É de Belo Horizonte o recordista sulamericano dos 100 metros com barreiras. Rafael Pereira, quando criança, gostava de andar de bicicleta e também, como uma criança brasileira, já correu muito atrás de uma bola em um campo de futebol. O esporte sempre fez parte da vida do atleta, mas o biotipo definiu por quais caminhos ele deveria andar, ou melhor, correr e saltar. Rafael conquistando o primeiro título do 110 metros com barreiras, ainda na categoria juvenil. — Foto: Arquivo Pessoal Aos 14 anos, o professor de educação física inscreveu Rafael para participar de uma peneira de atletismo. E, desde este momento, o mineirinho que cresceu no bairro Eldorado em Contagem, na Grande BH, estava certo de que faria disso sua profissão. Dentre muitas modalidades, o salto com barreiras foi a escolhida. “O 110 com barreiras sempre foi a prova que mais gostei no atletismo, mas acredito que foi uma escolha mutua: eu quis e este esporte me quis. Eu apresentava um certo biotipo para a prova, altura, pernas longas, velocidade”, explicou o atleta Rafael Pereira. 🏃♀️Os desafios Rafael Pereira nos 110m com barreira — Foto: Divulgação/Time Brasil Rafael Pereira era um adolescente quando passou a fazer parte da categoria de base do atletismo brasileiro. E, como o atleta mesmo diz, não é um tipo de esporte fácil de se viver dele. “Acredito que a maior dificuldade do atletismo brasileiro é o investimento na base, acredito que mais crianças e adolescentes poderiam ter acesso ao esporte, e não apenas acesso, mas chances de se manter no esporte”, destacou. 🏆Principais títulos do Rafael Pereira 🏆Bi Campeão Brasileiro Campeão Sul Americano 🏆Campeão Ibero Americano 🏆Finalista da Dimond Legue 🏆Recordista Sul Americano dos 60 e 110 com barreiras Rafael Pereira em disputa nos Estados Unidos. — Foto: Arquivo Pessoal 🏆Passaporte para Paris Um milésimo de segundo colocou Rafael Pereira nas Olimpíadas de Paris. Recordista sul-americano nos 110m com barreiras, alcançou o índice olímpico em julho do ano passado. Foi quarto lugar no Meeting de Lucerna, na Suíça. Rafael correu o trecho em 13s26, ficando abaixo do índice olímpico 13s27s. “O momento em que fiz o índice olímpico no ano passado foi especial pois tive uma temporada difícil competitiva, havia feito muitas mudanças na minha vida, inclusive troca de treinador e marca esportiva, então este momento foi um indicativo de que estava no caminho certo. Espero chegar na final e brigar por uma medalha, dentro da pista meu principal adversário sou eu mesmo. Com a medalha no peito terei o privilégio de comemorar com todos que amo”, explicou Rafael. 🥳Torcida do Rafael Os pais de Rafael, o irmão dele e uma tia já estão com as cadeiras garantidas para assistir, torcer e vibrar pela conquista da medalha de ouro. As provas começam com as eliminatórias no dia 4 de agosto. Dia 7 é a semi-final e dia 8 a final. Mas uma pessoa, também muito importante, não vai poder estar na arquibancada por causa do trabalho: a esposa de Rafael, Gabriella. Rafael com a esposa Gabriella, uma das suas principais apoiadoras em vários momentos. — Foto: Arquivo Pessoal Parte deste sucesso na carreira, o atleta atribui à Gabi. Durante a pandemia, ela foi essencial para que o atleta não fosse tão prejudicado já que centros de treinamento e academias estavam fechados. Ela o ajudou a improvisar os treinos. “Eu ia pra avenidas, praças ou qualquer lugar que fosse isolado e que tivesse espaço pra correr e tive que improvisar barreiras feitas com cano pvc e outros materiais de academia. E a Gabriella me ajudou em todos esse processos e ainda ia comigo pra rua, ajudava a colocar as barreiras, dava partida, filmava os treinos, espantava cachorros e crianças! Mas independente da fase ela sempre esteve ao meu lado me apoiando”, se emocionou Rafael. Veja os vídeos mais assistidos do g1 Minas:
Treino improvisado na pandemia ou debaixo de chuva: um pouco da trajetória de Rafael Pereira dos 100m com barreiras; VÍDEO
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