Remédios vencidos e aparelhos médicos são encontrados abandonados após troca de gestão em Engenheiro Coelho

Segundo a nova gestão, a atual situação da saúde está levando a cidade a emprestar medicamentos de municípios vizinhos. No depósito, estão caixas com frascos de soro fisiológico. Respiradores e massageadores cardíacos acumulam poeira. Um deles com número de patrimônio da Secretaria de Estado da Saúde. Diversos móveis novos estão abandonados, além de equipamentos de nebulização e cadeiras odontológicas ainda na embalagem. Macas e colares cervicais também ficaram esquecidos. Equipamentos de saúde sem utilização em Engenheiro Coelho — Foto: Márcio de Campos/ EPTV Enfermeira que deve assumir a Vigilância Sanitária do município nos próximos dias, Ellen Reis afirma que tudo faz falta para o trabalho. “Se a gente tivesse os novos que estão guardados no galpão lá funcionando, a gente poderia fazer a manutenção melhor e ter um melhor atendimento. Com certeza, os respiradores estariam sendo muito melhor utilizados do parados dentro de um galpão jogados”, afirmou Caixas de remédios vencidos estão no almoxarifado. Dezenas de canetas de insulina ficaram em uma geladeira. Todas estão vencidas. Os medicamentos usados no controle da diabetes estão próximas do prazo de validade. “Com certeza, tem pessoas que não receberam insulina e estão precisando comprar em vez de receber gratuitamente”, acrescentou Ellen. Canetas de insulina foram encontradas com prazo de validade vencido — Foto: Márcio de Campos/ EPTV Críticas da população Em meio ao cenário, moradores da cidade de 20 mil habitantes fazem críticas à atual situação da saúde. “Já passei situação de não ter nem dipirona aqui no posto, da gente precisar pra dar para uma criança em casa com febre e não ter. Precisou pedir ajuda para prefeito da cidade aí de fora porque aqui não tinha soro, não tinha medicação, não tinha nada”, relata a dona de casa Terezinha Aparecida de Oliveira Rosa. “É lamentável, na verdade, porque imposto a gente paga”, lembra o pedreiro Anderson Spagnol. Prefeitura diz que analisará materiais Segundo a prefeitura, todo o material será analisado pela Vigilância Sanitária nos próximos 30 dias. O que estiver em boas condições, deve ser colocado em uso. A nova administração informou que só soube do abandono na saúde depois da posse, no 1º de janeiro. “Nós ficamos sabendo na sexta-feira, pois nós não tivemos transição de governo. Então, isso dificultou todo o nosso trabalho. Nós estamos fazendo os relatórios fotográficos, vamos fazer relatórios escritos, vamos encaminhar para o Ministério Público, para o Tribunal de Contas e para a Justiça também, para que eles tenham ciência do que está acontecendo”, afirmou o prefeito Pedro Franco (MDB). Em relação aos equipamentos com identificação da Secretaria de Estado da Saúde, o Departamento Regional de Saúde (DRS) de Piracicaba informou que não foi notificado sobre o caso, mas já está apurando a situação. Equipamento de saúde abandonado em galpão em Engenheiro Coelho — Foto: Márcio de Campos/ EPTV O que diz o prefeito anterior Em nota, o ex-prefeito Dr. Zeedivaldo (PSD) disse que, durante a gestão dele, priorizou avanços significativos na área da saúde. Mas que, infelizmente, acontecimentos recentes, como o bloqueio judicial de mais de R$ 1 milhão nas contas do Fundo de Participação dos Municípios, impediram a aquisição de novos medicamentos para manter estoques suficientes para a nova gestão. “Falhas pontuais podem ter ocorrido”, afirmou Dr. Zeedivaldo. Quanto aos medicamentos vencidos e equipamentos em deterioração, o ex-prefeito disse que não tem conhecimento sobre as condições de armazenamento ou utilização durante a transição. E que, na época em que estava à frente da administração, nada disso foi reportado à equipe dele. VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região