Conflito no Sudão e na Faixa de Gaza ajudaram a aumentar o total de pessoas que precisaram deixar suas casas. Acnur alerta para necessidade de mudanças em políticas globais. Palestinos deslocados se abrigam em tendas no hospital Nasser em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza — Foto: Saleh Salem/ Reuters O número de pessoas descoladas à força no mundo bateu recorde, atingindo 117,3 milhões em 2023, de acordo com um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). O levantamento foi publicado nesta quinta-feira (12). O número representa um aumento de cerca de 8 milhões de pessoas em um ano. Neste cálculo entram pessoas que fugiram de casa por conta de conflitos armados, refugiados e perseguidos. A agência calcula ainda que, em abril de 2024, o total de deslocados tenha chegado a 120 milhões. “O conflito continua a ser um fator muito, muito profundo de deslocamento”, disse Filippo Grandi, representante da Acnur. Entre os conflitos armados que contribuíram para o crescimento no número de deslocados está a guerra no Sudão. Por lá, de acordo com a agência, mais de 11 milhões de pessoas precisaram deixar suas casas à força, sendo que 2 milhões fugiram para países vizinhos. Já na Faixa de Gaza, a ONU calcula que 1,7 milhão de pessoas foram deslocadas, o que representa cerca de 80% da população do território. Grandi alertou que o número de deslocados a nível global pode continuar crescendo nos próximos meses caso não sejam adotadas mudanças em políticas globais. Antes de 2011, quando começou o conflito na Síria, o número de refugiados e deslocados no mundo se mantinha praticamente estável, em 40 milhões de pessoas. No entanto, esse número veio subindo ao longo dos últimos anos. VÍDEOS: mais assistidos do g1