A investigação tem por objetivo apurar práticas ilegais na execução de convênio, celebrado em abril de 2022, entre a prefeitura e uma OS para a gestão de unidades de saúde, cujos repasses passaram de R$ 50 milhões, sendo R$ 14 milhões em recursos federais. Segundo o delegado da Polícia Federal em Campinas Edson Geraldo de Souza, não há uma investigação direta sobre a conduta da prefeita de São João da Boa Vista, Maria Teresinha de Jesus Pedroza (PL). Nós apresentamos esse pedido em primeira instância, no entanto, por prerrogativa de foro e por precaução a Justiça Federal em São João da Boa Vista declinou para o Tribunal Regional Federal que, pelos indícios prós e contras em relação à investigação, preferiu permanecer com a investigação em segunda instância”, disse o delegado em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo. Mais de 70 servidores, entre policiais federais e auditores da CGU, cumprem 13 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), em São João da Boa Vista, Barretos, Bragança Paulista, Franco da Rocha, Mairiporã, Mogi das Cruzes, Santo André, São Bernardo do Campo, Sorocaba e na capital paulista. Investigações PF e CGU fazem operação em São João da Boa Vista contra desvio de dinheiro público na área da saúde — Foto: Carioca/Notícias Policiais Durante a investigação, a PF e a CGU, em um trabalho minucioso e colaborativo, colheram indícios de desvios de recursos públicos por meio da subcontratação de empresas supostamente fornecedoras de produtos e serviços à organização social. Também foram constatadas transferências de elevados valores das contas da OS e das empresas subcontratadas para contas correntes do principal investigado, de seus familiares e de pessoas sob sua forte influência, as quais figuram ora como sócios, ora como empregados, ora como gestores dessas empresas subcontratadas ou da principal organização social investigada. A investigação, além da busca por provas do desvio, visa ainda apurar possíveis práticas de lavagem de dinheiro relacionadas à aquisição e emplacamento de veículos de luxo e aquisição de imóveis de alto padrão em nome de pessoas integrantes do núcleo familiar do líder da organização. Além, dos mandados de busca e apreensão, o Tribunal Regional Federal da 3ª região determinou: o sequestro de bens e bloqueio de valores no montante de R$ 20 milhões contra pessoas físicas e jurídicas investigadas; prisão temporária do principal investigado, o qual, segundo apurado, mora em Portugal, com elevado padrão de vida e ostentação nas redes sociais. Os investigados, de acordo com suas condutas, poderão responder pelos crimes de organização criminosa, peculato e ocultação de capitais (lavagem de dinheiro), cujas penas somadas passam de 35 (trinta e cinco) anos de prisão, além de diversos outros já constatados durante a investigação. O nome da operação é uma referência à quarteirização, que é conceito aplicado aos contratos de gestão quando uma organização contrata uma empresa terceirizada e esta contrata outras empresas terceirizadas para executar ou auxiliar no objeto do contrato. PF e CGU fazem operação em São João da Boa Vista contra desvio de dinheiro público na área da saúde — Foto: Carioca/Notícias Policiais