“Não somos contra os impostos. Acreditamos que os impostos contribuem para educar o povo queniano e proporcionar o bem-estar social. No entanto, devem ser aplicados de forma racional”, afirmou o arcebispo de Nyeri, no Quénia, convidando os deputados a votar contra a proposta de lei das finanças. Vatican News Dom Muheria, vice-Presidente da Conferência Episcopal do Quénia (KCCB) considera que é necessario ter um programa que permita atingir o objetivo pretendido num determinado prazo e rejeita a tentativa de querer alcançar tudo de uma só vez, à custa dos quenianos, principalmente dos mais pobres. Neste sentido, no dia 16 de junho, na Catedral de Nossa Senhora da Consolata, na cidade de Nyeri, ele instou o Governo a reavaliar a sua abordagem às reformas fiscais, que considerou serem desordenadas e desligadas das necessidades do povo. “Não podemos ficar calados diante desta situação. Estamos a sobrecarregar o nosso povo com impostos excessivos e este plano desarticulado de aumentar os impostos ou de procurar novas áreas para obtê-los tem um impacto negativo na nossa economia e vai prejudicar gravemente o nosso povo”, frisou o Bispo de Nyeri. “Se atualmente o Fundo Nacional de Seguro de Saúde (NHIF) não consegue pagar as contas nem mesmo dos hospitais religiosos, se há uma dívida tão grande e tantos hospitais deixaram de aceitar o cartão NHIF, então porquê os impostos? Se, atualmente, também estamos a ter os problemas que nos levam a querer retirar o apoio aos estudantes nas universidades, qual é a família que vai sustentar dois filhos na universidade com duzentos mil xilins por ano?” – observou o prelado. O Arcebispo Muheria apelou aos legisladores para votarem contra a Lei das Finanças 2024 na sua totalidade e para escutarem a voz do povo e não se deixarem influenciar por filiações partidárias ou quaisquer outros factores externos. “Escutem a voz do povo, porque a situação económica é muito desfavorável… Estamos sob pressão económica e os nossos legisladores devem ser guiados pela consciência e não por outras influências”, exortou. No dia 18 de junho, a Comissão de Finanças da Assembleia Nacional cedeu à pressão de diversos setores e retirou várias cláusulas controversas da Lei das Finanças, mesmo quando os quenianos saíram à rua em Nairobi para protestar contra as propostas de lei. “Precisamos de proteger os quenianos contra o aumento do custo de vida e, por isso, a proposta de IVA de 16% sobre o pão foi retirada. Para ajudar a reduzir o custo de vida, estamos a fazer algo em relação ao óleo vegetal, para que não se torne mais caro para os quenianos. A transferência de serviços móveis é uma preocupação fundamental para muitos quenianos e, por isso, propusemos novamente que não haja qualquer aumento da tributação sobre a transferência por telemóveis”, afirmou Kimani Kuria, presidente da Comissão das Finanças e do Planeamento. Na quarta-feira, 19 de junho, a Comissão apresentou ao Parlamento o seu relatório, com recomendações – informa a Agência Fides. Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui