Lar Cidades Paciente com câncer viaja para tratamento e é ‘esquecido’ por mais de 30h em hospital em SP

Paciente com câncer viaja para tratamento e é ‘esquecido’ por mais de 30h em hospital em SP

por admin
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O paciente faz tratamento contra um câncer de intestino há 10 anos e estava com uma bolsa de colostomia, além de estar sem remédios, banho, comida e local para dormir. “Estava cansado e estressado, estou num estado de nervo que você nem imagina. Você nem imagina o quanto eu chorei. O que eu passei eu peço a Deus que não aconteça com mais ninguém. A gente que faz tratamento contra o câncer é difícil, imagina fazer quimioterapia e radioterapia. O tratamento é complicado e tem que ter cabeça para aguentar uma bolsa de colostomia há 10 anos”, contou. Em nota, a Prefeitura de Rio Claro disse que a Fundação Municipal de Saúde deve abrir um processo administrativo para apurar o caso. Em nota, o Hospital Amaral Carvalho informou que foi procurado pelo paciente apenas na quarta-feira (2) de manhã, um dia após o fato. (Veja comunicados abaixo) Pressão subiu com estresse Paciente Gilberto faz tratamento contra câncer em Jaú e foi deixado no hospital por 33 horas pelo tranporte da Fundação Saúde de Rio Claro — Foto: Ely Venâncio/EPTV Gilberto chegou a gravar um vídeo em frente ao hospital a noite mostrando a situação em que se encontrava. “São 20h e até agora nem sinal de quem vão vir me buscar. Agora imagina uma pessoa que faz tratamento de câncer e passar por tudo isso aí. O estresse, o nervoso a pressão alta, vê se é justo isso aí”, disse no vídeo. O paciente disse que tentou dormir em uma cadeira disponibilizada por um guarda do hospital. Porém, a situação deixou o paciente estressado e a pressão subiu na madrugada. “Fiquei em uma cadeira dura, e pelo menos não fiquei no tempo [ao relento], estava esfriando. Mas passei mal a noite, minha pressão subiu, tive dor de cabeça, e busquei o pronto atendimento do hospital às 4 da manhã. Tive que tomar remédio de pressão”, disse. “Esquecido” Gilberto passou mal na madrugada devido ao estresse por ter sido “esquecido” em hospital de Jaú — Foto: Ely Venâncio/EPTV Gilberto saiu de transporte municipal de sua cidade às 3h30 da madrugada com mais quatro pacientes para uma consulta marcada às 11h30 em Jaú. O transporte só foi buscar o homem no outro dia às 10h30 da manhã. Ele só foi chegar em sua casa às 12h, ou seja, 33 horas depois de ter saído. O paciente disse que ao ligar para o motorista para saber aonde seria o ponto de encontro, recebeu a informação de que outro motorista voltaria para buscá-lo. “Ele falou que já estava em Rio Claro, mas falou para eu ficar tranquilo que iriam me buscar, fiquei esperando, deu 16h, e foi passando a hora até que chegou 20h e vi que ninguém viria me buscar”, disse. No horário noturno, não havia mais ônibus para voltar a Rio Claro. A ala do hospital onde ele faz o acompanhamento já tinha sido fechada, e as assistentes sociais já tinham indo embora. “Quando fui procurar a assistente social não tinha mais ninguém lá, mas se eu tivesse procurado antes teriam dado um jeito em casa de apoio”, contou. Há 10 anos, Gilberto descobriu o câncer e já passou por três cirurgias no Hospital Amaral Carvalho e, até hoje, precisa retornar para fazer exames e acompanhamentos. Paciente de Rio Claro em tratamento de câncer é deixado para trás em hospital de Jaú O que diz a Prefeitura A reportagem da EPTV, afiliada da EPTV, procurou a Prefeitura de Rio Claro por dois dias seguidos para entender o que aconteceu. Em nota, a prefeitura disse que as informações estão sendo averiguadas e que, se necessário, a Fundação Municipal de Saúde vai abrir um processo administrativo. Na quinta-feira (3), o secretário da Fundação, Marco Aurélio Mestrinel, comentou sobre o caso em uma audiência pública na Câmara Municipal. Na audiência, o secretário disse aos vereadores que já foi aberta uma sindicância interna para entender o que aconteceu. Ele explicou que existe um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho assinado em 2018, que prevê melhorias no serviço de saúde. Um dos pontos do TAC é sobre a carga horária dos motoristas da fundação, que não podem fazer mais do que 2 horas extras por dia, o que tem complicado o transporte de pacientes. O secretário disse que está em contato com Jaú para apurar porque a assistência social do Hospital Amaral Carvalho não acolheu o paciente. Durante a audiência, o secretário, pediu desculpas para a família. No mês passado, a EPTV mostrou que pacientes com doenças crônicas estavam perdendo consultas por falta de transporte. Na época, a Fundação Municipal de Saúde informou que estava tomando providências e que entre as medidas estavam mudanças nas escalas de trabalho e contratação de novos motoristas, conforme concurso público feito recentemente. O que diz o Hospital Amaral Carvalho Em nota, o setor de Serviço Social do Hospital Amaral Carvalho informou que foi procurado pelo paciente no dia seguinte ao ocorrido (quarta-feira), às 7h18. “Reforçamos ainda que todos os pedidos de vagas para acolhimento nas três casas de apoio da Instituição devem ser realizados pelos órgãos competentes das prefeituras. Em nenhum momento, a Prefeitura de Rio Claro entrou em contato com o Hospital Amaral Carvalho para solicitar acolhimento ao paciente”, disse. VEJA TAMBÉM: REVEJA VÍDEOS DA EPTV:

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