Local homenageia filhos de vida breve com plantio de árvores frutíferas. Luto: pais transformam praça em ponto de acolhimento em Araraquara Um ponto de encontro para trocar experiências e aprender a lidar com o luto de bebês de vida breve. Assim, a praça Loui Morais Bego, no Jardim Cambuy, em Araraquara (SP), se tornou um local que homenageia os bebês e cria laços entre familiares que passaram pela mesma situação. A praça foi idealizada pelos pais Pâmela e Amadeu Bego, em memória de seu filho Lui, que faleceu em 2021 antes do nascimento devido a complicações. Após a perda, eles plantaram uma árvore com as cinzas do filho e foram transformando o espaço que estava abandonado. Vizinhos e a prefeitura Municipal de Araraquara apoiaram a ideia e o local foi inaugurado neste ano. “Quando perdemos o bebê pensamos em ressignificar a vida dele, e plantamos uma árvore frutífera para que eu pudesse cuidar dele, dando frutos, como se fosse a vida dele também. Essa forma é de manter ele vivo, porquE ele está vivo dentro da gente. uma vida que vem não pode simplesmente achar que não foi nada, teve a sua diferença e modicou a gente”, comentou. Pais se reunem em praça de Araraquara para homenagear bebês de vida breve — Foto: Renan Ciconelo/EPTV Transformação da dor Os pais fazem parte do grupo Transformação que há 7 anos realiza encontros com pais e mães que perderam seus filhos na gravidez ou no neonatal. O professor André Cunha comentou que as famílias enfrentam desafios parecidos e se fortalecem com muito apoio e compreensão. “É aqui que a gente começa a entender o luto, o processo, a gente vê outras famílias que tiveram o mesmo problema com a questão da perda, cada um com as suas particularidades, porque cada um perdeu de um jeito e em um período. Mas esses encontros de ver todo mundo na mesma luta é o que fortalece bastante o grupo”, disse o professor André Cunha. Praça em homenagem ao pequeno Loui virou ponto de encontro de famílias que perderam bebês em Araraquara — Foto: Renan Ciconelo/EPTV A fundadora do grupo, Perla Frangioti, explicou que falar sobre o luto e a morte é um importante processo nas etapas de dores. “A gente aprende socialmente que se falar de luto e de morte é como se a gente estivesse cutucando a ferida, e na verdade a gente aprende que juntos compartilhando as nossas dores, e a gente consegue ressignificá-las. Aqui falamos que o amor não morre, elevai crescendo e esse espaço é para a gente compartilhar e celebrar a vida deles, o amor que nos trouxeram”, contou Perla Frangioti é a fundadora do grupo Transformação de Araraquara — Foto: Renan Ciconelo/EPTV “A praça foi nomeada em homenagem ao nosso filho e ao grupo Transformação, representando um local de memória e ressignificação. Continuaremos a usar o espaço para encontros e ações em memória dos filhos e filhas com breve vida”, finalizou Pâmela. REVEJA VÍDEOS DA EPTV CENTRAL: