O prefeito de Nova York, Eric Adams, foi acusado criminalmente nesta quinta-feira (26) por suspostamente ter aceitado propinas e contribuições ilegais de “fontes estrangeiras”, anunciou a promotoria da cidade. Os promotores entragaram à Justiça cinco acusações contra Adams, um democrata que foi chefe da polícia de Nova York por mais de dez anos. Entre elas, está a de que recebeu benefícios do governo da Turquia. Segundo a acusação, ele chegou a se hospedar em um hotel de luxo em Istambul, cuja diária custa mais de R$ 40.000, pagando menos de R$ 3.000. Na quarta-feira (25), o jornal “The New York Times” revelou que a Promotoria iria apresentar as acuasções formais, após três anos de investigações. Nesta quinta, os promotores confirmaram e detalharam as cinco acusações. São elas: Acessar contribuições ilegais através de um programa de fundos de Nova York. Sua campanha recebeu mais de US$ 10.000 (cerca de R$ 54.000) em fundos correspondentes apresentando certificações falsas, de acordo com a acusação; “Solicitar e exigir” subornos como viagens de luxo gratuitas e com grandes descontos, a um membro do governo turco. Segundo a denúncia, em troca, Adams ajudou o governo turco com regulamentos do consulado do país em Manhattan;Criar e instruir terceiros a criarem documentos falsos para tentar comprovar que ele pagou por viagens que foram na verdade gratuitas. Fraude eletrônica ao apagar mensagens com outras pessoas envolvidas em sua má conduta. A Promotoria, na denúncia, fala de “mais de uma década de corrupção” — Adams governa a cidade de Nova York desde 2021, mas, antes, comandava a polícia local, quando, segundo a acusação, também cometeu as irregularidades. Nesta manhã, antes de a Promotoria divulgar as acusações, o FBI revistou a residência do prefeito. “A conduta de Adams foi uma grave violação da confiança da população”, disse o promotor responsável pelo caso. Após a denúcia, Eric Adams disse que já esperava pelas acusações — o caso está em investigação desde 2021. Mas negou os crimes e afirmou que seguirá em seu posto e negou as denúncias. “Eu segui as regras de campanha e segui a lei”, afirmou. Na semana passada, no entanto, uma série de secretários de seu governo renunciaram após saberem da investigação em curso contra ele. Adams, que agora espera uma decisão da Justiça, já afirmou que vai tentar a reeleição para o cargo, no ano que vem. O prefeito de Nova York, Eric Adams, em 16 de setembro de 2024. — Foto: Seth Wenig/ AP