Nima Rinji Sherpa completou a missão nesta quarta-feira (9) ao alcançar o topo da montanha Shisha Pangma, no Tibete. “Ele chegou ao cume nesta manhã [de quarta-feira]. Ele treinou bem e eu tinha certeza que ele faria isso”, disse Tashi Sherpa, pai do jovem, à agência de notícias AFP. O feito de Nima — escalar todos os 14 “oito mil” —, é considerado o auge das aspirações de alpinistas do mundo todo. Os escaladores que se aventuram a isto enfrentam “zonas da morte”, onde a quantidade de oxigênio é insuficiente por longos períodos. Nima começou a escalar aos 16 anos, no Monte Manaslu, em agosto de 2022. O jovem vem de uma família de escaladores que, inclusive, administra a maior empresa de expedições de montanhismo do Nepal, segundo a rede de TV americana CBS News. “Este é um momento de orgulho para nosso país”, disse Nima Nuru Sherpa, presidente da Associação de Montanhismo do Nepal, também para a AFP. “Nima quebrou todos os estereótipos e seu sucesso mostra uma mensagem de que nada é impossível se você tiver uma forte determinação.” Antes, o recorde pertencia a outro escalador nepalês, Mingma Gyabu “David” Sherpa, que alcançou o feito em 2019 aos 30 anos. Segundo sua equipe, Nima escalou a montanha mais alta do mundo, o Monte Everest, no ano passado. A cultura da escalada Os escaladores nepaleses — geralmente pessoas da etnia sherpa que vivem nos vales ao redor do Everest — são considerados a espinha dorsal da indústria de escalada no Himalaia. Eles carregam equipamentos e comida e fixam cordas para expedições internacionais. Há muito tempo “nas sombras” como apoiadores de escaladores estrangeiros, eles estão sendo lentamente reconhecidos por seus próprios méritos. Em um post feito em suas redes sociais, Nima disse que estava se dedicando ao seu projeto #SherpaPower. “Este cume não é apenas o clímax da minha jornada pessoal, mas uma homenagem a todos os sherpas que já ousaram sonhar além das fronteiras tradicionais estabelecidas para nós”, escreveu ele. Monte Everest, na cordilheira do Himalaia, visto a partir do Nepal — Foto: Tim Chong/Arquivo/Reuters