ONU pede rotas seguras para haitianos deportados

ONU pede rotas seguras para haitianos deportados

A Organização Mundial para Migrações no Haiti fez um alerta sobre a necessidade das entidades de Direitos Humanos garantirem rotas seguras e legais para os milhares de haitianos que são obrigados a retornar a seu país. A agência da ONU estima que mais de 86 mil haitianos foram deportados à força para seu país de origem por nações vizinhas somente este ano. Em vários casos, as condições precárias das embarcações deixam vários feridos e mortos. Na semana passada, por exemplo, um incêndio em um barco em que estavam migrantes haitianos deixou 40 mortos e 11 feridos. A Guarda Costeira do país conseguiu resgatar 41 pessoas. A agência alerta ainda que essa migração vem aumentando há meses com a fuga de milhares de pessoas do Haiti por causa do aumento na violência de gangues criminosas que agora controlam grandes faixas de território no país, além de outras variantes que estão fazendo crescer a onda migratória. Um estudo divulgado este ano pela ONU Mulheres estima haver 300 mil mulheres e meninas vivendo em situação de vulnerabilidade no Haiti, inclusive sofrendo violência sexual e de gênero, o que motiva a saída do país. A temporada de furacões também é apontada como outro fator, que fez com que cerca de 580 mil pessoas fossem deslocadas no país e passassem a viver em abrigos improvisados. Nesses espaços, 54% dos alojados são mulheres, segundo o relatório. À medida que os confrontos no Haiti continuam, além da população que vive nos acampamentos, quase 5 milhões enfrentam fome aguda, o que representa quase metade da população, segundo a ONU. Mais de um milhão e meio de pessoas correm risco de morrer de fome. A violência paralisou o setor agrícola do Haiti, importante fonte de renda para as famílias, e abalou a educação e os cuidados de saúde. Ao todo, mais de 900 escolas foram fechadas desde janeiro e, na capital, Porto Príncipe, quase 40% de todas as unidades de saúde com alas de internação estão fora de serviço. Parte desse cenário poderia ser amenizado com o Plano de Resposta e Necessidades Humanitárias de 2024 para o Haiti, que prevê US$ 674 milhões, mas apenas um quarto do valor foi obtido até a metade deste ano.

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