A Rede Eclesial Pan-Amazônica, a Repam, está presente em 9 países e precisa fazer um trabalho descrito por Irmão João Gutemberg Sampaio, secretário-executivo, como de “polinizadores, trazendo o bem daqui, somando com aquele de lá para dar uma visão mais sistêmica, mais Pan-Amazônica”. A Repam nasceu “de muita vida doada”, “é uma Igreja de muitos mártires, de pessoas martirizadas há décadas porque doam a vida, como o próprio Padre Ezequiel Ramin”. Andressa Collet – Vatican News Encontrar o Papa Francisco no Vaticano é enaltecer os sonhos gerados pela encíclica Laudato si’ e pelo Sínodo para a Amazônia, afirmou o Irmão João Gutemberg Sampaio, secretário-executivo da Rede Eclesial Pan-Amazônica, a Repam. Ele fez parte da delegação da entidade que junto com representantes da Conferência Eclesial da Amazônia (Ceama) conversaram com o Pontífice na última segunda-feira (03/06), naquele que foi considerado pelas presidências como um “encontro histórico e significativo”, já que foi a primeira reunião oficial entre o Pontífice e essas entidades irmãs que atuam para consolidar a Igreja com um rosto mais amazônico naquele território – como foi relembrado pelo Pontífice na audiência. O encontro com o Papa na segunda-feira (03/06) Irmão João contou em entrevista a Silvonei José do Vatican News, que a Laudato si’ foi escrita pelo Papa quando a Repam “não tinha nem 1 ano de idade” e se tornou a carta da intenções e ações da entidade. Um incentivo para avançar no tema do cuidado das pessoas e da casa comum muito incentivado por Francisco, mas que começou ainda com outros Pontífices: “E isso vem já de antes também, com toda preocupação já do Papa João Paulo II, que andou por esse mundo beijando o chão, celebrando a Eucaristia, nos grandes espaços da sociedade, para dizer que esse mundo é santo, que esse lugar é sagrado e nós precisamos cuidar dele.” O trabalho de ‘polinizadores’ da Repam Cuidar e não destruir a casa comum criada por Deus, reforçou o Ir. João, “isso é evangelização a partir da espiritualidade da criação”. Uma missão encabeçada pela Repam que está presente em 9 países, uma área de mais de 7 milhões e 500 mil quilômetros quadrados onde temos 105 jurisdições eclesiásticas com forte presença da Vida Consagrada e de atividades dos leigos, sobretudo das mulheres: dessa forma, precisamos ser “polinizadores, trazendo o bem daqui, somando com aquele de lá para dar uma visão mais sistêmica, mais Pan-Amazônica” do trabalho realizado a partir da Igreja para a sociedade. A Repam “nasce de muita vida doada”, “é uma Igreja de muitos mártires”, reitera Ir. João, “de pessoas martirizadas há décadas porque doam a vida, como o próprio Padre Ezequiel Ramin”. “A Repam tem encontrado cada vez mais o seu foco na questão do direitos humanos, na defesa e no cuidado das comunidades e das pessoas em situação de fragilidade, da questão de ameaças, trazendo um apoio humanitário, mas também um apoio através de organismos internacionais para construir uma defesa dessas realidades também com a denúncia e o acompanhamento dessas pessoas porque, infelizmente, não todos os seres humanos têm um pensamento bom em uma atitude boa, então nós precisamos somar o lado do bom, do bem e do belo para que vença a vida. O sofrimento é grande, mas a esperança é maior ainda.” “O mundo precisa da Amazônia e a Amazônia precisa do mundo, ninguém é melhor do que o outro. Nós precisamos estar conectados, pensando um conjunto da humanidade do nosso planeta Terra.” Ouça a entrevista de Ir. João concedida a Silvonei José Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui