Ano foi marcado por Covid-19 no ‘patamar da pandemia’ e pesquisa sobre ação do canabidiol na conservação de neurônios. Veja na retrospectiva. Superlotação em hospitais e ‘tatuagem de coração’: relembre os destaques da saúde 🏆A produção científica na região também não parou por um minuto, e algumas descobertas receberam reconhecimento. O g1 relembra os acontecimentos de maior destaque na saúde da região em 2024, que perpassam pelos casos de febre maculosa e de coqueluche, até momentos em que a demanda de atendimentos foi maior que a capacidade dos centros médicos da metrópole. ⬇️ Veja abaixo: Criança recebe dose de vacina contra Covid-19 em Campinas — Foto: Eduardo Rodrigues Os números de Covid-19 apresentaram alta na metrópole logo nas primeiras semanas do ano. A baixa cobertura vacinal, o descuido com a etiqueta respiratória, as aglomerações no carnaval, a volta às aulas e a circulação da subvariante da Ômicron foram fatores determinantes para o crescimento de casos e mortes pela doença. Durante todo o ano, a metrópole registrou 13.185 casos confirmados e 114 óbitos pela doença. O número de contaminados e mortos informados na reportagem foram atualizados pelo município em 27 de dezembro. Até o fim de 2024, o saldo final pode ser alterado. HC da Unicamp enfrentou mais um dia de superlotação — Foto: Heitor Moreira/EPTV 🏥 Com a crescente de quadros graves, os leitos de hospitais entraram em superlotação. Em março, com a capacidade para atender 30 pacientes, Hospital de Clínicas da Unicamp chegou a ter 100 pacientes na emergência. Pacientes chegaram a aguardar atendimento em macas, leitos improvisados ou cadeiras na recepção. A Unidade de Emergência Referenciada (UER) para adultos do HC da Unicamp registrou superlotação de 210%, ou seja, três vezes mais internos do que a sua capacidade. Por isso, o setor adotou medidas que restringem o encaminhamento de novos pacientes para a unidade. Pacientes na sala de espera do Hospital Mário Gatti, em Campinas (SP) — Foto: Reprodução/EPTV Paciente aguarda atendimento deitado no chão no HC da Unicamp — Foto: Reprodução/EPTV “É um cenário que parece um campo de guerra, na verdade. Eu não tenho nem como descrever, a pessoa para entender só estando aqui. […] A gente não conseguiu um quarto para internar ela. Como ela está em cuidado paliativo, não tem como você cuidar de um paciente num local desses, com mais de 100 pessoas acamadas”, desabafou 3. Campinas enfrentou falta de vacinas e população precisou aguardar em ‘lista de espera’ 💉 Aplicação da vacina contra a gripe em posto de saúde de Campinas (SP) — Foto: Ricardo Custódio/EPTV Sobre a falta, a Prefeitura alegou que havia estoque até o mês de setembro de 2023 e que o envio de doses foi reduzido a partir de agosto, quando Campinas recebeu apenas 20% do que havia pedido. Em novembro, conforme informou a Pasta, a cidade recebeu 10% do que foi solicitado. A vacina é o principal meio de prevenção da coqueluche — Foto: TOMAZ SILVA/AGÊNCIA BRASIL via BBC Casos de coqueluche aumentam em Campinas — Foto: Reprodução 🤔🦠 O que é a doença? A coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada pela bactéria Bordetella Pertussis. Ela compromete o aparelho respiratório, traqueia e brônquios, e se caracteriza por ataques de tosse seca. A enfermidade está presente no mundo todo e é transmitida por tosse, espirro ou fala de pessoa contaminada. A doença pode se apresentar de formas mais graves em crianças e até 5 meses e a vacina é a principal forma de prevenir a doença. Segundo a Prefeitura, somando os últimos três anos, 105 casos foram confirmados na cidade. Partículas do vírus da mpox vistas em microscópio eletrônico. — Foto: NIAID via AP, File 🤔🦠 O que é a doença? A mpox é uma zoonose viral: uma doença que foi transmitida aos humanos a partir de um vírus que circula entre animais. Antes do surto de 2022, ocorria principalmente na África Central e Ocidental, sobretudo em regiões perto de florestas, pois os hospedeiros são roedores e macacos. Febre maculosa é transmitida principalmente pelo carrapato-estrela, — Foto: Prefeitura de Jundiaí/Divulgação 🤔 O que é a doença? A febre maculosa é uma doença grave de alta letalidade, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii. A infecção se dá pela picada do carrapato-estrela infectado, encontrado naturalmente em gramados e matas, em especial nas áreas próximas a rios, lagos e lagoas. Capivaras ganham ‘tatuagem’ de coração para indicar que foram castradas, em Campinas — Foto: Prefeitura de Campinas Uma família de Sumaré (SP) acionou o Ministério Público e a Câmara Municipal para denunciar um possível caso de erro médico na rede municipal de saúde. Eles alegam que Eduardo Brazilino de Queiroz, de 13 anos, que morreu por febre maculosa, teve o caso tratado apenas como dengue. Os pais do adolescente contam que chegaram a informar aos médicos da suspeita, já que o menino costuma frequentar lugares de mato e próximo a lagos, por conta de pescarias, e que identificaram uma picada na perna dele, mas que as informações não foram consideradas. Eduardo Brazilino Queiroz, de 13 anos, morreu por febre maculosa em Sumaré (SP) — Foto: Arquivo pessoal Eduado apresentou os primeiros sintomas em 8 de maio, e veio a óbito no dia 15 do mesmo mês. A primeira pessoa a saber dos sintomas foi a avô do adolescente, que ouviu dele a reclamação de que “se sentia quebrado”. O adolescente foi levado à unidade de pronto atendimento de Sumaré no dia seguinte. E repetiu isso por dias, reclama a mãe do menino, que apresentava dores no corpo e febre alta persistente. Jefferson e Ianca, pais do adolescente de 13 anos morto por febre maculosa, mas que foi tratado como dengue na rede municipal de saúde de Sumaré (SP) — Foto: Jorge Talmon/EPTV 🧠 O estudo, conduzido por pesquisadores da Unicamp, do Instituto D’Or de Ensino e Pesquisa e do Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM), publicado em julho deste ano, revelou que os dois quadros de saúde convergem na aceleração de deficiências cognitivas. Daniel Martins-de-Souza, pesquisador da Unicamp e autor do estudo — Foto: Reprodução/Globoplay 🤔 Por que isso preocupa? Segundo Martins-de-Souza, proteínas associadas à neurodegeneração observadas em pessoas com esquizofrenia eram comumente associadas à ideia de que a doença é crônica e, em muitos casos, gera efeitos no cérebro durante muitas décadas. Mas com a Covid foi diferente. “Quando a gente olhou para os cérebros dessas pessoas com esquizofrenia, eles já tinham [a doença] há 20, 30 anos. É uma doença muito longa e é normal que esses eventos degenerativos aconteçam. Mas para Covid não. Uma pessoa que foi acometida pela Covid e, infelizmente, morreu três, quatro semanas depois, já ter proteínas indicando neurodegeneração é uma coisa muito grave”, afirma Daniel Martins-de-Souza, pesquisador da Unicamp e autor do estudo ➡️ A longo prazo, uma comunicação entre neurônios prejudicada pode levar ao o aparecimento de deficiências cognitivas (como problemas de memória e raciocínio) e sintomas psiquiátricos. Em busca de compreender como o CBD colabora para prevenir crises em pacientes com epilepsia em seu uso medicinal, o trabalho detectou alterações na função de quase três mil genes, principalmente, em estruturas ligadas à produção e economia de energia das células. “Essa questão da economia energética das células pode, inclusive, apontar um efeito positivo em casos de degeneração do sistema nervoso, de morte dos neurônios. Então, esse estudo pode até apontar outras possíveis aplicações”. Em resumo, a pesquisa sugere a existência de uma relação entre o uso do CBD e uma economia de energia celular que poderia resultar na proteção do sistema nervoso. Biólogo da Unicamp analisa cérebro de camundongo para avaliar efeitos do CBD — Foto: Antoninho Perri/SEC-Unicamp Pesquisadores da Unicamp e de outras cinco instituições descobriram que o vírus chikungunya é capaz de se espalhar pelo sangue, atingir múltiplos órgãos e causar danos cerebrais. Os achados foram publicados na revista científica Cell Host & Microbe, em fevereiro. De acordo com o estudo, os mecanismos de ação observados pela primeira vez em casos fatais indicam que o vírus pode atravessar a barreira que protege o sistema nervoso central, o que reforça a necessidade de atualização dos protocolos de tratamento e vigilância da doença. O principal achado foi a presença do vírus em amostras de líquor cefalorraquidiano, o que demonstra sua capacidade de atravessar uma camada protetora e alcançar o sistema nervoso, podendo chegar ao cérebro. Assim, ele causa danos neurológicos que podem resultar em sequelas ou levar o paciente à morte. 🦠 Porém, o vírus também pode causar as seguintes alterações no corpo do paciente infectado: problemas na circulação do sangue que levam ao desenvolvimento de trombosfragilidade vascular, alteração no comportamento de bomba do coração e risco para hipertensão arterialexcesso de líquido nos órgãosdesequilíbrio da imunidade Aedes aegypti é o transmissor da chikungunya, dengue, Zika e febre amarela — Foto: Freepik VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região
Superlotação em hospitais, maconha medicinal e mais: relembre os destaques da saúde em Campinas
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