Vestibular Unicamp 2025: professores listam questões mais difíceis e destacam atualidade no primeiro dia da segunda fase

Vestibular Unicamp 2025: professores listam questões mais difíceis e destacam atualidade no primeiro dia da segunda fase

Para Wander Azanha, diretor do Curso Pré-Vestibular Oficina do Estudante, o exame foi “muito bem feito” e pediu ao aluno que relacionasse questões e utilizasse o repertório e conhecimento prévios para responder às perguntas. “Na prova de língua portuguesa como um todo, questões bastante desafiadoras, onde a elaboração da resposta poderia gerar algum problema para o aluno. Então o aluno teria que responder com bastante tranquilidade e assertividade”, pontuou. O diretor também destaca uma “armadilha” presente na questão de história sobre a relação do X (ex-Twitter) com o Estado Brasileiro: o vestibulando precisava abordar o cenário Legislativo, e não Judiciário. “[Se fosse Judiciário] podia envolver, de repente, o Alexandre de Moraes, algo mais ideológico. Colocaram com o Legislativo, com respeito às leis que empresas de fora têm as suas próprias características, têm que respeitar as leis brasileiras. Era por aí que o aluno tinha que responder”, diz. Questões mais difíceis 🤯 Questão 9 da segunda fase do Vestibular Unicamp 2025 abordou o livro ‘O avesso da pele’ — Foto: Reprodução/Comvest Física 🌠 O professor de física Giuliano Perina explica que a questão 9, primeira das interdisciplinares, pediu para que os candidatos identificassem quais são as leis de conservação principais que acontecem em um sistema de colisão. “Então, ela exigia que o candidato soubesse identificar a quantidade de movimento e energia sendo conservadas. Pediu também para que ele identificasse qual era o tipo de colisão e o que se conservava e o que não se conservava, quais as grandezas se conservavam e não se conservavam dentro dessas leis”, afirma. Já a segunda questão interdisciplinar com conceitos de física trouxe a cobrança da ondulatória, “um conhecimento simples, nada muito complexo, que exigia do candidato identificar uma figura, para interpretar uma figura”. História 📖 O professor de história Felipe Mello destaca a atualidade do exame. “Um candidato conectado aos principais assuntos veiculados nos meios de comunicação teria a capacidade de resolver a prova. O nível da prova foi médio”. Em relação à questão sobre a rede social X no Brasil, “exigia-se que o candidato dominasse o conceito de ‘decolonialidade’, enquanto um conjunto de práticas, estudos, pesquisas e conceitos que visam diminuir ou reverter os efeitos da colonização nas sociedades”. Arte em alusão ao conflito entre a rede social X e o Estado Brasileiro usada no Vestibular Unicamp — Foto: Reprodução Inglês 🗣️ O professor de inglês Isac Silva afirma que “as questões em inglês testaram não só as capacidades de leitura em língua inglesa do candidato, mas, também, seus conhecimentos nas áreas de biologia e filosofia”. “A leitura dos textos não é desafiadora de maneira geral, mas a compreensão plena dos mesmos requer conhecimento de vocabulário específico das áreas a que se referem”, diz. Filosofia e sociologia 🏛️ Silvio Sawaya, professor de sociologia e filosofia, destaca uma questão de nível médio sobre René Descartes, combinada com inglês. “O texto da questão elaborado em inglês exigia do aluno um pouco mais de conhecimento em filosofia para que pudesse responder à questão de maneira mais completa”. “Era possível responder apenas com base no texto, mas, se o aluno ou estudante tivesse um conhecimento mais aprofundado sobre Descartes, poderia elaborar uma resposta mais detalhada”, pontua. Literatura 🖊️ Na perspectiva da professora de literatura Jéssica Dorta, “de maneira geral, a prova de língua portuguesa foi composta por questões bastante desafiadoras, principalmente no que diz respeito à elaboração das respostas escritas”. “Para responder à questão de ‘Casa Velha’ era necessária uma leitura atenta da obra, já no caso de ‘Prosas seguidas de odes mínimas’, além da interpretação do poema, era necessário conhecer a poética de Gonçalves Dias, recorrente nos vestibulares. Houve ainda a tradicional relação entre textos verbais e não verbais, além de intertextualidade, por meio da alusão”, afirma. Biologia 🌿 Por fim, em biologia, a avaliação do professor Fábio Vilar é de que a prova foi “bastante representativa, sempre com questões e abordagens coerentes e de profundidade adequada”. “Foram três as questões que trouxeram os temas da biologia, o que caracterizou uma presença marcante da disciplina nas ciências da natureza. Bioluminescência e relações ecológicas dialogaram com a disciplina de inglês; as faunas características das eras geológicas dialogaram com a geografia; e, com a física, foram abordadas a histologia e a ecologia”, destaca. Quer estudar fora? Gil do Vigor dá dicas de como ‘não se lascar’

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