De acordo com jornais franceses, havia um mandado de busca contra Durov, emitido com base em uma investigação preliminar. O fundador é suspeito de não tomar medidas para impedir o uso do Telegram para fins criminosos. A Justiça considera que a ausência de moderação e cooperação com as autoridades, em relação às ferramentas oferecidas pelo Telegram, torna Durov cúmplice de tráfico de drogas, crimes contra crianças e fraudes, dizem as notícias. “O Telegram cumpre as leis da UE, incluindo o Ato de Serviços Digitais — sua moderação está dentro dos padrões da indústria e está constantemente melhorando”, disse o Telegram em um comunicado sobre a detenção de Durov na França no sábado. “O CEO do Telegram, Pavel Durov, não tem nada a esconder e viaja frequentemente pela Europa”, afirma o comunicado. “É absurdo afirmar que uma plataforma ou seu proprietário são responsáveis pelo abuso dessa plataforma. Estamos aguardando uma resolução rápida desta situação.” Polícia da França prende diretor-executivo do Telegram O aplicativo Há servidores em diferentes partes do mundo e o aplicativo promete encriptar as mensagens, ou seja, transformar a informação usando um algoritmo para impossibilitar a sua leitura por qualquer pessoa, exceto quem está recebendo a mensagem pelo aplicativo. O Telegram ainda permite ter conversas secretas, que podem ser apagadas automaticamente após um determinado tempo. Em entrevistas, Pavel disse que a ideia do aplicativo surgiu em 2011, quando as forças especiais russas tentaram invadir sua casa. Ele percebeu que não havia uma maneira segura de se comunicar com o irmão e, por isso, decidiu criar o aplicativo. Antes do Telegram, em 2006, os irmãos criaram a rede social “VKontakte” ou “VK”, a maior da Rússia e um dos sites mais acessados no mundo, sendo chamada de “Facebook russo”. Em 2014, Durov deixou o país após se recusar a cumprir as exigências do governo de fechar comunidades de oposição na VK, que ele vendeu. Ele foi naturalizado francês em 2021. “Prefiro ser livre do que receber ordens de qualquer pessoa”, disse Durov ao jornalista americano Tucker Carlson em abril sobre sua saída da Rússia e a busca por um lar para sua empresa, que incluiu períodos em Berlim, Londres, Cingapura e São Francisco. Atualmente, a sede do Telegram fica em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O aplicativo tem 900 milhões de usuários ativos e pretende atingir um bilhão dentro de um ano. Ele contou que a ideia das doações surgiu quando um amigo o procurou, dizendo que ele e a esposa tinham um problema de fertilidade. “[Quando fui atrás de mais informações], o chefe da clínica me disse que ‘material de doador de alta qualidade’ estava em falta e que era meu dever cívico doar mais esperma para ajudar anonimamente mais casais. Isso soou louco o suficiente para eu me fazer inscrever”, disse. O empresário disse ainda que planeja tornar seu DNA “em código aberto” para que seus “filhos” possam se conhecer futuramente. Nas redes sociais, Durov publica constantemente fotos sem camisa, com frases reflexivas e motivacionais. Entre os posts, há também um vídeo em que ele mergulha em uma banheira cheia de gelo. Veja também: Meta passa a coletar dados das redes para IA. Saiba passo a passo para desativar ‘Stalking’: saiba quando a perseguição na internet se torna crime App para controle de ciclo menstrual pode coletar seus dados?