Lar Cidades Tragédia ambiental: 36 toneladas de peixes mortos são retiradas do Rio Piracicaba com tratores aquáticos; veja passo a passo

Tragédia ambiental: 36 toneladas de peixes mortos são retiradas do Rio Piracicaba com tratores aquáticos; veja passo a passo

por admin
0 comentário
tragedia-ambiental:-36-toneladas-de-peixes-mortos-sao-retiradas-do-rio-piracicaba-com-tratores-aquaticos;-veja-passo-a-passo

As ações continuam neste domingo (21), segundo a prefeitura de Piracicaba (SP) e Defesa Civil de São Paulo, com uso de hidrotratores, mais de 10 embarcações menores e mais de 30 pessoas no apoio. 👉- Veja passo a passo, a seguir, na reportagem. Operação para retirada dos peixes mortos no minipantanal entra no segundo dia A usina São José S/A de Açúcar e Álcool, apontada como responsável pelo despejo dos resíduos agroindustriais diretamente no Rio Piracicaba, foi multada em R$ 18 milhões. Dois hidrotratores, equipamento capaz de fazer a remoção de detritos em ambientes aquáticos, são usados nos trabalhos executados pela mesma empresa responsável pela coleta de lixo na cidade. Somente neste sábado (20), foram retiradas 12 toneladas de peixes mortos – 👆Acompanhe como foi o início da operação no VÍDEO, acima. Alguns pontos do Tanquã contam com recolha manual dos peixes mortos no desastre ecológico em Piracicaba — Foto: Prefeitura de Piracicaba/CCS Entre as toneladas de peixes retirados estão espécies de dourados, mandis, curimbatás. As ações de retirada são executadas por meio de maquinário, entre os dois tratores aquáticos, além de embarcação de areia, escavadeira e retroescavadeira e barcos menores. Alguns pontos do Tanquã contam com recolha manual dos peixes mortos. Os tratores aquáticos retiram o material – peixes mortos – do rio e transferem esse material para uma embarcação de areia, cedida pelo Porto de Areia Graminha. Depois de cheia, a embarcação segue para rampa montada na Chácara Estrela, do pescador José Benedito Veronez, o Paraná, que auxilia na operação desde o início. Na sequência, os peixes são retirados da embarcação com uma escavadeira e uma retroescavadeira os coloca em caminhões da Ambiental, empresa terceirizada da Prefeitura de Piracicaba, que leva o material até o aterro sanitário, em Piracicaba, para descarte correto. Água escura e ‘nata’ descrita por Nivaldo — Foto: Rodrigo Pereira/ g1 A operação, denominada Pindi-Pirá, tem colaboração da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e coordenação da Polícia Militar Ambiental e Defesa Civil do Estado de São Paulo, com participação das equipes de Piracicaba (SP) e Campinas (SP). “Desde a manhã do domingo, as equipes lideradas pela Polícia Militar Ambiental e a Defesa Civil do Estado estão com 10 embarcações de pequeno porte e mais dois hidrotratores para fazerem a limpeza no rio, mais de 30 homens atuam no apoio. Os hidrotratores retiram os cardumes maiores, enquanto as embarcações menores fazem a retirada manual”, comunicou em nota a Defesa Civil. O inquérito civil, instaurado no dia 18 de julho e assinado pelos promotores Ivan Carneiro e Alexandra Facciolli Martins, pretende dimensionar os danos ambientais que causaram a morte de toneladas de peixes no Rio Piracicaba e na Área de Proteção Ambiental (APA) do Tanquã. Serviços de retirada dos peixes mortos no Tanquã, na região de São Pedro (SP), segue neste domingo. — Foto: Prefeitura de Piracicaba/CCS Entre as medidas adotadas pelo MP, incluiu o pedido de informações que deverão ser apresentadas pelos seguintes órgãos: Usina São José S/A Açúcar e ÁlcoolCompanhia Ambiental de São Paulo (Cetesb) Polícia AmbientalDelegacia de Polícia de Rio das PedrasServiço Municipal de Água e Esgoto (Semae) de PiracicabaPrefeituras de Piracicaba e São Pedro 📝O Gaema do MP-SP quer acesso aos seguintes documentos: autos de coletas de amostras de águaautos de coletas de eventuais produtos químicos ou resíduos coletados nas dependências da usina e ao longo do Ribeirão Tijuco Preto, que deságua no Piracicabalaudo do Instituto de Criminalística sobre perícia realizada na empresaeventuais trabalhos desenvolvidos para conter ou mitigar os danos ambientais decorrentes da contaminação. O início do procedimento leva em consideração relatos de pessoas das comunidades ribeirinhas atestando a grande mortandade de peixes e a existência de Termo de Vistoria Ambiental apontando o vazamento de melaço para a mata e para o Tijuco Preto. Maior mortandade em Piracicaba Após a maior mortandade que se tem registro no Rio Piracicaba, foram anunciadas