Os cientistas fizeram o voo a bordo de um avião da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês). O avião, um WP-30 Orion, é usado frequentemente pela NOAA para colher dados de tempestades tropicais, ciclones e furacões e fornecê-los a agências de previsão do tempo. Por isso, foi batizado pela própria agência de “caçador de furacões”. O Orion é uma variação militar do Electra, avião que voou, entre outros, na ponte aérea entre os aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro, até 1992. Beryl O furacão “Beryl”, que avança pelo Caribe, ganhou força e foi reclassificado como de categoria 5 — a maior na escala. Esta é a primeira vez que um fenômeno do tipo chega ao Caribe em um mês de junho já com essa força, o que fez autoridades preverem uma temporada de furacões severos na região. O furacão já deixou seis mortos após tocar o solo, um deles em São Vicente e Granadinas, dois na Venezuela e os outros três em Granada, ambos países no sudeste do Caribe, segundo autoridades locais. Classificado pelo Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês) como “extremamente perigoso”, o Beryl ganhou mais força do que o inicialmente previsto e com mais velocidade, e pode atingir ventos de até 270 km/h. Olho do Furacão Beryl é visto do espaço O Beryl tocou solo na segunda-feira (1º) na ilha de Carriacou, em Granada. Logo depois, passou por São Vicente e Granadinas e Barbados. Agora, segundo um boletim do NHC desta terça-feira (2), se aproxima da Jamaica, onde deve passar na quarta-feira (3). Durante a semana, o furacão continuará avançando pelo Caribe em direção à costa do México. No entanto, as autoridades projetam que o fenômeno perca força ao longo dos dias. Ainda assim, alertas foram emitidos para o Haiti, as Ilhas Cayman, Belize e para cidades que estão no sudoeste do Golfo do México. Furacão Beryl é visto do espaço — Foto: Reprodução/Reuters Avião da Agência de Administração Atmosférica e Oceânica (NOAA) dos EUA faz voo dentro de olho do furacão Beryl, em 2 de julho de 2024. — Foto: NOAA Barcos empilhados após passagem do furacão Beryl por Bridgetown, em Barbados, em 1º de julho de 2024. — Foto: Ricardo Mazalán/ AP Homens puxam barco atingido por passagem de furacão Beryl em Bridgetown, em Barbados, em 1º de julho de 2024. — Foto: Ricardo Mazalán/ AP Intensidade Furacão Beryl sobe para categoria 5 O Beryl é o primeiro da temperada de furacões na região — que geralmente vai de julho a setembro — e o maior já registrado em um mês de junho na história do Caribe. O furacão começou a se formar na última semana como uma instabilidade e foi ganhando força. Veja a cronologia: 🌪️ 25 de junho: começa uma instabilidade na atmosfera, favorecendo a formação de uma tempestade.🌪️ 28 de junho: o que era uma instabilidade, ganha força seguindo em direção ao Caribe e se transforma em uma tempestade tropical. Até aqui, a previsão era de ventos de 56 km/h.🌪️ 30 de junho: passou a ser classificado como furacão e entrou na categoria 3 (de uma classificação que vai até 5).🌪️ Ainda no dia 30 de junho: passou a categoria 4, com alerta de extremo perigo, com ventos de até 240 km/h. 🌪️ 1º de julho: reclassificado para a categoria 5. Segundo o NHC, uma tempestade tão poderosa no início da temporada de furacões, que vai de junho ao final de novembro no Atlântico, é extremamente rara. Especialistas afirmam que o Beryl ganhou essa proporção em tão pouco tempo por causa das águas ferventes do oceano. As temperaturas na região onde a tempestade se formou estão até 3°C acima da média. No fim de maio, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) já havia adiantado que a temporada de furacões deste ano seria “extraordinária”, com até sete tempestades de categoria 3 ou superior. Projeção indica caminho do furacão Beryl pelo Caribe — Foto: NHC/Reprodução Ilhas no Caribe se preparam para chegada do Furacão Beryl com ventos de 195 km/h VÍDEOS: mais assistidos do g1