A produção da EPTV, afiliada da TV Globo, esteve no interior do complexo nesta quinta-feira (9) e registrou os diversos problemas existentes na estrutura, não só das piscinas, mas também na casa de máquinas e no resto do prédio. Ao subir as escadas que dão acesso ao complexo das piscinas, é possível ver que a situação de abandono se espalha. Duas piscinas desativadas ocupam o local, acumulando água, sujeira e com partes destruídas. Piscina em estado de abandono no complexo aquático em Piracicaba — Foto: Edijan Del Santo/EPTV Ao lado das piscinas abandonas, estão as que passaram por reforma recentemente. Na parte dos trampolins, na borda da piscina, existe um desnível causado por uma rachadura Em um espaço próximo à piscina deveria funcionar uma casa de máquinas após o fim da reforma, mas o local está desativado, sem máquinas, e com acúmulo de água parada fruto de vazamentos. Casa de máquinas do complexo aquático em Piracicaba também sofre com bolores e falta de manutenção — Foto: Edijan Del Santo/EPTV A equipe teve acesso à casa de máquinas. No local, as paredes mostram sinais de vazamento e bolor, com água acumulada no chão. As máquinas estão todas desativadas. Embaixo da arquibancada da piscina principal, a situação também é de abandono. As paredes possuem manchas causadas pelo escorrimento da água, que vaza pelo telhado. As portas de madeira apresentam sinais de apodrecimento devido à água. Usuários afetados Piscina em estado de abandono no complexo aquático em Piracicaba — Foto: Edijan Del Santo/EPTV O número de pessoas que fazem uso do espaço do complexo em diferentes tipos de aulas chega a 600. Os usuários se mostram insatisfeitos com mais um fechamento e interrupção nas atividades. A aposentada Jade Santos foi até o local nesta quinta-feira e descobriu que não estava sendo realizado atendimento. Ela conta que não foi dada nenhuma alternativa de local para realizar as atividades que vão ser pausadas. “Falaram que eles estão aguardando, que vai fazer uma reforma na piscina porque está com vazamento. E já faz tempo que isso está acontecendo”, relembra a aposentada. A estudante Nathália Miranda também foi surpreendida ao chegar para a aula nesta quinta-feira. “A gente chegou aqui e simplesmente a informação foi ‘não vai ter aula’. Por que? ‘Vai ficar um tempo parado, o secretário nos informou ontem’. Foi essa a informação muito vaga”, reclama. A dona de casa Elizabeth da Silva reclama sobre a constante aparição de problemas no complexo, fazendo com que os usuários fiquem sem as atividades. “A gente sempre tem problema nessa piscina. Ano passado a gente ficou sem, e precisa né”. O que diz a prefeitura À EPTV, o secretário de esportes de Piracicaba, Roger Nascimento Carneiro, informou que a pasta precisa analisar a demanda para que possa realmente atender a necessidades dos usuários do local “Infelizmente, o município só possui uma piscina municipal, então vamos ter que buscar clubes e associações que possam estar de portas abertas para receber o nosso munícipe”, explicou. O secretário de obras, Luciano Selêncio, reforçou que o problema no local é estrutural, principalmente de vazamento, e que pode causar perigo aos frequentadores. “Nós temos um contrato em andamento na secretaria que nos permite acionar a empresa para realizar um laudo em caráter emergencial, para analisar toda essa parte estrutural, para verificar se nós temos recuperação ou se vamos ter que partir do zero com um novo projeto neste local”. Questionado sobre um prazo para emissão do laudo, o secretário de obras informou que está sendo priorizada a finalização em até 20 dias, para então haver uma tomada de decisão sobre o que será feito no complexo. Mais uma interdição O complexo aquático de Piracicaba foi inaugurado em 1976 e oferece aulas de natação, hidroginástica e outras práticas aquáticas. Complexo Aquático em 2022 — Foto: Leonardo Moniz/ Prefeitura de Piracicaba Em 2018, o espaço já tinha sido fechado em decorrência de vazamento na principal e maior piscina. A reforma durou mais de quatro anos e custou cerca de R$ 1,7 milhões. Confira abaixo cronologia: Em maio de 2018, um vazamento causou a interdição da maior piscina pública do complexo.Desde então, o local ficou fechado e as aulas foram transferidas, mas muitos alunos reclamaram que não conseguiam fazer as atividades.Em 2019, a piscina principal completou um ano e meio interditada. Na época, a prefeitura afirmou que a obra para resolver o problema era cara e que não havia previsão para reabertura. Vestiário e banheiros também apresentavam problemas estruturais.Em janeiro de 2020, com a piscina parada, o então prefeito Barjas Negri (PSDB) autorizou licitação para reformar o complexo. A obra estava avaliada em R$ 1,7 milhão e previa a construção de uma piscina semiolímpica também, além da reforma da outra.Em junho de 2020, após dois anos da interdição parcial, a prefeitura assinou o contrato de financiamento com a Caixa Econômica Federal para reconstrução do complexo e iniciou as obras. A previsão de entrega era para o primeiro semestre de 2021.Em agosto de 2021, o poder público recusou a entrega das obras de reforma do complexo ao apontar problemas estruturais e a necessidade de ajustes nas piscinas.Em novembro de 2021, a prefeitura apontou mais problemas na reforma e notificou a empresa responsável pela obra pela terceira vez.A inauguração do complexo aquático estava prevista para janeiro de 2022. Mas foi adiada para março do mesmo ano em decorrência da continuidade de problemas estruturais.Quatro anos após fechamento, o complexo foi inaugurado para o público no segundo semestre de 2022. VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região
Piscinas com infiltração e maquinário com vazamentos: veja como está o complexo aquático interditado em Piracicaba
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