Os “Pedros da Unicamp” seguem esse conselho à risca e vigiam atentamente os “José”, que mantém um grupo de homônimos com 29 integrantes há 11 meses (incluindo um Pedro espião 🕵️). ⚔️ Os rivais já tiveram um combate direto, quando José Edgard Ballesteros, estudante de educação física de 21 anos, conseguiu o link para ingressar no ‘território inimigo’ em agosto de 2023. Agora, a reportagem conversou com o José invasor, que contou como conseguiu furar o sistema de inteligência dos rivais. José invasor José Edgard conseguiu invadir o grupo dos Pedros — Foto: Reprodução/José Edgard José Edgard ainda não participava do grupo dos seus xarás e sequer sabia da existência de um formado por tantos homônimos. A descoberta veio quando um de seus amigos, Pedro, falou sobre seu interesse em participar da comunidade. José achou a ideia divertida e ficou curioso com a dinâmica do grupo. Logo teve a mirabolante ideia de usar o link de acesso disponibilizado para o seu amigo, ingressar e mandar uma mensagem ‘provocando’ os rivais. “Eu falei: ‘Que tal eu invadir, e enviar o meu nome no grupo e sair para ver a reação dos Pedros?’. E foi isso que eu fiz”, conta José. Antes que fosse retirado, José Edgard saiu do grupo e viu, com a ajuda do amigo, a movimentação dos Pedros diante de sua invasão. Um tempo depois, descobriu que havia um grupo só de Josés e logo tornou-se participante ativo dele. Josés da Unicamp — Foto: Reprodução/José Pedro Clã dos Josés José Pedro Rodrigues, aluno de engenharia de controle e automação de 22 anos, é o único administrador do grupo “Josés da Unicamp”, que foi criado em 31 de julho de 2023, há quase um ano. O aluno explica que apesar de ter Pedro no nome, nunca tentou ingressar no outro grupo. “[O grupo começou porque] queriam fazer um encontro dos Josés da Unicamp, e eu vi o link de ingresso em algum lugar, e entrei. Nem pretendia ir no encontro, entrei por causa do nome”, explica. Josés da Unicamp tentam marcar encontro os xarás. — Foto: Reprodução/José Pedro A reunião oficial dos Josés ainda não deu certo e alguns deles — inclusive os fundadores — acabaram deixando o grupo com o passar do tempo. No entanto, 29 xarás permanecem ativos, sempre conversando e enviando “Bom dia, José”, na expectativa de fazer a irmandade se fortalecer. José Edgard explica que a ideia do ‘rolê’ não foi deixada de lado. Eles continuam conversando esporadicamente, sempre de uma forma divertida, sobre assuntos diversos, como futebol, e ironizando a coincidência do nome. “Quando aparece uma notícia de algum José [tendo uma ação ruim, como corrupção e roubo], a gente sempre brinca com isso, falando que ele está desonrando o nosso nome”, explica “Homem é meio besta (risos), e é engraçado participar de um grupo desses. Parece que a gente faz parte de um clã”, conta o aluno de educação física. E apesar de ter agido antes de participar do grupo dos homônimos, a ação de “atacar os seus rivais” ficou marcada como um momento histórico na trajetória da irmandade, que enumera suas conquistas na descrição do grupo. Descrição dos “Josés da Unicamp” — Foto: Reprodução/WhatsApp 🤝🏻 E para fazer parte do grupo dos Josés, o estudante de educação física explica que é preciso entrar em contato com qualquer um dos integrantes. Por enquanto, não é necessário enviar um documento comprovando o próprio nome, basta se identificar. Só pode Pedro? O “Pedros da Unicamp” foi criado em 2019 após um grupo de amigos após encontrar uma iniciativa semelhante na Universidade Federal Fluminense (UFF). “Nós achamos que seria bom ter um grupo desses”, diz Pedro Torres, um dos administradores e criadores. ⚔️ A mobilização logo se tornou febre em outras universidades pelo país. Lucas, Thiagos, Joãos, Anas e Rebecas se organizaram, mas a relação entre os nomes não era amigável. Como em uma guerra, os homônimos traçavam estratégias para invadir o grupo dos oponentes e faziam alianças. 🔐 Diante de tanta rivalidade, o controle de acesso ao grupo é rígido. Segundo Pedro Henrique Estimo, as regras foram colocadas à prova quando, certa vez, um estudante chamado João Pedro conseguiu entrar no grupo, mas foi rapidamente interceptado. Enquanto o caso do João não passou de um mal-entendido, o grupo dos Pedros da Unicamp interceptou um outro ‘não-Pedro’ infiltrado no grupo. O espião foi rapidamente removido. Josés da Unicamp — Foto: Reprodução/Pedro Café Apesar de ‘não-Pedros’ terem conseguido furar o sistema de segurança, os Pedros também cometeram invasões e espionam outros grupos. “Nós invadimos o grupo dos Lucas, que eram os nossos inimigos naturais. Um dos Pedros mudou o nome do identificador do WhatsApp para Lucas, e conseguiu entrar. Nisso, ele fez um link de acesso, e todos os Pedros começaram a invadir o grupo deles”, conta o ex-aluno Pedro Henrique Estimo. Além dos Lucas, o antigo grupo dos Mateus (e Matheus) da Unicamp também sofreu uma invasão, que existia durante o auge da união entre os xarás na universidade. Pedros invadem grupo dos Mat(h)eus da Unicamp em 2019 — Foto: Reprodução/Facebook 🧐🚨 Após o ataque do José, os Pedros colocaram estrategicamente um agente secreto dentro do grupo do “Josés da Unicamp”, que observa todas as movimentações dos inimigos. “É sempre bom estar preparado para uma eventual segunda guerra dos nomes”, conta o espião.
Rival dos Pedros, grupo que reúne apenas Josés da Unicamp já invadiu ‘território inimigo’ e sofre com infiltrado
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