O Ministério Público (MP-SP) cumpriu dois novos mandados de busca e apreensão, nesta sexta-feira (14), na segunda fase da operação que investiga crimes envolvendo jogos de azar em Piracicaba (SP). Segundo o promotor responsável pelo caso, os mandantes dos assassinatos do empresário Felipe Roberto Casale, de 37 anos, executado a tiros em março de 2024, e do pai dele, Wilson Roberto Casale, em 2018, são os mesmos. A polícia, segundo o MP, já sabe que existe relação entre as mortes. Um dos suspeitos chegou a abordar a esposa do empresário depois que outros investigados foram presos. – Leia mais, a seguir. Tiros em carro de empresário executado no bairro Paulista em Piracicaba (SP) — Foto: Polícia Militar Na segunda fase da Operação Jogo da Vida, quatro pessoas foram presas no estado de São Paulo, sendo duas em Piracicaba, um terceiro envolvido em Votorantim (SP) e um quarto investigado no Guarujá (SP). LEIA MAIS Na primeira etapa da operação, três pessoas foram presas temporariamente e armas, munições, além de R$ 300 mil em dinheiro, R$ 500 mil em cheques e máquinas caça-níquel foram apreendidas. – Veja mais detalhes abaixo. Disputa por pontos de jogos Segundo o promotor Aluísio Antonio Maciel Neto, a investigação começou no começo de abril em trabalho conjunto com a Delegacia de Homicídios de Piracicaba. “Ao longo da investigação, nos últimos dois meses, conseguimos identificar pontos de relação e conexão entre o homicídio ocorrido no dia 26 de maio de 2018 com o do dia 15 de março de 2024. Sendo, respectivamente, as mortes de pai e filho, dois empresários de Piracicaba”, afirmou o promotor. “Os mandantes dos dois crimes são os mesmos. A investigação aponta para disputa de pontos de jogos de azar. Havia uma disputa entre essas duas famílias em Piracicaba e, por tal razão, o pai e o filho foram assassinados. MP aponta relação entre execuções de pai e filho em Piracicaba: ‘Mandantes são os mesmos’, diz promotor — Foto: Reprodução/EPTV Presos Dois dos presos nesta segunda fase da Operação Jogo da Vida, apreendidos em Votorantim e Guarujá, pertencem ao grupo dos mandantes dos assassinatos, segundo informou a EPTV, afiliada da Globo para Piracicaba e região. Já os outros dois presos em Piracicaba integram a organização criminosa. “Um deles teria começado a abordar a esposa de Felipe depois que os primeiros suspeitos foram presos na primeira fase da operação”, explicou o promotor. “Por esses motivos, eles também foram encaminhados ao Ministério Público e vão ser presos temporariamente”, acrescentou. Próximos passos A investigação continua e poderá ter outros desdobramentos, segundo o MP. “Agora, precisamos fazer todo os rescaldos desse trabalho, junto com o que já foi realizado no último dia 9 de maio e, nas próximas semanas, esperamos concluir a investigação”, apontou o promotor. Primeira fase da operação Entre o material apreendido, há dinheiro e pelo menos duas armas, segundo o 10º Batalhão de Ações Especiais (Baep) da Polícia Militar de Piracicaba. Dinheiro e armas apreendidos durante operação policial que prendeu suspeitos da morte de empresário executado a tiros em Piracicaba — Foto: Reprodução/Polícia Militar de Piracicaba A ação faz parte da Operação Jogo da Vida e envolveu dez promotores de Justiça, seis policiais civis e 48 policiais militares. “As investigações prosseguirão para que haja a completa elucidação deste crime, pois não se demonstra admissível em qualquer sociedade a execução de pessoas em plena luz do dia, em região central e movimentada da cidade.”, diz a nota da 2ª Promotoria de Justiça de Piracicaba. Suspeitos em moto passaram atirando na Rua Edgar Conceição em Piracicaba (SP) — Foto: Reprodução/Polícia Militar Relembre o caso O empresário de 37 anos Felipe Roberto Casale foi morto a tiros na tarde do dia 15 de março, uma sexta-feira, no Bairro Paulista em Piracicaba. De acordo com informações da polícia, dois homens, que seguiam em uma motocicleta pela Rua Edgar Conceição executaram a vítima com vários disparos. O crime ocorreu por volta das 14h e, até esta quinta-feira, ninguém havia sido preso. Equipes das Polícias Militar e Civil, da perícia e da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes de Piracicaba (Semuttran) se dirigiram até o local do crime. O trecho da rua onde ocorreu o crime chegou a ser interditado para o trabalho de investigação. VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região