O procedimento de alta complexidade envolveu equipes de ginecologia, urologia, cirurgia vascular, anestesiologia e pediatria. A cirurgia foi realizada em Elen Iazolli, de 37 anos, que estava na sua terceira gravidez. Foi necessária fazer a cesárea de Isabeli, que nasceu de 8 meses. Santa Casa de São Carlos realiza cirurgia para acretismo placentário pelo SUS — Foto: Santa Casa de São Carlos/Divulgação O procedimento foi marcado pelos médicos após o diagnóstico do problema, em maio. No caso de Elen, a placenta chegou a se aproximar da bexiga. “Foi tenso, porque aquela coisa na cabeça, todo dia, então, tinha hora que eu ficava bem mal, a gente ficava pensando no que poderia acontecer”, contou Élen. Ela fez a cesárea e depois retirou o útero. As operações demoraram aproximadamente 5 horas. “Se a gente tivesse descoberto na hora do parto, os riscos para ela teriam sido muito maiores. Os vasos do útero e da placenta já são vasos que sangram bastante e no acretismo esse sangramento é maior. A preocupação era com o sangramento e com o quanto essa placenta estava invadindo outros órgãos”, explicou a coordenadora de ginecologia e obstetrícia da Santa Casa, Bruna Parreira. Elen Iazolli, de 37 anos, teve acretismo placentário na gestação da sua terceira filha — Foto: Reprodução EPTV Acretismo Placentário Acretismo placentário é uma condição rara que ocorre quando a placenta se adere de forma anormal ao útero, invadindo o endométrio e, em casos mais graves outras camadas e órgãos adjacentes, como a bexiga e o intestino. Essa invasão aumenta significativamente o risco de hemorragias graves durante o parto. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, de janeiro a junho foram registrados 290 procedimentos ambulatoriais e 96 internações por acretismo placentário. Em todo ano de 2023, foram 163 internações e 583 procedimentos ambulatoriais. Alguns fatores de risco podem causar o acretismo placentário: idade materna avançada;cirurgias uterinas, como a remoção de miomas;cesáreas anteriores, já que o útero passa por cicatrização. “Ainda é raro, mas a gente vê que esse número tende a crescer com as cesáreas. A cesárea acaba gerando um ponto de fragilidade no útero e que faz com que a placenta consiga invadir além da camada que era para ela. Eu falo que é como se fosse uma árvore, as raízes vão se infiltrando ali e pode passar até mesmo da serosa que é a camada externa do útero, invadindo outros órgãos”, explicou Bruna. O acretismo placentário pode ser diagnosticado através de exames de imagem, como ultrassonografia e ressonância magnética. O tratamento é geralmente um parto cesárea, com histerectomia, entre 34 e 35 semanas de gestação. Veja os vídeos da EPTV Central
Santa Casa de São Carlos realiza cirurgia para acretismo placentário pela 1ª vez; entenda a doença
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