medidas para fiscalizar e monitorar o manancial. As ações foram informadas em coletiva de imprensa com a Prefeitura de Piracicaba (SP), Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e Polícia Ambiental na última sexta-feira (19). Mortandade de peixes teve início há cinco dias no local, segundo pescador — Foto: Rodrigo Pereira/ g1 Durante a coletiva, a Cetesb explicou as análises que foram feitas nas amostras colhidas e falou sobre as medidas adotadas, incluindo a multa de R$ 18 milhões aplicada à usina responsável pelo despejo irregular de resíduos (confira mais detalhes, abaixo). Já a Prefeitura de Piracicaba anunciou a publicação de um decreto, ainda nesta sexta, para criar um “Pelotão do Rio”, com a Guarda Civil Municipal. O intuito é a fiscalização permanente do manancial em parceria com outros órgãos. Outra medida anunciada é a criação, pelas Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), de mais três pontos de monitoramento do rio. O intuito é acompanhar constantemente a qualidade da água para que esse tipo de ocorrência seja identificada de forma mais eficiente. A prefeitura informou que deve solicitar ao Ministério Público e ao Governo Estadual que os recursos obtidos com as multas à empresa sejam usados para recuperação da população de peixes do rio e para apoiar as populações ribeirinhas, que dependem da pesca na região do Tanquã para sobreviver. Segundo a administração, ainda não foi decidido de que forma isso vai ser feito e o intuito é conseguir apoio dos governos estadual e federal. A usina responsável pelo despejo irregular, que teria sido a causa da mortandade de milhares de peixes, vai ser multada em R$ 18 milhões. O relatório da Cetesb detalhando a situação foi concluído nesta sexta. Peixes mortos se concentram no ponto de onde partem os barcos, em trecho do Tanquã em São Pedro (SP) — Foto: Rodrigo Pereira/ g1 A Usina São José S/A Açúcar e Álcool foi apontada pela Companhia como a única responsável por essa mortandade, que é considerada a maior que se tem registro em Piracicaba causada por um agente poluidor. A empresa nega que essa tenha sido a causa da mortandade, mas admite um extravasamento de resíduo (leia a nota completa no fim da reportagem). “O incidente resultou na morte de mais de 233 mil espécimes de peixes (em estimativas conservadoras) na região urbana de Piracicaba em 7 de julho e na Área de Proteção Ambiental (APA) Tanquã em 15 de julho”, diz a nota da Cetesb. Milhares de peixes mortos no Rio Piracicaba — Foto: g1 Conforme o relatório, obtido com exclusividade pela EPTV, afiliada TV Globo, o valor é a maior multa por esse motivo aplicada na cidade e uma das maiores do estado nos últimos dez anos, pelo menos. Sobre o relatório, a Usina São José informou que recebeu o documento e avalia o teor da decisão e seus desdobramentos. “A empresa esclarece ainda que adota as melhores práticas do ponto de vista ambiental e não poupa esforços para colaborar plenamente com a Cetesb, a Polícia Ambiental e o Ministério Público.” A EPTV e o g1 tentaram contato com a Usina São José S/A Açúcar e Álcool por vários dias desde a primeira mortandade. Em nota, mais atualizada, enviada na noite desta sexta-feira (19), a empresa afirma que: A Usina São José afirmou, em nota, que segue à disposição das autoridades e “não poupa esforços para colaborar plenamente”. Também diz que, até o momento, não recebeu evidências que demonstrem relação entre suas operações e a mortandade de peixes. A empresa cita que um termo de vistoria ambiental da Polícia Militar Ambiental de 8 de julho conclui não ter havido “apontamento de danos ambientais no ato da vistoria”. Também diz que o mesmo documento aponta a existência de uma galeria pluvial sob a Ponte do Funil, a 12 quilômetros da usina, que estaria “despejando um líquido perene com volume alto, amarelado e odor forte, através de uma manilha de plástico de 10 polegadas”. Segundo a Cetesb, esse despejo não tem relação com a usina e não é a causa da mortandade de peixes. A empresa acrescenta que não tem produção de etanol e, portanto, não gera a vinhaça, subproduto presente em vários dos casos registrados anteriormente. E que o relatório não menciona inspeção e monitoramento em empresas que tenham sido autuados anteriormente, nem em outros trechos do rio onde possa ter havido eventuais despejos irregulares. Prefeitura define plano para retirada de peixes mortos no Tanquã prevista para esta sexta VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e Região

você pode gostar