Rios que abastecem Piracicaba têm vazão até 62% menor com efeito da estiagem e Defesa Civil alerta: ‘setembro ainda será de atenção’

Rios que abastecem Piracicaba têm vazão até 62% menor com efeito da estiagem e Defesa Civil alerta: ‘setembro ainda será de atenção’

O Rio Piracicaba, em Piracicaba (SP), registra vazão 61,8% menor do que o volume médio de água esperado para setembro nesta terça-feira (3) e tem pedras aparentes ao longo da margem na zona urbana da cidade. O Rio Corumbataí, que é responsável por mais de 80% do abastecimento da cidade, também apresentou volume 54% abaixo da expectativa para este período do ano, com 2,46 mil litros de água por segundo. Os mananciais enfrentam as consequências da estiagem. Os períodos de seca costumam começar entre maio e junho e terminar entre setembro e outubro. A Defesa Civil, entretanto, aponta que este mês ainda requer atenção. – Leia mais na reportagem, abaixo. A vazão média do Rio Piracicaba observada nesta época do ano é de 55,3 mil litros de água por segundo (m3). Na manhã desta terça-feira, do manancial que abastece cerca de 20% da cidade estava em 39,5 m3 no trecho próximo à Rua do Porto, na região central. O cenário reflete os números da Sala de Situação das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). Conforme o boletim desta terça-feira (3), o nível do Rio Piracicaba marcou 1,30 metro de profundidade, sendo que a média esperada para setembro é de 1,40 m. Vazão do Rio Piracicaba fica quase 62% menor do que a média esperada para setembro nesta terça-feira. — Foto: Claudia Assencio/g1 Estiagem A representante da Defesa Civil de Piracicaba, Graziela Steagall, destacou que o mês de setembro será, ainda, um período de atenção com a estiagem. “Os centros meteorológicos mundiais indicam que haverá uma rápida transição do fenômeno El Niño para o La Niña entre julho e setembro deste ano”, alerta. 🌎Mas, o que é o La Niña? – O La Niña é o resfriamento das camadas mais superficiais do oceano Pacífico e esse fenômeno pode ter mais de um ano de duração e ocorrer em intervalos de tempo que variam de dois a sete anos, explica a representante da Defesa Civil. “Então, as projeções dos centros especialistas de meteorologia indicam que o mês de setembro continuará a ter clima seco, diferente de outros anos, quando as chuvas geralmente ocorrem no início da Primavera”, explicou. Volume de chuvas abaixo do esperado Dados captados pela Defesa Civil na cidade indicaram que o volume de chuvas neste ano foi abaixo do esperado. Neste ano, segundo Graziela, o regime de chuvas foi drasticamente menor quando comparado ao ano de 2023. Para se ter noção, nos três primeiros meses de 2023 registramos 880,4 milímetros cúbicos(mm3) de chuva, e para os mesmos meses de 2024, foram de apenas 329,5 mm³. “Diante disso, o nível de água disponível nos rios e mananciais está muito baixo, e não há perspectivas de chuvas até pelo menos o início de outubro pelo que acompanhamos pelos centros de estudo”, disse. 🔥Risco de incêndio – A especialista explica que, por isso, o risco de incêndio é elevado devido à influência da estiagem, porque a vegetação está sofrendo de estresse hídrico. Dessa forma, se não houver uso consciente da água e também se continuarem a atear fogo em mato seco, haverá o agravamento de uma situação já crítica”, completou. A Prefeitura, por meio da Defesa Civil, em conjunto com demais órgãos da cidade, como o Corpo de Bombeiros, também atua no monitoramento e alerta urgente para evitar ocorrências com fogo em áreas verdes de Piracicaba. A medida visa a proteção dos espaços contra ocorrências de incêndio durante o período de estiagem, que torna propícios o início e propagação do fogo. “A princípio, a vedação deve ocorrer até o dia 15 de setembro, mas o prazo pode ser prorrogado conforme as condições climáticas e os riscos associados”, ressalta. VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região

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