“Não avançaremos com o acordo até recebermos a lista de reféns que serão libertados, conforme acordado. Israel não tolerará violações do acordo. A única responsabilidade é do Hamas”, disse Netanyahu em nota neste sábado (18). Em um pronunciamento também neste sábado, Netanyahu disse que o acordo de devolução de reféns foi feito em cooperação em conjunto com as administrações Biden e Trump (que assumirá a Presidência no dia 20, mas também mandou representantes ao Oriente Médio), dos EUA. Ele disse também que a primeira fase do acordo envolve um cessar-fogo temporário, e que tanto Trump quanto Biden concordaram com o direito de Israel de retomar os combates caso a segunda fase do acordo não dê resultados — e que, caso isso ocorra, Israel o fará de formas “novas e mais vigorosas”. Aprovação oficial A aprovação foi um desafio para Netanyahu dentro de seu próprio governo. Membros linha-dura pressionaram o premiê contra o cessar-fogo. Israel diz que cessar-fogo em Gaza começa na manhã de domingo (19) Cessar-fogo Cerca de cem pessoas que foram sequestradas pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 ainda estão sob poder do grupo, e a devolução deles é um dos pontos do acordo, que prevê também que Israel liberte centenas de palestinos presos em Israel e interrompa os bombardeios na Faixa de Gaza, podendo chegar a mais de mil detidos. Não estão claros todos os termos do acordo de troca entre Israel e Hamas, mas a imprensa internacional especula que até 30 ou 50 prisioneiros podem ser libertados em troca de cada refém israelense. A previsão de liberação dos reféns foi feita após o Gabinete de Segurança de Israel, órgão formado após o início da guerra na Faixa de Gaza, aprovar também o texto na sexta-feira (17) — esse passo era necessário para que os termos do acordo fossem aplicados por Israel. O conflito na Faixa de Gaza foi intensificado em 7 de outubro de 2023, quando terroristas do Hamas fizeram uma invasão inesperada ao sul de Israel, matando mais de 1.200 pessoas e sequestrando mais de 200. No mesmo dia, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou guerra ao Hamas, que governava a Faixa de Gaza. Ao longo de mais de um ano de guerra, bombardeios de Israel e incursões terrestres mataram cerca de 48 mil palstinos, segundo o Hamas, muitos dos quais civis, mulheres e crianças. As ações militares também reduziram grandes áreas da Faixa de Gaza — principalmente no norte — a escombros e causaram uma crise humanitária envolvendo toda a população de 2,3 milhões de habitantes do território.