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Série da Apple ri da lama em que se encontra Hollywood

por admin
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Que Hollywood é um império em decadência pouca gente questiona. Um mundo que já deu o Oscar de melhor filme a “O Poderoso Chefão”, “Um Estranho no Ninho” e “A Lista de Schindler” agora dá para filmes como “Anora” e “No Ritmo do Coração”, que ninguém lembrará daqui a alguns anos. Por isso, fica a pergunta: ainda é possível produzir filmes de qualidade numa indústria que é toda movida pelo lucro –e ainda assim opera no vermelho? É em torno dessa questão que gravita a ótima “O Estúdio”, série de comédia da Apple TV+ estrelada por Seth Rogen (de “Superbad: É Hoje”). Seth é Matt Remick, um executivo de quarenta e poucos anos que finalmente consegue o trabalho que sempre sonhou, o poderoso chefão dos estúdios Continental (estúdio que só existe na série, mas remete aos áureos tempos da Universal, Paramount, Fox e MGM). O dono do estúdio deixa bem claro: seu trabalho é fazer “movies”, filmes que entretêm e dão dinheiro, e não “films”, criações artísticas de grandes cineastas que podem até ganhar Oscar, mas não se pagam. No entanto, Matt tentará provar que é possível conjugar os dois: fazer grandes sucessos de bilheteria, mas de grande qualidade. Quer estar entre os dez mais lucrativos do ano e os dez indicados ao Oscar de melhor filme, tudo em todo lugar ao mesmo tempo. Pra piorar, ele tem uma grande fraqueza: quer ser amigo dos grandes cineastas e das grandes estrelas, quando na verdade é desprezado pelos criadores que só veem nele o cara do orçamento. A cada episódio, o executivo vai enfrentar problemas que mostram que Hollywood, o lugar mais sonhado do mundo, é um inferno quando visto de dentro: egos gigantes, orçamentos estourados e subordinados que puxam o tapete um do outro para aprovar seus projetos, tudo isso enquanto pedaços do estúdio são alugados à Netflix para ajudar a fechar as contas. O mais bacana de “O Estúdio” é a penca de participações especiais de cineastas e atores de todas as gerações. Os cinéfilos vão amar ver Martin Scorsese tentando conseguir o sinal verde para mais um projeto com mais de três horas; Ron Howard, diretor de “Apollo 13” e “Uma Mente Brilhante”, querer arruinar um bom filme de ação com um final cabeçudo; e Zac Efron fingindo boas relações com a diretora do seu último filme, Olivia Wilde (de “Não Se Preocupe, Querida”). Pois é… Já que a decadência do cinema é um caminho sem volta, que só piorou com o crescimento dos streamings, o negócio é rir pra não chorar. “O Estúdio” Série em dez episódios de 30 min na Apple TV+ Três primeiros episódios já disponíveis Novos episódios às quartas

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