A senadora e ex-prefeita de Berlim Franziska Giffey, que pertence ao SPD, partido do chanceler Olaf Scholz, foi atingida pelas costas com uma bolsa pesada enquanto visitava uma biblioteca no bairro de Rudow e precisou ser levada ao hospital para tratar de dores na cabeça e no pescoço. Na sexta-feira passada, o eurodeputado Mathias Ecke, do mesmo partido, foi violentamente espancado por um grupo de adolescentes quando colava cartazes em Dresden, na Saxônia, e teve de ser submetido a uma cirurgia. A polícia investiga quatro adolescentes suspeitos da agressão. Outro incidente na mesma cidade ocorreu nesta terça-feira: Yvonna Mosler, política do partido Os Verdes, foi cercada por um homem de 34 anos e uma mulher de 24, que cuspiram nela enquanto pendurava cartazes de campanha. Ambos integravam um grupo que começou a fazer a saudação nazista a Mosler. Representantes de partidos responsabilizam a violência política ao crescimento do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), cotado para vencer três eleições em setembro, nos estados de Turíngia, Saxônia e Brandemburgo, no Leste do país. O partido tem no combate aos imigrantes a principal plataforma e foi alvo de protestos gigantescos depois que vazou o conteúdo de uma reunião secreta em Potsdam que discutia a deportação em massa de cidadãos alemães de origem estrangeira. O AfD vem tentando conquistar o eleitorado jovem, intensificando a sua campanha no Tik Tok. Num extenso post em suas redes sociais, a ex-prefeita Giffey afirmou que as pessoas que são politicamente ativas e engajadas estão cada vez mais expostas a ataques supostamente justificados e aceitáveis: “Vivemos num país livre e democrático onde todos podem e podem expressar livremente a sua opinião. No entanto, existe um limite claro. E isso é violência contra pessoas que têm opiniões diferentes, por qualquer motivo, sob qualquer forma.” O movimento contra políticos está relacionado ao crescimento da extrema direita alemã nas eleições para o Parlamento Europeu, que serão realizadas entre 6 e 9 de junho nos 27 estados-membros da UE. Pesquisas indicam que pela primeira vez em sua história o Parlamento Europeu poderia ter uma maioria de direita, proveniente de uma coligação populista integrada por democratas-cristãos, conservadores e eurodeputados de extrema direita. Político da extrema-direita vai a julgamento por dizer frase nazista proibida na Alemanha