Celso Amorim, assessor especial do governo brasileiro para relações exteriores, afirmou nesta sexta-feira (23) que sanções não são a solução para o impasse político na Venezuela e que o Brasil continua trabalhando pela paz, buscando uma solução negociada para a crise no país vizinho. “Ênfase em negociação e diálogo. Sanções e isolamento não resolvem. Seguimos trabalhando pela paz”, afirmou Amorim. O comunicado, assinado por Estados Unidos, União Europeia, dez países da América Latina e a Organização dos Estados Americanos (OEA), acusa fraude no processo eleitoral que declarou Nicolás Maduro como vencedor. Presidente da Assembleia da Venezuela provoca Celso Amorim Nesta quinta-feira (21), o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela confirmou a vitória de Maduro, seguindo a declaração anterior do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). No entanto, ambos os órgãos não apresentaram as atas de votação, o que aumentou as suspeitas de fraude levantadas pela oposição, que afirma que o verdadeiro vencedor foi o opositor Edmundo Gonzalez. Amorim justificou a posição do Brasil de manter o diálogo aberto com todos os lados da política venezuelana, enfatizando a importância de promover a paz e a democracia por meio do diálogo, sem se alinhar automaticamente a sanções ou pressões que possam agravar a situação. O governo brasileiro tem adotado uma postura de neutralidade desde o início da crise, não reconhecendo nem refutando o resultado eleitoral, enquanto continua a exigir que a Venezuela apresente as atas de votação para assegurar a transparência do processo. O governo ressaltou a necessidade de manter uma cobrança firme por transparência e justiça. Além disso, o Brasil mantém comunicação com a Colômbia, que também possui uma longa fronteira com a Venezuela e dialoga com o governo e a oposição venezuelana. Essa coordenação regional é vista como crucial pelo governo brasileiro para mediar o conflito de maneira eficaz. No início da noite desta sexta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro. O tema foi Venezuela. Lula já foi próximo de Maduro e vem sendo cobrado dentro e fora do Brasil a tomar uma postura concreta sobre a contestada eleição venezuelana. A eleição na Venezuela completa um mês na semana que vem.
Sanções não resolvem, e Brasil segue ‘trabalhando pela paz’, diz Celso Amorim sobre impasse na Venezuela
8
postagem anterior