“É inadmissível que uma pessoa que pega uma moto ou um carro após uma festa open bar, sem dormir, em alta velocidade, dirigindo na contramão e sem carteira de habilitação saia impune após quase retirar a vida de uma pessoa. Qualquer pessoa sóbria sabe que pode retirar a vida de alguém cometendo tais atitudes”, afirmou na publicação. Em nota enviada ao g1, o motociclista Nayn José Sales afirmou que o acidente foi uma fatalidade e que não saiu de casa com a intenção de matar alguém. Também disse que não estava bêbado e que está sofrendo com dores crônicas. (veja abaixo o posicionamento). A triatleta Luisa Baptista é de Araras, mas atua em São Carlos — Foto: Gaspar Nóbrega/COB Investigação já dura 128 dias A investigação do atropelamento é feita pelo 1º DP de São Carlos e completou 128 dias nesta sexta. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a polícia “realiza diligências em buscas de elementos que auxiliem na elucidação dos fatos”. Informou ainda que o depoimento de Luisa será agendado. “Foram requisitados exames complementares ao Instituto de Criminalística, que estão em execução e após concluídos, serão analisados. As diligências prosseguem visando ao esclarecimento dos fatos”, informou a pasta. Luisa também disse que foi solicitado monitoramento eletrônico do jovem que a atropelou até o julgamento do processo. “Venho (…) solicitar urgência na aplicação das medidas cautelares visando a segurança minha e dos meus familiares até o período de julgamento ou evitar possível fuga do indivíduo, principalmente levando em consideração o fato de que o indivíduo já foi condenado por outros crimes severos”, escreveu na postagem. Ela disse que está aguardando resposta do Ministério Público. O g1 entrou em contato com o MP e aguarda posicionamento. O que diz o motociclista Veja a nota enviada por Nayn ao g1: “Sobre meu envolvimento no acidente com a moça, eu só tenho a agradecer a Deus por estar vivo e venho aqui dizer que foi uma fatalidade o que houve, pois ninguém sai de casa na intenção de se envolver em acidente, muito menos querendo matar alguém. Sei que estava errado por dirigir sem habilitação, porém bêbado sei que não estava e também não trafeguei na contramão. Estou aqui sofrendo com dores ainda crônicas mas a dor maior é não poder mais movimentar um braço, me impedindo de trabalhar e fazer muito mais coisas do dia a dia”. Atropelamento em dezembro de 2023 O acidente aconteceu em 23 de dezembro do ano passado na Estrada Municipal Abel Terrugi (SCA-329), no distrito de Santa Eudóxia. O caso é investigado pela Polícia Civil como lesão corporal culposa (quando não há intenção) na direção de veículo automotor. Bicicleta da triatleta Luisa Baptista ficou destruída após acidente em São Carlos — Foto: Ely Venancio/EPTV Naquela noite Sales foi a uma festa open bar numa casa noturna. Ele disse à polícia que não ingeriu bebida alcoólica, chegou em casa por volta das 4h30 e dormiu pouco e que no momento do acidente estava indo trabalhar. Sobre não ter CNH, ele disse que já tinha iniciado o processo na autoescola. “Tinha completado o cursinho, mas, por falta de tempo e questão financeira – a firma que eu trabalhava faliu e troquei de serviço, não terminei”, contou ao g1 em março. O inquérito policial que investiga o acidente envolvendo o motociclista e a triatleta foi aberto em 9 de janeiro de 2024, 17 dias depois do fato. De acordo com o documento ao qual o g1 teve acesso, o depoimento de Sales foi tomado no dia 5 de janeiro. Atleta está em recuperação A triatleta Luisa Baptista recebe a visita de suas cachorras no hospital — Foto: Vitor Duarte/Reprodução Instagram Luísa recebeu alta hospitalar em 1º de abril, 100 dias após ser internada. Ela teve ferimentos em quase todo o lado direito do corpo, perfurações no pulmão e fraturas expostas na mão e na perna. A triatleta deu entrada no hospital em choque hemorrágico grave, o coração chegou a parar por oito minutos. Apesar disso e dos dois meses que passou em coma, Luisa não sofreu danos neurológicos. Triatleta Luisa Baptista tem alta de hospital em SP após 100 dias internada Depois de passar pela Santa Casa de São Carlos e pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), a atleta foi transferida para o Hospital São Luiz – Itaim, na Zona Sul da capital paulista, onde permaneceu por mais de dois meses na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), até a alta. A triatleta segue o processo de reabilitação em uma clínica em São Paulo. Deverá ainda passar por outro procedimento cirúrgico, no qual colocará uma prótese no quadril. Veja os vídeos da EPTV Central: