que servia de abrigo para deslocados receberam ordens para evacuar o local — Foto: Omar AL-QATTAA / AFP Os relatos também foram feitos por moradores e médicos de Gaza para a agência de notícias Reuters. Segundo eles, hospitais e abrigos estão sitiados nesta segunda devido à intensificação das operações israelenses. Imagens de satélite mostram antes e depois do bombardeio em Jabalia, na Faixa de Gaza
VÍDEO mostra luta de palestinos para comprar pão na Faixa de Gaza: ‘Se não morrermos pela guerra, morreremos de fome’
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