Sobrinha dele, Renata Thé Maia de Arruda Falcão relatou que a companhia aérea já tinha realizado contato com a família na sexta-feira. “Ontem, a psicóloga da companhia aérea entrou em contato, primeiramente com a minha tia, que é a esposa do meu tio Constantino, para perguntar se ele estava no voo que estava vindo de Cascavel para Guarulhos, e ela disse que sim. Então, ela comunicou que tinha acontecido um acidente e precisava confirmar. Minha tia entrou em pânico e não conseguiu dar continuidade na ligação, então a psicóloga entrou em contato com a minha mãe, que é irmã dele”, conta. Constantino e a sobrinha Renata — Foto: Arquivo pessoal Segundo Renata, a companhia informou um número de voo, mas sua mãe encontrou outro número no cartão de passagem do tio. Então, a empresa teria informado que o número tinha mudado porque o voo dele tinha sido transferido da Latam para a VoePass. “A partir desse momento, veio o desespero, tentar falar com ele pelo telefone, pelo WhatsApp e tudo. A última visualização do WhatsApp dele é às 11h54 […] Viemos todos nos reunir na casa da minha mãe, onde minha avó mora, que é a mãe de Constantino, e ficamos muito preocupados, muito tristes, muito abalados, até que saiu a lista oficial, com os 61 nomes e o dele não estava”. Tudo o que você precisa saber sobre a queda da aeronave em Vinhedo A lista divulgada, segundo Renata, trouxe mais incertezas para os familiares. Nos trouxe uma sensação de impotência, de dúvida e de esperança. Alguns mais, outros menos, mas existia essa esperança no final das contas, de: ‘O que será que aconteceu, será que ele não embarcou, será que ele pegou um outro voo, será que houve um overbooking e botaram ele em outro canto, será que ele se recusou a entrar no avião porque tinha mudado?’ Foram vários ‘se’ na nossa cabeça e ficou nessa tensão — Renata Thé Maia de Arruda Falcão, sobrinha de Constantino Constantino (no centro da imagem) era muito ligado à família, relata a sobrinh — Foto: Arquivo pessoal A família, então, passou a ligar várias vezes para a VoePass. “A única coisa que eles diziam é ‘colhemos seus dados e assim que tivermos alguma notícia vamos entrar em contato'”. Entre 20h e 21h, a empresa ligou para um dos tios de Renata, pedindo que ele fosse a São Paulo. Dois irmãos de Constatino foram até a capital paulista. “Hoje, às 7h20, exatamente depois do desembarque, a VoePass deu o comunicado oficial, de que ele tinha embarcado no voo e por um erro do sistema não estava constando, porém, já tinham checado e ele de fato estava. Ele morreu de novo, porque até então existia esperança, mas, infelizmente é o fim”. Constantino era proprietário de empresa onde familiares trabalham — Foto: Arquivo pessoal Renata contou que a família é muito unida. “De convívio diário mesmo. Meu tio vinha todos os dias aqui na minha casa, que é a casa da minha mãe, da minha avó, porque minha mãe trabalha com ele, o escritório dele é na casa da minha mãe. Então ele vinha, ele passava os dias, os cafés da manhã diários eram com a minha avó. Minha avó fazia tudo por ele, e ele consequentemente tudo por ela também. Então é uma perca que a gente ainda não consegue mensurar. A perca emocional, o abalo é imensurável”, lamentou. Além disso, ela afirmou que ele era o dono de uma empresa na qual os irmãos também trabalhavam, então, a situação também traz incertezas financeiras à família. “Era o suporte financeiro da família inteira”. Avião com 61 pessoas a bordo caiu em condomínio de casas em Vinhedo, no interior de SP. Ninguém sobreviveu — Foto: Miguel Schincariol/AFP Como era o avião que caiu em Vinhedo — Foto: Arte/g1 O que diz a VOEPASS? O CEO da Voepass Linhas Aéreas, Eduardo Busch, concedeu entrevista coletiva na noite desta sexta e afirmou que os pilotos eram experientes e que os sistemas operacionais da aeronave estavam todos em funcionamento no momento da decolagem. “A VOEPASS Linhas Aéreas informa que a aeronave PS-VPB, ATR-72, do voo 2283, decolou de CAC sem nenhuma restrição de voo, com todos os seus sistemas aptos para a realização da operação”. Foto mostra local da queda em Vinhedo — Foto: Claudia Vitorino/ Arquivo pessoal Trajetória de avião que caiu em Vinhedo — Foto: Arte g1