Mas, nesse tipo de negociação, você sabe o que deve levar em conta para uma boa aquisição, sem grandes sustos? Em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo, o perito judicial veicular Alder Evandro Massuco, de Araraquara, deu dicas de como fazer um bom negócio e evitar problemas futuros com os veículos que não são zero quilômetro. Segundo Massuco, há alguns detalhes que até mesmo pessoas leigas podem observar no momento pré-compra. Veja a seguir algumas orientações importantes: Checagem da lataria Um dos primeiros passos é estar atento às condições da lataria. De acordo com o perito, quando algum tipo de reparo é feito no carro, o acabamento requer massa. Nesses casos, pelo excesso do material, um distanciamento se forma entre o aço e a “chapa”. Aderência de imã com a lataria ajuda a identificar reparos — Foto: Reprodução/EPTV Então, um imã pequeno pode ajudar a identificar se houve reparos. Se nada foi feito na lataria, o imã vai “colar” na superfície, explica o especialista. Caso não haja aderência, esse é um sinal de algum tipo de reparação feita. Às vezes, até resquícios de massa ficam aparentes. “Onde há fumaça, há fogo”, diz Massuco. Simetria das peças Durante a entrevista, o especialista também chamou a atenção para outros detalhes. A falta de alinhamento em itens como as portas pode ser perceptível. Basta olhar se a parte de cima “acompanha” a de baixo. Quilometragem: a grande preocupação Um dos grandes medos de quem está prestes a comprar um carro seminovo é a quilometragem. Muita gente tem receio de que haja adulteração. Uma alternativa, portanto, é olhar com atenção as condições do volante e câmbio, além dos pedais de embreagem e freio. Condições do volante podem alertar sobre alta quilometragem — Foto: Reprodução/EPTV “Porque quanto mais rodado é o carro, mais desgastadas estão essas partes. Veja só o volante, por exemplo. Ele estava bem gasto e o proprietário colocou couro para poder, de certa forma, “apagar” o desgaste. Mas olha como a almofada da buzina já mostra que o carro é bem rodado”, afirma Massuco. Importância da vistoria cautelar Esse pode ser um outro trâmite de segurança durante a negociação: solicitar um documento de vistoria cautelar do veículo. “A cautelar assegura para você o passado do carro, inclusive a parte técnica. Por exemplo, se esse carro foi repintado, se não foi repintado e a quilometragem. Mas, o mais importante de tudo, que poucas pessoas têm o hábito de fazer, é fazer uma cautelar para si mesmo quando for vender”, orienta o perito. O documento, destaca o especialista, pode contribuir na identificação de fraudes. “Porque quando eu entregar esse carro para o vendedor, provavelmente vai haver também um comprador. E quando esse comprador for fazer a cautelar de compra, isso inibe qualquer fraude no meio do caminho. Porque se a quilometragem for adulterada, lembra que eu fiz uma cautelar para mim mesmo? Então consta lá nos dados do Detran a quilometragem que eu passei para o garagista. Se houver uma fraude no meio do caminho, o próprio Detran barra”, declara. Perito reforça importância da vistoria cautelar tanto para quem compra, quanto para quem vende — Foto: Reprodução/EPTV Conforme Massuco, uma vistoria cautelar pode custar, em média, R$ 300. E é fundamental buscar empresas homologadas pelo Detran. ‘Gran finale’: escapamento Mesmo se você for uma pessoa leiga, que não tem conhecimento sobre o motor do veículo, é possível adotar outra estratégia: observar o escapamento. Motor e escapamento têm “ligação” que pode denunciar más condições — Foto: Reprodução/EPTV “Só de passar a mão no escapamento, não pode ter nada molhado lá atrás. É uma questão da carbonização do motor. Tem que estar seco. Se estiver molhado, o motor está consumindo óleo. Aí é ruim, o prejuízo pode ficar caro. Hoje em dia, não tem motor por menos de R$ 5.000.” REVEJA VÍDEOS DA EPTV:
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