O porta-voz da presidência argentina, Manuel Adorni, disse nesta segunda-feira (20) que o governo de Javier Milei não tem por que pedir desculpas após o presidente da Argentina ter chamado Begoña Gómez, a esposa do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, de “corrupta”. Pedro Sánchez exige um pedido de desculpas de Milei sobre a fala e disse nesta segunda que as declarações do presidente argentino “não estão à altura” de um chefe de Estado. Além disso, Sánchez sugeriu que continuará aguardando uma retratação e afirmou que a reação de seu governo será proporcional “à dignidade que representa a democracia espanhola e aos laços de irmandade que unem” os dois países. Milei se referiu à esposa de Pedro Sánchez como uma “mulher corrupta” durante a convenção “Europa Viva 24”, um evento de líderes da extrema direita organizado pelo partido espanhol Vox, em Madri, neste final de semana. Espanha exige pedido de desculpas após fala de Milei Embora ele não tenha identificado Sánchez ou sua esposa pelo nome, a alusão de Milei ao período de reflexão que o primeiro-ministro espanhol tirou para decidir se renunciaria devido às investigações que sua esposa enfrenta permitiu que o casal fosse identificado. “As elites globais não percebem o quão destrutivo pode ser implementar as ideias do socialismo (…), mesmo que você tenha a esposa corrupta, digamos, suja-se [sic] e tire cinco dias para pensar sobre isso”, disse Milei. Milei reafirma seu discurso Milei respondeu à convocação de consultas reafirmando o que disse em seu discurso. O presidente argentino repostou a fala nas redes sociais, declarando: “Por mais que algumas pessoas queiram tapar o sol com as mãos (…), aqui estão minhas palavras no VIVA 24 que os deixam tão desconfortáveis”. Em uma mensagem publicada na rede social X, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, expressou seu apoio ao governo espanhol, afirmando que “ataques contra parentes de líderes políticos não têm lugar em nossa cultura: nós os condenamos e rejeitamos, especialmente quando vêm de aliados”. O principal partido de oposição da Espanha, o conservador Partido Popular (PP), recusou-se a aderir à ação do governo, que havia solicitado o apoio de todos os partidos no Congresso espanhol. “Nosso trabalho é fazer oposição ao presidente de Governo espanhol, não ao presidente da Argentina”, disse o porta-voz do PP, Miguel Tellado. Desentendimentos constantes Esse novo desentendimento entre Madri e Buenos Aires se soma ao que ocorreu recentemente por causa das palavras do ministro dos Transportes da Espanha, Óscar Puente. O governo argentino emitiu uma declaração dura condenando essas palavras, mas após o pedido de desculpas de Puente, a questão foi “resolvida” e “finalizada”, de acordo com o porta-voz da presidência argentina, Manuel Adorni, em 6 de maio. Pedro Sánchez diz que fica no cargo