Camada de poeira no céu da região central de Piracicaba — Foto: Claudia Assencio/ g1 Pelo menos 15 cidades da área de cobertura do g1 Piracicaba e Região atingiram um índice de umidade do ar inferior a 20%, o que é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) um estado de emergência. Entre esses 15, dois municípios registraram abaixo dos 12%, o que caracteriza estado de alerta. Os dados são do Centro Integrado de Informações Agrometereológicas (Ciiagro) e referem-se à mínima umidade de ar registrada entre as 7h de quarta-feira (4) e 7h de quinta-feira (5). Em Piracicaba (SP), maior cidade da área de cobertura, a qualidade do ar medido pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) é considerada ruim. As baixas umidades são resultado das queimadas intensas registradas em todo o estado de São Paulo e do período de estiagem severa. Menos de 12% As cidades da região de Piracicaba com índice de umidade que chegou a menos de 12%, segundo o Ciiagri, são: Cordeirópolis – 10,2%Nova Odessa – 11,5% Em nota enviada ao g1 na tarde desta quinta-feira (5), a Prefeitura de Cordeirópolis afirma que a Defesa Civil aumentou as alertas sobre queimadas e tem monitorado continuamente os focos de incêndio. “O Pelotão Ambiental intensificou as fiscalizações, principalmente nas áreas rurais, aplicando severamente a Lei Municipal que proíbe queimadas em todo território municipal”, acrescenta. Ainda em nota, a Secretaria Municipal de Meio ambiente afirma que “coloca em prática o Plano Local de Ação Climática que prevê medidas mitigadoras e adaptativas para qualidade do ar, junto a finalização do Inventário de Emissão dos Gases de Efeito Estufa”. Entre 12% de 20% Outros 13 municípios chegaram a um índice de umidade de ar entre 12% e 20%: Capivari – 16,7%Charqueada – 12,4%Cosmópolis – 14,5%Elias Fausto – 15,9%Ipeúna – 17,1%Iracemápolis – 16,4%Limeira – 16%Mombuca 12,8%Piracicaba – 16,4%Rio das Pedras – 19%Saltinho – 15,2%Santa Bárbara d’Oeste – 16,6%São Pedro – 12,7% Tempo seco em Piracicaba — Foto: Claudia Assencio/g1 Medição da Umidade do ar A Umidade Relativa do Ar é concentração de vapor na atmosfera. A medição é feita pelo higrômetro, aparelho com um sensor responsável por fazer a leitura. “É um sensor eletrônico que fica protegido dentro da estrutura e é sensível a essa umidade do ar. Conforme aumenta ou diminui, ele tem um sinal elétrico que envia essa medida e a gente registra os dados”, disse Ana Ávila, meteorologista do Cepagri, em entrevista à equipe da EPTV, afiliada da TV Globo. Qualidade do ar ruim A qualidade do ar registrada em Piracicaba, segundo a Cetesb, é de 95 mg/m3 de partículas inaláveis, o que é considerado ruim. Entre os motivos, está a falta de chuvas. Quanto à saúde, por conta do índice, de acordo com o Cetesb, pessoas com doenças respiratórias ou cardíacas, idosos e crianças podem ter o agravamento de sintomas. É possível o surgimento de sintomas como ardor nos olhos, nariz e garganta, além de tosse seca e cansaço. Risco de infarto e AVC De acordo com o pneumologista da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Murilo Angeli Piva, o ideal é uma umidade de ar entre, pelo menos, 50% e 60%. Dessa forma, é tranquilo para respirar e mantem as árvores brônquicas e as vias aéreas superiores umidificadas, é o normal”, diz o médico. De acordo com o Dr. Murilo Piva, o cenário de baixa umidade de ar aumenta as doenças respiratórias e pode causar desidratação e doenças como infarto e AVC. “Quando a pessoa fica desidratada, aumenta o risco de formação de trombos, de obstrução em artérias, aumenta o risco de infarto, de AVCs, de derrames. Isso porque você vai ter um sangue mais espesso, vai ter uma filtração renal um pouco menor, porque você não tem aquela abundância de líquidos para ajudar a tirar as toxinas do corpo”, explica o médico. VÍDEOS: Veja outros destaques da região
Saiba quais cidades da região de Piracicaba têm umidade do ar em situação de emergência
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