A situação, segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), ocorreu por conta de poluentes agroindustriais lançados irregularmente por uma usina de açúcar e álcool em Rio das Pedras (SP). O caso é investigado pela Cetesb e acompanhado por órgãos como Ministério Público e Prefeitura de Piracicaba. O g1 organizou uma lista com perguntas e respostas com tudo o que se sabe até agora sobe a poluição que causou mortandade de peixes no curso do manancial. Confira 👇 O que aconteceu? A Cetesb identificou que a causa da mortandade foi o despejo de poluentes lançados no Ribeirão Tijuco Preto, afluente do Piracicaba, por uma usina de Rio das Pedras. Segundo comunicou o órgão na última semana, o despejo irregular já foi interrompido Os resíduos, porém, seguiram o curso do rio e chegaram ao Tanquã, também causando mortandade no minipantanal. Neste caso, o cenário foi flagrado a partir de segunda-feira (15) e também nesta terça (16). Rio Piracicaba amanhece com milhares de peixes mortos neste domingo — Foto: Gian Carlos Machado/Arquivo pessoal Quantos peixes morreram? Não é possível afirmar o número de peixes que morreram, mas a força-tarefa criada para limpeza do Rio Piracicaba, após a descarga irregular de poluente na água, recolheu 2,97 toneladas de peixes mortos. Essa quantidade é apenas da mortandade registrada na zona urbana. Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Meio Ambiente (Simap), uma reunião com órgãos e instituições que integraram a força-tarefa para limpeza do rio Piracicaba está prevista para esta quarta-feira (17) para elaboração de plano de ação de análise e estratégia para a remoção de resíduos encontrados no Tanquã. Os peixes do Tanquã são os mesmos encontrados no Rio Piracicaba? Não. Foi registrada uma nova mortandade. Segundo a Cetesb, em uma nova inspeção e medição de oxigênio constatou-se que os resíduos despejados de forma irregular na última semana só alcançaram o Tanquã nos últimos dias, o que causou a segunda mortandade. “[…] Equipes fizeram a medição de oxigênio (OD) no rio Piracicaba, na altura do Bairro de Tanquã e constataram baixo nível de oxigênio dissolvido, o que evidencia que a mancha de efluentes, lançada pela Usina São José S/A Açúcar e Álcool na semana passada, chegou a essa localidade e provocou a mortandade de peixes.” Tanquã, em Piracicaba, registra mortandade de peixes — Foto: Edijan Del Santo/EPTV Quanto tempo leva para recuperar a fauna? A recuperação da população de peixes no Rio Piracicaba após a mortandade registrada nos últimos dias pode demorar até nove anos para acontecer, o que equivale a três gerações de animais. A estimativa foi feita pelo analista ambiental, Antonio Fernando Bruni Lucas, em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo. O especialista também comentou a possibilidade de “sequestro” de oxigênio pelo poluente, as perspectivas sobre a recuperação da qualidade da água e elencou medidas que podem ser adotadas para evitar descargas irregulares no rio. Confira a entrevista completa. Peixes mortos boiando às margens do Rio Piracicaba — Foto: Gian Carlos Machado/Arquivo pessoal Quem investiga o caso? A Cetesb investiga o caso desde o primeiro dia e informou que disponibilizará, na íntegra, um relatório sobre o caso, que vai servir de base para o auto de infração que pode ser aplicado. A previsão de conclusão desse relatório é 19 de julho. Além da Companhia Ambiental, o Ministério Público também foi acionado e confirmou que apura o caso por meio do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema). O grupo afirmou que fará uma vistoria nas instalações da usina responsável. A Polícia Civil de Rio das Pedras também instaurou um inquérito para apurar o caso. Imagens feitas com drone registram a mortandade de milhares de peixes em trechos do Tanquã entre Piracicaba e São Pedro. — Foto: Reprodução/EPTV Quem foi responsável pela poluição? A EPTV e o g1 tentaram contato com a Usina São José S/A Açúcar e Álcool desde a última semana e aguardavam posicionamento da empresa. No início da noite desta terça-feira (16), a usina enviou nota em que afirma não ser responsável pela mortandade de peixes e que considera precipitadas as notícias divulgadas nos últimos dias, citando poluentes que teriam sido liberados no Ribeirão Tijuco Preto e chegado ao Rio Piracicaba. “Causa da mortalidade de peixes no Rio Piracicaba é desconhecida e não pode ser atribuída à Usina São José”, declara em trecho do documento. Qual a justificativa da usina? Leia, na íntegra, a nota enviada pela usina na noite desta terça-feira (16): “Após cinco inspeções realizadas por técnicos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) nas dependências da Usina São José S/A Açúcar e Álcool, nada foi informado à empresa formalmente que explique o motivo ou a origem da mortalidade de peixes registrada nos últimos dias. Insinuações de envolvimento da usina nessa ocorrência são precoces e não tem, até agora, qualquer comprovação ou fundamento. A empresa considera precipitadas as notícias divulgadas nos últimos dias, citando poluentes que teriam sido liberados no Ribeirão Tijuco Preto e chegado ao Rio Piracicaba, a 42 quilômetros de distância. Lembra ainda que diversos incidentes envolvendo morte de peixes no Rio Piracicaba vem ocorrendo nos últimos anos, período este que a Usina São José estava inativa, tendo retomado suas atividades somente em maio deste ano. A empresa esclarece que não poupa esforços para colaborar plenamente com a Cetesb, a Polícia Ambiental e o Ministério Público, fornecendo todas as informações e acessos solicitados para garantir uma investigação transparente e justa, que leve às causas desse incidente”, conclui. Rio Piracicaba amanhece com milhares de peixes mortos neste domingo — Foto: Gian Carlos Machado/Arquivo pessoal Qual a punição para os responsáveis? O que falta saber? A conclusão das investigações deve esclarecer alguns pontos. Entre eles: Que tipo de resíduo foi lançado pela usina responsável;A punição que essa usina vai receber;Demais efeitos ao meio ambiente que podem ser causados por conta dessa poluição. VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e Região
O que se sabe sobre poluição que causou mortandade de peixes no Rio Piracicaba e no Tanquã
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