Psiquiatra brasileiro vai fazer acompanhamento inédito de atletas nos Jogos Olímpicos de Paris: ‘Ajudar para que possam entregar o melhor’

Psiquiatra brasileiro vai fazer acompanhamento inédito de atletas nos Jogos Olímpicos de Paris: ‘Ajudar para que possam entregar o melhor’

Atual coordenador do Núcleo de Saúde Mental do Vasco e com serviços prestados a atletas do Flamengo no passado, o profissional reforça o trabalho multidisciplinar do Time Brasil. “O esporte sempre pediu por um cuidado maior. E é difícil, porque ainda há um estigma de que a psiquiatria está relacionada apenas a casos de doença grave”. Médico há 11 anos, Helio Fádel se especializou em psiquiatria em 2018. Em meio aos estudos, o profissional da saúde se dedicou a um processo de construção da importância do trabalho conjunto entre psicólogos e psiquiatras no esporte, assim como acontece com a população em geral. “Quando pensamos em toda a magnitude que envolve representar o Brasil na maior competição que são as Olimpíadas, e o que isso acarreta de pressão e responsabilidade, tudo isso pode gerar um sofrimento mental, seja dentro do espectro da ansiedade ou da depressão, uso de substâncias. O atleta fica muito regrado e tem as suas abdicações diárias o tempo todo. Cabe a nós, profissionais da saúde mental, neste acompanhamento, ajudar para que ele possa entregar o melhor como resultado e que também tenha qualidade de vida”, disse. Longa experiência Helio Fádel coordena o Núcleo de Saúde Mental do Vasco — Foto: Helio Fadel/Arquivo Pessoal Helio Fádel teve outras experiências com tratamento psiquiátrico antes de chegar ao Comitê Olímpico Brasileiro. Atualmente, ele coordena o Núcleo de Saúde Mental do Vasco, que repassa as informações necessárias ao Departamento de Saúde e Performance do clube carioca. Antes de chegar ao Cruz-Maltino, Fádel colaborou com o departamento de futebol do Tupi, clube campeão da Série D do Brasileirão e que hoje está sem divisão nacional e na terceira divisão em Minas Gerais. Além disso, o psiquiatra prestou serviços ao Flamengo em meados de 2020. “A meu ver, a Psiquiatria do Esporte e a Psicologia o Esporte in loco ajudam a encurtar caminhos na abordagem, porque o atleta terá uma relação de confiança com o profissional que está ali. Não é uma realidade de todos os clubes e seria o modelo mais assertivo de ter um departamento de saúde mental nos clubes”. Ansiedade para os jogos Helio Fádel embarcou com parte da delegação brasileira para a França nesta semana — Foto: Helio Fadel/Arquivo Pessoal Às vésperas dos Jogos Olímpicos, Helio Fádel tenta driblar a ansiedade. Fã de futebol, o psiquiatra afirma que, fora do horário de trabalho, pretende fazer valer o poder da credencial e assistir ao máximo de eventos possíveis na França “Estou bem ansioso para falar a verdade, é inevitável. Em uma situação destas, a questão não é se você vai ter ou não ansiedade, mas como você vai dialogar com este sentimento e essas emoções. Traço um paralelo com a vida do próprio atleta. Eles se preparam em um ciclo para entregarem o melhor deles, para terem um melhor rendimento, o melhor resultado. Isso tudo gera uma expectativa e deflagra a ansiedade. A gente, que está com eles no dia a dia, cria esta conexão de propósito, de conhecimento”, concluiu. VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes

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