Apesar de parecer um cenário desanimador, a esperança se concretiza por meio de simples gesto que não prejudica em nada a vida de quem o prática: a doação de órgão. 📅💚 No mês em que é celebrado o Setembro Verde, campanha de conscientização e incentivo à doação de órgãos, a EPTV, afiliada da Rede Globo, conheceu histórias da região de Campinas (SP) que foram ou podem ser impactadas através de um ato de solidariedade. Entre irmãos Artur Leal foi transplantado com rim doado por seu irmão. — Foto: Reprodução/EPTV Há 20 anos, Pedro Leal doou um dos seus rins, órgão do sistema urinário que tem várias funções importantes para o funcionamento do corpo, para o seu irmão Artur Leal. Após ser constatado como compatível e o transplante foi completamente autorizado, os irmãos entraram para a sala de cirurgia juntos. “[Quando a cirurgia acabou] eu queria ver o meu irmão. Entrei em desespero, e perguntei: ‘Cadê o meu irmão?’. Tinham macas e uma cortina. O enfermeiro abriu e o Artur já estava acordado. Quando ele abriu, o Artur levantou a mãe e fez joia para mim”, conta Pedro sobre momentos após o transplante. Entre irmãos: Pedro Leal (à direita) doou um dos seus rins para o irmão, Artur Leal (à esquerda). — Foto: Reprodução/EPTV “Tudo foi possível graças ao meu irmão, que se predispôs a ser o meu doador e foi aprovado nos testes”, conta Artur. ‘Senhor, ou cure o meu filho, ou o leve’ Aos três meses, Henrique foi diagnosticado com leucemia. — Foto: Reprodução/EPTV Quando ainda nem conseguia falar, aos três meses de idade, Henrique Rodrigues Vera recebeu o diagnóstico de leucemia, um tipo de câncer que se desenvolve na medula óssea. O seu tratamento foi realizado no hospital filantrópico Centro Infantil Boldrini, localizado em Campinas (SP). Hoje, com 22 anos, o jovem vive saudável graças a uma doação de órgãos, que o tornou o 1º bebê a receber e sobreviver ao transplante de medula óssea em toda América Latina. Com a doação de uma medula óssea compatível vinda dos Estados Unidos, ele tornou-se um sobrevivente. Anos depois, em 2024, a sua história com o câncer foi escrita e eternizada por Valéria Rodrigues, sua mãe, com o livro “O Bebê que Venceu a Leucemia”. Valéria Rodrigues escreveu um livro que conta como o filho, ainda bebê, venceu a leocemia. — Foto: Reprodução/EPTV Ao receber o diagnóstico do filho e descobrir a necessidade dele receber um transplante, Valéria viveu momentos de desespero e os teve os piores dias da sua vida, principalmente quando soube que ela e nenhum dos seus familiares erma doadores compatíveis com Henrique. A vida do seu filho dependeria da solidariedade de um desconhecido. Nesse momento, a mãe diz que ‘entregou Henrique nas mãos de Deus’ e entendeu que só lhe restava a fé. “Com o ponto de vista médico, eu só resolvi rezar a Deus. E com todas as forças que me restaram, pedi: ‘Senhor, ou cure meu filho, ou o leve, porque não posso mais aguentar vê-lo sofrer assim’.”, escreveu Valéria Rodrigues, em seu livro ‘O bebê que venceu a leucemia’. Para encontrar um doador compatível com Henrique, o Boldrini entrou em contato com um hospital norte-americano que realizava a coleta de sangue dos recém nascidos pelo cordão umbilical. Com isso, foi identificado uma criança 100% compatível, e que conseguiria conceder o sangue da medula óssea. Com poucas memórias sobre a sua luta contra a doença, o primeiro bebê do Brasil que sobreviveu a um transplante de medula óssea conhece parte dela através dos relatos de sua mãe, eternizadas em um livro publicado em abril de 2024. “Foi estranho, porque não parecia que era eu. Por eu não lembrar de nada, foi interessante e emocionante ver que, principalmente a minha família, todo mundo cooperou naquele momento”, conta Henrique. Henrique conhece sua história de luta contra o câncer através dos relatos de sua mãe, eternizados em um livro. — Foto: Reprodução/EPTV Esperança Talitta é a 13ª na fila de transplantes para um pâncreas e um rim. — Foto: Reprodução/EPTV Há três anos, Talitta Queiroz está com uma mala pronta. A passagem para o embarque depende de um chamado que pode acontecer a qualquer momento: a sua vez na fila de espera para receber um transplante de um pâncreas e um rim. “No momento que eu for chamada, já está tudo preparado”, conta a jovem que ocupa a 13ª posição na fila. Após o transplante, Talitta poderá voltar a ter uma vida normal (e livre da hemodiálise, que precisa fazer a três anos). Seu afilhado, também não vê a hora de poder ter uma vida normal com a madrinha. “Quando ela transplantar, a gente vai jogar bastante futebol e vamos viajar para a praia”, diz. Talitta e o seu afilhado. — Foto: Reprodução/EPTV Como ser um doador Antes de tudo, é necessário comunicar os familiares sobre o desejo de doar, seja no caso da doação em vida ou após o falecimento. Os doadores vivos podem doar um órgão desde que não prejudique a própria saúde. Somente parentes até o quarto grau podem ser doadores vivos. Fora do parentesco é necessária uma autorização judicial. Pessoas vivas podem doar: Um dos rinsParte do fígadoParte da medula ósseaParte do pulmão No caso dos doadores falecidos – confirmada a morte encefálica – a família será a responsável por autorizar a doação. Os órgãos serão encaminhados para pacientes que aguardam na lista única, controlada pelo Ministério da Saúde. Ano passado, cerca de 50% das famílias negaram a doação. VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região
Rim para o irmão e primeiro bebê a sobreviver a um transplante de medula: veja histórias de quem teve a vida transformada pela doação de órgãos
7
postagem anterior