Unicamp aprova cotas para pessoas com deficiência na graduação e em colégios técnicos; veja o que muda

Unicamp aprova cotas para pessoas com deficiência na graduação e em colégios técnicos; veja o que muda

▶️ O que muda? Segundo a diretora-adjunta da Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest), Ana Almeida, o percentual de vagas reservadas para PCDs será decidido por cada curso, variando de 1 a 2 vagas a 5% do total oferecido. ▶️ Quais deficiências estão incluídas? Ainda de acordo com Almeida, estarão incluídas nas cotas todas as condições consideradas deficiências pela legislação brasileira. O Estatuto da Pessoa com Deficiência considera como PCD, portanto: “aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”. “Pessoas com experiências diferentes, com histórias de vidas diferentes, com habilidades, competências diferentes, quando elas se encontram na Unicamp, contribuem para produzir uma qualidade maior na formação das novas gerações de profissionais e também uma maior qualidade na produção de conhecimentos”, afirma a diretora-adjunta. Cotas para PCDs foram aprovadas por unanimidade nesta terça-feira (24) — Foto: Reprodução/YouTube ▶️ Quando entra em vigor? A partir deste ano para quem participar do próximo processo seletivo utilizando a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). No vestibular tradicional, a medida será aplicada a partir de 2025. “Se eles forem convocados para matrícula, eles vão passar por uma comissão, essa informação que eles deram e a documentação que eles enviarem vai ser validada por uma comissão que vai ser formada por uma equipe multiprofissional, interdisciplinar. Tendo a documentação validada, eles fazem a matrícula e ingressam na Unicamp”, detalha. Na graduação, o prazo para os cursos aderirem às cotas é de um ano caso não necessitem de adaptações para recepcionar os estudantes. Em cursos nos quais a necessidade de adaptação do ambiente é maior, o prazo será estendido para até cinco anos. “Há cursos que, já no primeiro ano de ingresso, precisam que o estudante trabalhe em laboratórios, desenvolva experimentos em laboratórios que são complexos. Às vezes, adaptar esses laboratórios exige tempo. Nesses casos, o prazo é um pouco maior para dar tempo de adaptar”, diz Almeida. No caso dos colégios técnicos, por conta do calendário de ingresso, as cotas também serão válidas a partir de 2025. Lei de Cotas: como funciona e o que pode acontecer no processo de revisão ‘A par da dívida histórica’, diz aluna Para a estudante Bruna Bimbatti Nogueira Cesar, a aprovação das cotas com unanimidade é resultado de um trabalho articulado pelo coletivo anticapacitista da universidade e surge em meio a um cenário de “estatísticas desfavoráveis” para a população PCD no Brasil. “Somos, segundo dados oficiais, 8,9% da população brasileira e temos uma representação ínfima na participação discente da Unicamp. […] A gente sabe que a representação da população com deficiência é muito pequena na Unicamp e está em vias de mudar, a partir de hoje, com a votação das cotas PCD, posteriormente ao estabelecimento da audiência pública”, diz Cesar. A estudante ressalta, ainda, que as cotas para PCDs possibilitam uma “universidade mais representativa, […] a par da sua dívida histórica, com populações que foram muito marginalizadas, sempre muito reduzidas a estudos de caso, e pouco teve a abertura para ser uma fonte de, tanto de propagação de conhecimento, quanto de produção de conhecimento”. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região

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