Lar Cidades ‘Perdemos nosso bem maior por um bichinho tão pequeno’, diz mãe 1 ano após morte de adolescente em surto de febre maculosa

‘Perdemos nosso bem maior por um bichinho tão pequeno’, diz mãe 1 ano após morte de adolescente em surto de febre maculosa

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A adolescente morreu no dia 13 de junho do ano passado. Para a mãe, a empresária Simone da Silva Santana, manter o quarto da mesma forma que Erissa deixou traz a ilusão reconfortante de que a menina está “apenas viajando” e pode, a qualquer momento, voltar para casa. “Um ano sem a Erissa. Não é fácil, é muito difícil. Nós perdemos o nosso bem maior por causa de um bichinho tão pequeno, que a gente não tinha noção que causava um estrago e destruía uma vida, destruía uma família da forma que aconteceu”, lamenta. No dia 27 de maio do ano passado, a adolescente acompanhou o trabalho do pai durante a festa “Feijoada do Rosa”, na Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio. Outras três pessoas que estiveram no mesmo evento também morreram dias depois e tiveram a febre maculosa como causa confirmada. São elas: Da esquerda para direita: Douglas Costa, Mariana Giordino, Evelyn Santos e Erissa Santana morreram de febre maculosa após passarem por fazenda em Campinas — Foto: Reprodução Cuidados redobrados Desde o surto em 2023, a prefeitura reforçou os cuidados e prevenção à doença. Todas as áreas da metrópole com vegetação, curso d’água e presença de animais hospedeiros são locais de risco e, portanto, devem ter avisos sobre o risco de transmissão da febre maculosa, incluindo espaços privados. Nas áreas públicas, como parques e praças, 364 novas placas foram instaladas no período. Os avisos são importantes porque, caso pessoas que estiveram nesses locais apresentem sintomas dias depois, é preciso avisar a unidade de saúde rapidamente. “O tratamento é estabelecido na suspeita do caso, não espera a confirmação. Suspeitou, já tratou. Tratando precocemente, a chance de cura é muito grande”, explica a coordenadora do programa de febre maculosa de Campinas, Heloísa Girardi Malavasi. Profissionais de saúde das redes pública e particular também passaram por treinamento para identificar os sinais da doença o mais rápido possível. “As vigilâncias regionais conseguiram fazer uma agenda de ir nos serviços e chamar para capacitação, e isso tem sido feito sistematicamente”, diz Malavasi. Imagem aérea do distrito de Joaquim Egídio, em Campinas — Foto: Reprodução/EPTV Na fazenda onde Erissa e outras três pessoas se infectaram, é feito um trabalho quinzenal com armadilhas para carrapatos, uso de drone para aplicação de carrapaticida orgânico. O produto também é colocado em canteiros e plantas por onde as pessoas passam. Desde a reabertura do espaço de eventos ao público, em setembro de 2023, foram realizados mais de 10 eventos, sendo o mais recente em maio. Neste período, não houve registro de incidentes relacionados à febre maculosa. O que é febre maculosa? Febre maculosa: entenda o que é e quais os sintomas da doença A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por uma bactéria transmitida através da picada de uma das espécies de carrapato (carrapato-estrela), ou seja, ela não é transmitida diretamente de pessoa para pessoa pelo contato e seus sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças que causam febre alta. Há no estado duas espécies da bactéria causadora da doença. Conforme o Ministério da Saúde, os principais sintomas da doença são: febre;dor de cabeça intensa;náuseas e vômitos;diarreia e dor abdominal;dor muscular constante;inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés;gangrena nos dedos e orelhas;e paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões, causando parada respiratória. Prevenção De acordo com a Secretaria de Saúde, pessoas que visitam, trabalham ou moram em áreas de risco para febre maculosa – próximo a matas, rios e parques com áreas verdes – podem seguir as seguintes medidas de prevenção: O carrapato-estrela é encontrado naturalmente em gramados e matas, em especial nas áreas próximas a rios, lagos e lagoas. Se estiver contaminado, pode transmitir a bactéria que causa a febre maculosa.Evite caminhar, sentar e deitar na grama e nos locais com acúmulo de folhas secas caídas. Os carrapatos se concentram em áreas de sombra.Evite se aproximar de rios, lagos, lagoas e dos animais presentes no local.Faça piquenique, comemoração, ensaio fotográfico e atividade física nas áreas pavimentadas.Use roupas claras, observe o corpo e as roupas. Se algum carrapato chegar até você será mais fácil enxergar.Use repelente com eficiência comprovada contra carrapatos. Passe na pele exposta, sapato e roupa.Encontrou um carrapato aderido na pele? Retire com cuidado, sem esmagar, de preferência usando uma pinça e lave o local com água e sabão.Em casa, tome banho quente e use bucha vegetal fazendo movimento circular. Se tiver algum carrapato na pele, a bucha ajuda a retirar. Ao visitar áreas verdes e parques da nossa cidade, respeite as orientações das placas de informação.O carrapato de cachorro não é da mesma espécie do carrapato-estrela. Porém, se o seu pet frequenta área de risco, ele pode ser infestado pelo carrapato-estrela e levá-lo para sua casa. Carrapato estrela é o vetor da bactéria que transmite a febre maculosa — Foto: Arquivo/Marketing Unoeste VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região

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